[u]eternal love

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Park Jongseong havia prometido para Kim Sunoo que faria suas últimas 24 horas inesquecíveis. Era esquisito saber o dia da morte de alguém antes mesmo da pessoa ter falecido, parecia uma visão feia do futuro.

Os médicos já haviam dado o veredito três meses antes. Um tumor no cérebro incurável que não dava a chance de Sunoo conhecer o mundo como sempre sonhou e que já tinha data marcada para que o jovem pudesse partir desse plano. E por mais que se sentisse novo demais para morrer, sabia que de uma forma ou outra aconteceria.

E ainda que não fosse cem por cento certeza a data de sua morte pela doença, Sunoo não queria continuar vivendo tendo o conhecimento que seria como uma bomba relógio e que em qualquer momento poderia simplesmente parar de respirar. Era um pensamento um tanto quanto egoísta de sua parte, mas era sua escolha. Sunoo já havia confidenciado a quem amava e, principalmente, a si mesmo, que até o início da noite do dia seguinte se o tumor não o matasse como o médico dissera, não esperaria a doença.

Se lembrava muito bem de como viu sua mãe chorar e seu pai ficar em silêncio, possivelmente em choque. As expressões nos rostos de seus pais não foi nada que não esperasse, a descoberta tardia do mal não baqueou apenas Sunoo que viu seus objetivos posteriores mudarem de curso e que fez naquele momento seu futuro ser incerto, mas pareceu afetar ainda mais seus progenitores. E durante os seis meses de tratamento teve a certeza que eles o amavam demais.

No início esteve esperançoso, apesar do diagnóstico não ser o melhor, e por um tempo acreditou que poderia ser curado. Mas na véspera de Natal recebeu a notícia que não tinha mais jeito e que teria apenas três meses restantes, aquela esperança se esvaiu como a água de um rio.

E Jay aproveitava ao máximo seus últimos momentos juntos do namorado. Queria guardar o maior número de memórias felizes com Sunoo enquanto podia fazê-lo. Às lembranças do início do relacionamento deles era recorrente desde que Jay e Sunoo se deram conta que seus dias estavam chegando ao fim. Com isso tudo perceberam que o amor deles era real e não havia nada que substituísse os sentimentos trocados pelos dois.

Jongseong conheceu Sunoo apenas seis meses antes da descoberta do tumor. Para ambos os rapazes aquele trabalho voluntário em um orfanato foi a melhor coisa que lhes aconteceram.

Sunoo gostava de relembrar de como Jay ficava tímido ao seu lado. Sunoo ajudava no orfanato desde que tinha dezesseis anos ─ adorava ficar junto daquelas crianças e dar um pouco de amor que elas mereciam ─ e Jongseong chegou apenas três anos depois, todo perdido sem saber por onde começar. Sunoo, como o típico extrovertido e já conhecedor de toda a instituição, se propôs ajudá-lo sem nem mesmo precisar pedir, era óbvio o constrangimento de Jay, o deixando extremamente fofo.

A amizade evoluiu para romance quatro meses depois. Jay, por mais envergonhado que estivesse, seu interesse pelo garoto mais novo foi instantâneo e com apenas quatro semanas o chamou para um encontro. Sunoo havia sido claro sobre sua sexualidade para evitar desconforto para os dois lados. Um piquenique romântico foi o destino do primeiro encontro e o Kim não poderia estar mais eufórico, amava coisas simples que expressasse boas emoções.

Depois do relacionamento assumido era só alegria e sorrisos apaixonados, os amigos diziam que eram um casal açucarado. Mas tudo desandou no fim de setembro quando uma forte dor de cabeça atingiu Sunoo em meio a sua aula na faculdade, depois daquele dia não demorou muito para a descoberta da doença. Jay ficou ao lado do amado durante todo o processo.

Agora doía em ambos saber que não tinham e nem tiveram muito tempo.

A família de Sunoo estava desolada. Seus genitores por algum motivo sentiam que falharam como pais e, mesmo após Sunoo dizer que ninguém tinha culpa, não conseguiam mudar todos as sensações ruins.

The Best Last Day Ever • sunjayOnde histórias criam vida. Descubra agora