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— Tô tão desanimada para festa de hoje, que chamei uma amiga pra ficar comigo. - Jesha falou enquanto se maquiava.
Não tenho amigos, mas tenho minha irmã mais nova, que no meu ponto de vista vale mais que cinco amigos juntos. Conversamos sobre tudo, e mentiras não são contadas, nunca.
— Toma cuidado Je, você sabe como o papai é, se entrar algum penetra ele vai á loucura. - bufei só de pensar nele surtando, papai pode ser um dos melhores mas quando surta todo mundo torce para estar longe.
— Relexa Lili, a garota é super gente boa e só disse que ia chamar o seu namorado. - arregalei meus olhos e a vontade era de pular em cima dessa louca, não há dúvidas que vai dar merda.
— Meu Deus, Jesha! Você só pode estar pirando, uma pessoa é ruim, duas é péssimo. - disse irritada é a vi revirar os olhos, como sempre faz - Quem é ela?
— É a Nikita, já te falei dela eu acho. Dou minha palavra que não vai dar em nada, confia em mim por favor.
— Acho bom você ficar de olho, vai que é algum dos caras do Cobra Kai. - sai de seu quarto e fui para o meu pegar meu vestido, tão lindo.
Ele era de veludo, e azul. Não que fosse novidade, azul sempre foi minha cor favorita, tanto que minha casa é quase toda dessa cor, mas não só por ser minha cor favorita, e sim pelo dragão de gelo ser azul claro.
Meu pai, Jason, não gosta que eu me intrometa em seus negócios, mas sabe que eu sei que tudo que tenho hoje é por causa de uma máfia que criou antes que nasci.
Festa toda semana, seguranças, armas por todos os cantos, reuniões e principalmente o rival querendo tomar o nosso lugar.
— Salto preto ou azul? - pergunto entrando em seu quarto novamente e mostrando meus saltos.
— Preto, as pessoas vão se enjoar se verem você toda de azul. - Jesha não é muito fã da cor, ela prefere vermelho, só que meu pai não pode saber.
— Não tem como enjoarem de uma cor tão bonita. - falo ligeiramente e sento em sua cadeira de rodinhas para colocar meu salto — Quer me maquiar?
— Até quando irei ser sua maquiadora, Lili? - choramingou rindo e vindo em minha direção
— Só até o dia que você parar de reclamar e me ensinar tudo que sabe.
Depois de um tempo ela terminou minha maquiagem e saímos de seu quarto, indo até a sala esperar nossos pais para irmos ao salão de eventos.
— Quem são essas belas moças? - Ayla, nossa mãe, questionou entrando na sala e nos abraçando.
Atrás dela veio papai com um terno azul marinho, barba feita e uma gravata azul claro.
— Está divina com esse vestido, Lilith. - papai me elogiou pegando minha mão e a beijando.
Reparei que Jesha abaixou a cabeça e foi de encontro a nossa limosine agarrada a mamãe. Éramos tudo ao contrário, ela era próxima de nossa mãe e eu era próxima de nosso pai, sempre foi assim.
Chegamos no local, que era revistado de várias luzes azuis, mesas com um pano preto e longo e a mesa de buffet tinha comidas chiques com formatos diferentes.
Fui até Jesha e estranhei de estar sozinha, sua amiga já deveria ter chegado, a festa começou 21:30 e já eram 22:10.
— Cadê sua amiga? - perguntei e por um segundo achei que a mesma tinha revirado os olhos para mim, mas só estava a procura da garota.
— Não sei o que aconteceu, já deve estar chegando. - assenti e fiquei ao seu lado até enxergar uma garota atrás de outra e um garoto de quase dois metros.
— São três pessoas, Jesha! - exclamei e a vi olhar com surpresa para onde eu estava olhando.
Sai de perto dela e tentei achar papai, mas por sorte ou azar, ele não estava no meu ponto de vista.
Avistei de longe a garota baixa, com os cabelos loiros ir de encontro com minha irmã, e os dois encostos atrás dela.
O garoto de quase dois metros virou seu olhar para mim, e era literalmente DominicMoyfre. Como não percebi antes? Como deixei Jesha convidar aquela garota? Merda, merda, merda.
Virei meu olhar para outras pessoas, mas minha mente estava nele, se meu pai reparasse nele, não sei o que faria com Jesha ou comigo, estaríamos fudidas.
Não conhecia todos os membros da família Moyfre, mas como não iria conhecer Dominic, o garoto que meu coração palpitava, mesmo que nunca tivéssemos trocado uma palavra se quer.
Quando tinha apenas 10 anos, o vi pela primeira vez em uma reunião que era pra ser civilizada com a máfia rival, e então depois procurei até o achar em todos os cantos que eu ia, pois estava obcecada por aquele garoto, mesmo sem ele saber de minha existência, eu ansiava tê-lo.
"Você sempre deve ser livre e por mais fraca que esteja nunca deixe ninguém ver, quero que seja a Lilith, a minha Lilith!"
Fraqueza, tratei meus sentimentos como se fossem minha fraqueza, escondi de todos e até do meu pai que disse a minha frase favorita, que me fez refletir por anos e anos.
Estava os três do lado de minha irmã, mas por um instante Dominic desapareceu, então fui a sua caça, e o encontrei entrando no banheiro.
Tentei abrir a porta e por minha sorte estava aberta, adentrei no banheiro e fechei a porta se deparando com ele de costas. Seu ombro era largo e seu corpo era tampado por um fino tecido branco que amostrava uma tatuagem de cobra que ia de sua cintura até a dobra de seu pescoço.
Analisei o local e vi que tinha um chuveiro, box, privada e um espelho com pia e uma luz azul escura no teto. Era o banheiro dos empregados.
Em um passe o mesmo me prendeu na parede, o que me deu tempo para observar seu rosto perfeitamente desenhado, assim como antes.
— O que está fazendo aqui, Dominic? - minha voz saiu em um tom rígido e autoritário ainda mais quando dei ênfase em seu nome, o vejo tentar ler minha expressão, mas não estava jogando verde.
Desci minhas mãos para seu abdômen tentando se afastar mas ele ainda me prendia. Seu quadril me prensa mais e mais e posso dizer que consigo o sentir lá embaixo.
— Temos uma esperta aqui. - sussura em meu ouvido e sinto minha intimidade pulsar — Quem é você? - pergunta aumentando a voz e solto um sorriso ladino.
— Não é o único que vêm de uma família mafiosa. - revirei os olhos e senti seu olhar em meu corpo.
Em 9 anos nunca o vi me olhar desse jeito, com luxúria, talvez. Era a primeira vez que sentia a minha calcinha molhar com apenas um olhar.
