Entre bitocas e bebidas

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-Uau, que cozinha arrumada!

Sério Maki? A menina na sua frente quase entrando em decomposição de tanta tristeza e você METE ESSA?

-Ah, obrigado. Geralmente fica mais bagunçada, mas como hoje tinha visita, decidi arrumar melhor- Nobara disse, com um olhar doloroso, mas um sorriso no rosto.

Não tive muito tempo de pensar em o que necessariamente eu ia dizer pra Nobara quando chamei ela aqui. Ia pedir desculpas?? Me esclarecer?? Não fazia ideia.

- Olha Nobs, você sabe que eu não sou muito boa com palavras mas... Eu percebi que você ficou meio pra baixo depois do que rolou naquele círculo dos infernos...

  Ela nem deixou eu terminar minha frase e começou a se explicar. Era visível que ela estava mal, e depois de se esforçar tanto pra bolar uma explicação, ficou mais explicito ainda que o motivo dessa tristeza era o beijo.... que não ocorreu.

-QUE? Ah não, não tem nada a ver com a brincadeira não, tipo, sério, 100%. Eu 'tô de boa, só lembrei de umas coisas que me deixaram pra baixo, preocupa com isso não Maki.

- Nobara pelo amor de Deus, eu posso até ter as habilidades sociais de uma mesa de plástico e sair de casa uma vez a cada eclipse, mas eu sei que tem alguma coisa por trás disso ai.

-A estudante de psicologia aqui é quem? Relaxa porra, eu já te disse pra não se preocupar com o assunto.

Eu sabia que ela estava tentando me enrolar só pra poder desviar do problema central, ela sempre faz isso, dês da época do ensino médio. Eu já estava começando a me frustrar com a situação, à cada explicação que a Nobara dava, eu percebia mais e mais que a culpa daquela tristeza toda era minha. Eu causei aquilo, logo eu ia resolver.

Tentei manter a minha postura o mais séria o possível, e continuei a TENTAR dialogar.

- Olha Nobs, se foi o beijo que te deixou mal, não tem problema, eu só neguei....

- MAKI PELO AMOR DE DEUS PARA DE TOCAR NO ASSUNTO.

Minha frustração começou a se tornar estresse, não me levem a mal, eu amo a minha ruivinha, mas puta que pariu ela era insistente pra cacete.

Não aguentando mais o contexto aonde eu me encontrava, falei sem pensar:

-Se eu te meter um beijão aqui e agora, você cala a boca???

Confesso que me assustei com as palavras que eu mesma disse, mas a reação dela era impagável. Confusão? Vergonha? Pânico?? Só Deus sabia o que se passava na cabeça daquela coitada. Sem mencionar que ela se calou por completo.

- Ótimo, agora que você me deixou falar...

Fui interrompida de novo. Dessa vez não por palavras, mas sim por ações. Uma ação, pra ser mais específica.

Uma hora a gente estava quase começando uma discussão e agora a gente está se beijando.

 Bem, não era necessariamente um beijo. Era um selinho... intenso?

Acho que ela preferiu apostar todas as fichas dela no selinho super bem feito, do que num beijo convencional.

Eu retiro totalmente o que eu disse anteriormente, se eu pudesse voltar no tempo, eu voltaria e aceitaria o beijo que ela me ofereceu.

Seria uma HONRA de beijar essa beldade em um circulo fedendo a vomito, ao som de um cantor sertanejo que absolutamente ninguém conhece. Meu pai amado, como eu fui otária.

Entre bebidas e bitocas (Nobamaki Shortfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora