Ela está respirando (Bethyl)

Por que você é minha garota

Os dedos de Daryl tamborilavam em um ritmo afetado no volante, parando e acelerando novamente, engatando e acelerando. Sua perna balançava quase no mesmo ritmo enquanto ele dirigia a caminhonete pela estrada, ocasionalmente diminuindo a velocidade para contornar um carro ou um andador quando alguém cruzava seu caminho. Ele tinha esse sentimento. Aquela sensação de coceira , aquela que fazia os cabelos de sua nuca se arrepiarem, embora ele não conseguisse identificar o porquê.

Ele odiava aquela sensação quando surgia do nada, quando não havia nada ao redor que ele pudesse imaginar que a desencadeasse. Um suspiro saiu de seus lábios e ele passou a mão rudemente pela nuca, antes de colocá-la no volante para tamborilar um novo ritmo.

“O que há de errado, Daryl?” A voz suave e preocupada de Beth quebrou o silêncio, quase o surpreendendo. Não que ele tivesse esquecido que ela estava ali, era só que havia uma facilidade sempre presente entre os dois agora, onde a presença dela ali era tão natural que às vezes ele nem pensava nisso. Quando ele olhou para ela agora, ele pôde ver uma pitada de preocupação em seus olhos, escurecendo um pouco o azul-centáurea enquanto ela estudava seu rosto.

Se fosse qualquer outra pessoa, ele teria apenas grunhido, mas como era Beth, ele se pegou perguntando: “Como você sabe que algo está errado?”

Um leve sorriso apareceu nos cantos de seus lábios, e então Beth respondeu: “Eu posso dizer. Quando você fica com vergonha, você passa a mão no cabelo. Às vezes, quando você está pensando, você coça a barba. Porém, quando você está preocupado com alguma coisa, você meio que tamborila os dedos ou balança a perna, e às vezes esfrega a nuca. Você fez isso a manhã toda.

Algo na maneira como ela se lembrava de coisas assim fez Daryl sorrir interiormente. Não era apenas porque ela era observadora de tudo em geral, embora ela fosse. (Isso era parte do que a tornava tão boa em rastrear e caçar.) Era o fato de ela notar essas coisas nele . Antigamente ele odiava as pessoas olhando para ele, tentando desmontá-lo. Ainda assim. Mas com Beth nunca foi assim. Ela o estudou sozinha, em silêncio e sem pressão, e entendeu, e então se lembrou. Tudo o que ela aprendeu ao observá-lo pareceu influenciar a forma como ela interagiu com ele mais tarde; ela sempre sabia quando ficar quieta ou quando pressionar, e ele realmente apreciava isso, depois de uma vida inteira de pessoas parecendo nunca saber como reagir perto dele.

“Você já teve essa sensação, tipo... algo não está certo? Como se você estivesse nervoso ou esperando por alguma coisa, mas não soubesse o que é? Ele perguntou as palavras de maneira grosseira, como se não tivesse certeza de como expressá-las, porque na verdade não tinha. Pelo menos ele se sentia muito menos estranho conversando com Beth do que com qualquer outra pessoa.

Ele podia sentir os olhos dela sobre ele, estudando-o, considerando o que ele estava perguntando e talvez examinando suas próprias memórias para decidir se ela entendia. "Eu penso que sim. Como esse tipo de sensação incômoda que você tem, certo? Ele olhou para ela e assentiu. “Eu entendo mais com as pessoas, eu acho. Às vezes eu apenas olho para as pessoas e tenho aquela sensação incômoda de que algo não está certo com elas.”

Daryl 'hmm-ed' e se virou para olhar a estrada. “Costumava acontecer isso às vezes, quando uma das vendas de Merle ia dar errado. Ou quando uma situação estava prestes a dar errado em geral, como em um bar ou algo assim, quando Merle colocou as mãos na garota errada.” Ele bufou. “Pensando bem, geralmente envolvia Merle de alguma forma. Ele estava sempre se metendo em problemas. Seus dedos tamborilaram. “Fiquei mais forte depois que as coisas mudaram. Às vezes, as coisas simplesmente não parecem certas, sabe? Às vezes era menor, como certos edifícios em pistas ou cidades pelas quais passavam. Outras vezes era maior, como aconteceu com Woodbury e o Governador.