Zoro, como se flerta?

Zoro sensei

Após um dia turbulento numa feira tumultuada na ilha que os mugiwaras ancoraram, Chopper, Robin juntamente com Zoro, descansavam numa sombra agradável no Sunny. O médico estava deitado no colo da arqueóloga, olhando o céu límpido, com uma expressão perdida; a morena, notando isso, não pode deixar de questionar o companheiro:

— Tudo bem, doutor?

Imediatamente o espadachim, que parecia estar cochilando, abriu os olhos, avaliando Chopper de cima a baixo, como uma expressão curiosa. A sobrancelha do mesmo arqueou, mostrando-se interessado na resposta.

A rena levantou e se mostrou um pouco envergonhado por ser pego distraído, mas logo tratou de dividir o que circulava em seus pensamentos, afinal, Robin e Zoro eram muito confiáveis:

— É o Sanji… — Inicou incerto. Era do conhecimento dos dois que Chopper havia ido junto com o loiro para a feira, afim de comprar algumas ervas; Chopper buscou ervas medicinais e Sanji temperos.

Zoro torceu a cara com a menção do cozinheiro, mas sua expressão deixou claro que o mesmo estava cem por cento acordado e ainda mais curioso.

— O que aquele sobrancelhas de alvo fez? — Zoro perguntou num tom de ameaça.

Robin permaneceu calada e esperou Chopper continuar o que estava dizendo.

— Não, o Sanji não fez nada, na verdade… — A rena hesitou um pouco, mas virou-se para o espadachim da tripulação com uma expressão interrogativa — Zoro, como se flerta?

A pergunta pegou Robin e Zoro de supresa, ambos não entenderam o objetivo da pergunta.

— Como assim, Chopper? — A morena indagou.

— Bem, quando eu e Sanji fomos para a barraca de ervas, cada um foi até o que precisava, e quando chegou minha hora de pagar, o valor deu muito alto!

Chopper contava, gesticulando e fazendo várias expressões exagerada e fofas, arrancando alguns sorrisos dos morenos.

— E o que o cozinheiro fez?

— Não me diga que o miserável te largou nessa situação!

— Não, pelo contrário, Sanji deu um jeito. Aí que tá, a dona da barraca era uma mulher bonita e Sanji deu encima dela, elogiou, chamou para um encontro e ainda beijou a mão dela. E no fim, ela deu um desconto para nós e fomos embora como se nada tivesse acontecido.

Zoro trincou a maxilar, encarando a rena em sua frente. Uma mulher dando mole para Sanji era novidade, e ainda mais, aquele cafajeste se aproveitando de seu rostinho bonito para se dar bem? Aí tem coisa.

Robin sorriu baixo e indagou:

— Mas porquê fez aquela pergunta ao espadachim?

Chopper corou um pouco, mas continuou:

— Porque foi muito maneiro e eu quero saber flertar também.

Robin sorriu mais enquanto Zoro começava a ficar vermelho de raiva.

— Foram apenas alguns minutos e aquele idiota conseguiu corromper a fofura de Chopper — Zoro resmungou.

— Me fala Zoro, como se flerta? — A rena perguntou pulando de uma perna pra outra.

Zoro cruzou os braços, suspirando pesadamente. Ele não queria responder por dois motivos: ele não queria falar com Chopper sobre isso; e ele não queria dizer que não sabia flertar.

— Não, isso não é algo que te interesse — Zoro disse relutante.

— Fala, por favor! — A rena insistiu.

— Pergunta pra Robin!

— O quê? Eu? — A morena perguntou surpresa, recebendo o olhar ansioso de Chopper. — Não, eu não sei flertar.

Então Chopper voltou-se para Zoro mais uma vez, aguardando sua resposta e tudo que recebeu foi outro não. Robin, percebendo a situação, sorriu e disse especificamente para o doutor:

— Ele também não sabe.

— O quê? Então o Sanji sabe flertar e o Zoro não? — Chopper perguntou surpreso de forma genuína.

Isso foi o suficiente para Zoro abrir os olhos furioso e se encher de ar.

— Cada um flerta de um jeito, mas eu… Bem, eu… — Zoro ponderou e forçou na mente para tentar lembrar se alguma vez havia flertado com alguém, porém não recordou de absolutamente nada.

Resolveu responder pelo senso comum e no que lhe parecia certo.

— Bem, eu tentaria chamar a atenção da pessoa, seja com uma piada ou uma implicância, para ter os olhos da pessoa em mim… — Disse coçando a testa, pensando no que mais poderia falar — Eu também faria a pessoa lembrar de mim, então ocuparia sua mente, seja com uma competição, com minhas opiniões idiotas, com uma reclamação… Não sei, eu tento chamar a atenção da pessoa sendo um muleque.

Zoro fechou os olhos, forçando-se a dormir novamente enquanto sentia as bochechas queimar.

Chopper balançou a cabeça como se estivesse recebendo a informação mais importante do século, enquanto Robin sorria do quão direto e óbvio Zoro tinha acabado de ser.

O lugar manteve-se em silêncio assim que a rena teve sua resposta, então o mesmo voltou a deitar e Robin voltou a ler, como antes.

Segundos depois, Sanji saiu da cozinha despreocupadamente; parecia não ter nada para fazer, mas assim que avistou Robin, o mesmo berrou seu nome.

— Robinzita, você fica tão linda lendo! — Aproximou-se saltitando, arrancando uma risadinha da morena, que achava graça no jeito bobo apaixonado do loiro.

Zoro acordou no momento que ouviu Sanji, e não perdeu tempo em dizer:

— Esse é gado.

Sanji olhou para Zoro com desdém, e o moreno devolveu o olhar. No momento que Sanji estava para se retirar, Zoro completou:

— Não vai negar? Finalmente aceitou que você é um tarado idiota?

— Tá afim de brigar, cabeça de limão azedo? — Sanji voltou-se para o moreno, apontando o dedo para o mesmo.

— Você não aguenta um segundo de porrada comigo — O esverdeado desafiou.

E assim iniciou-se mais uma das rotineiras brigas entre os dois, contudo desta vez, Chopper percebeu algo.

— Robin… O Zoro está flertando com o Sanji?

A morena fechou o livro sorrindo, enquanto encarava os dois que estavam se esbofeateando em sua frente.

— Sim, ele está.

— E o Sanji sabe disso?

Robin deu de ombros e respondeu:

— Nem o próprio Zoro parece saber.