A festinha

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Eu odeio ambientes barulhentos, sempre odiei.

E o lugar em que eu me encontro no momento se encaixa perfeitamente nesse padrão.

Me convidaram pra uma festa, festa essa que eu nunca teria sequer aceitado ir se não fosse na casa de uma certa pessoa: Nobara Kugisaki.

A "Ruivinha" como eu apelidei, é minha amiga faz um tempo considerável. Nos conhecemos no ensino médio e desde então mantemos contato.

Ela é.... bem, não consigo descrever muito bem o que ela é, só sei que seja lá o que for, me chama muita a atenção. Tudo nela me interessa, sua aparência, personalidade, gosto musical, etc. Não é atoa que eu 'gosto' dela a tempos.

Acho que o termo "gosto dela" não chega a ser suficiente pra descrever meus sentimentos; eu definitivamente diria que gostava dela, se eu ainda tivesse 16 anos.

Os anos passaram, e o que já foi uma paixonite tomou uma proporção inesperada. Me impressiona a habilidade que ela tem de ficar impregnada na minha cabeça sem precisar fazer esforço nenhum. Ou será que faz?

Independente disso, toda essa situação me trouxe aonde me encontro agora: Na casa dela.

A festa é muito bem organizada pra ser sincera, a playlist que está tocando é ótima e combina bem com o ambiente, o que acaba deixando o lugar mais agradável. Em contrapartida, o cheiro horroroso de álcool e jovens adultos claramente bêbados rondando pela casa não atribuem de forma muito positiva.

Eu tinha chegado no local 5 minutos antes do combinado, logo eu não cheguei atrasada, mas a casa já estava entupida de gente até o talo.

Ando um pouco pelo apartamento e me deparo com uma rodinha de pessoas sentadas no chão, entre elas encontrei alguns conhecidos e a estrela da noite. Bem, pelo menos a minha estrela da noite.

Analisei um pouco o que que estava ocorrendo dentro daquela rodinha, e cheguei a conclusão de que eles estavam jogando verdade ou desafio usando uma garrafa de cerveja toda fudida.

Fiquei na dúvida se entrava na rodinha pra falar com Nobara ou não; mas acabou que ela já se deu o trabalho de fazer isso primeiro.

Cumprimentei a todos presentes no circulo e arranjei um lugar pra sentar do lado dela, uma posição extremamente estratégica, porque todo mundo estava com tanta cachaça enfiada no cu que não percebeu que a garrafa nunca ia acabar em mim.

Ficamos assim por algumas rodadas até que a roda foi diminuindo, e à cada pessoa que saia, ela tinha que se ajeitar novamente pra tampar os espaços vazios deixados pelas pessoas que foram em bora.

Gente vai gente vem, e meu cantinho não era mais funcional, a qualquer momento aquela garrafa não só podia, como iria parar em mim. Nobara já não estava mais do meu lado. Ela saiu do círculo temporariamente pra trazer algumas bebidas pra mim como forma de me "enturmar" naquele grupinho cheio de alcóolatras.

Com todo respeito, mas aquele verdade ou desafio parecia mais um puteiro, era gente se beijando, marmanjo vomitando, gente chorando, segredos confidenciais do governo sendo vazados e os caralho a4. A esse ponto, já tiraram a playlist agradável e colocaram uma playlist no mínimo duvidosa de "sertanejo" universitário. Graças a Deus minha namoradinha voltou e tornou a sentar do meu lado. Ela me passou o que me parecia uma garrafa de cerveja e me mandou beber. Normalmente eu beberia? Não, mas ela mandou.

Eventualmente a garrafa parou nela, e um cara que cabelo rosa que eu acho que conheço pronunciou as tão temidas palavras "verdade ou desafio?" e a bendita me vem com desafio. Admito que fiquei preocupada. Depois de ver a putaria correndo solta enquanto ela saiu, não queria ver ela fazendo a mesma coisa.

Ajeitei minha postura, e me preparei pra possível bomba que ia sair da boca daquele menino

-Te desafio a beijar essa aí que tá do seu lado.-

No momento atual, me sinto totalmente apta pra assinar um atestado de óbito. COMO ASSIM ELE SÓ SOLTOU UMA DESSAS NA MAIOR NATURALIDADE POSSÍVEL?? Se minha pressão arterial algum dia já foi normal, hoje não é um deles. Vai ser no mínimo um milagre vindo direto dos céus se nesse momento eu não estar da cor de uma folha a4.

"Amas você não disse que gostava da Nobara?" Sim CARALHO, mas não era assim que eu queria que fosse o nosso primeiro beijo. Se não foi assim das 3000 vezes que eu pensei nesse momento antes de dormir, não ia ser assim agora. 

Eu me recuso a ter o meu primeiro beijo com a mulher dos meus sonhos numa rodinha fedendo vomito ao som de "Cachorrão do brega". Me. Recuso.

Ao mesmo tempo não era uma chance que eu queria perder, pode ser que eu nunca mais tenha uma oportunidade dessas, honestamente, eu não sei oque que eu ia fazer.

A Nobara se vira pra mim e levanta as duas sobrancelhas ao mesmo tempo, como se quisesse dizer "Eae? Você tá afim ou nem?". Sinalizei que não queria com a cabeça, e ela não reagiu mal. Ainda bem.

Ela mandou o otário escolher outro desafio, porque aquele ela não ia fazer. Mais coisas rolaram nesse meio tempo, e eu não conseguia prestar atenção em outra coisa que não fosse ela.

Ela pareceu reagir bem de inicio, mas aos poucos percebi que ela ficou um tanto quanto.... cabisbaixa? 

😼

Acompanhem o restante desse babado no proximo cap

vejo voces la

Entre bebidas e bitocas (Nobamaki Shortfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora