Shotgun - Yoonkook

Rica, gostosa e mimada!

Oii, sumi eu sei, mas estou pensando em voltar. Espero que alguém ainda leia isso aqui. Boa leitura! ❤️

Jungkook era narcisista e agocentrico. Ninguém estava acima dele, ninguém poderia desrespeitar sua autoridade, muito menos desafiá-lo. Mas não o leve a mal, ele foi criado assim, como um deus na terra. O grande culpado mesmo era seu pai, que o exibia por aí como um diamante raro desde criança. Sei que parece ruim, afinal, uma criação completamente desajustada forma um adulto desequilibrado. Mas o grande real problema disso vinha com nome e sobrenome: Kim Taehyung.

Ele não podia ser tocado – bom, não deveria –, mas parecia pedir por isso, implorar por uns socos. Ele era tão pentelho que fazia questão de ir até a área rival e desfilar em frente a residência do Jeon, "ajudando" Yoongi com aquela maldita caixa de correio. Flertou com ele; deu aquele sorriso ladino; deslizou os dígitos famintos pelo antebraço do mais velho; tirou cuidadosamente os fios da testa branquinha; passou horas dentro daquela casa, fazendo sabe-se lá o quê...

— Essa puta... eu vou matar ele. Por Deus, EU VO METER UMA BALA NESSE MOLEQUE — Jungkook esbravejou levantando da cadeira, que girou sem rumo para trás enquanto ele avançava na tela do computador. Parecia querer esganar Taehyung por ali mesmo, na gravação das câmeras de segurança.

— Cara, se controla — Jimin apoiou o ombro no batente da porta, revirando os olhos em desaprovação — Você não percebe? Tá ficando maluco por causa daquele garoto. Jura Jungkook? Colocar ele pra correr? Que merda você tem na cabeça? — Cruzou os braços, assustando-se ao que o chefe passou furioso por ele — Você me ouviu? Jungkook? HEY!

...

Já era noite, Taehyung havia ido embora há – no mínimo – umas 4 horas, após algumas conversas largados no sofá e um chocolate quente. Yoongi saía do banho com um semblante feliz no rosto, um amigo cairia bem a essa altura do campeonato. Ele amava Namjoon, mas eles mal tinham tempo de se ver e tinha todo aquele lance com Seokjin.

— Eca — Fez uma careta de desgosto ao lembrar como o Kim parecia uma cadelinha atrás do estudante de administração. Não aguentava mais ouvir como ele era "doce e encantador". Então algumas batidas na porta o fizeram voltar a realidade — Ué, quem pode ser a essa hora? — Andou a passos lentos até o hall, esfregando a toalha pelos cabelos e deixando ela por ali ao encarar seu vizinho com a cara mais desinteressada possível.

Levaram alguns segundos se olhando, como dois animais famintos esperando o primeiro deslize, ansiando por qualquer brecha para se engalfinharem em rosnados incisivos e violentos.

— O gato comeu sua língua é? Que porra você quer aqui, Jungkook? Já devolvi sua caixa de correio e... — Deu um passo a frente, encarando o mais alto com seus olhos raivosos — Eu juro, que se você ousar me meter naqueles rachas mais uma vez, eu boto fogo na sua casa com você dentro — Ditou, surpreendentemente de forma ameaçadora — Vê se me deixa em paz.

Yoongi até tentou fechar a porta, mas uma mão forte a manteve aberta, enquanto outra segurou em seu queixo de forma nada delicada, o empurrando até a parede mais próxima. Estava tudo escuro no andar inferior da casa, então a única luz que iluminava o rosto do moreno era o poste da calçada. Os corpos estavam juntos, as respirações se chocando uma contra a outra, porque os lábios pareciam determinados em se encontrarem.

— Que merda você tá fazendo? — O Min soltou num sussurro, completamente inebriado pelo toque quente no rosto em contraste a parede que se erguia fria em suas costas.

— Você fala coisas demais, mas não o que eu realmente quero saber... — Escorregou a mão livre até a cintura escondida pela camisa larga, o polegar ousando acariciar a pele macia. O rosto desceu até o ombro exposto pela gola folgada, esfregando o nariz contra a derme cheirosa e Yoongi se sentiu mole. Haviam mais de dois anos que ninguém o tocava assim e culpava esse fato pelo modo como cedeu espaço para ele, não o afastando de si.

— Jungkook, o que você tá fazendo? — Soltou em um suspiro cansado, estava farto de toda aquela situação, eram muitas emoções sem pausa e já havia se afastado de tudo isso há muito tempo — Me solta.