Voltei para casa pensativa no que Tifanny havia me dito, por mais que estou diante do meu futuro ainda me sinto culpada por não ter tratado ele da melhor forma.
Me disperso enquanto leio livros de romance da Collen Ouver, ela é uma das minhas escritoras favoritas. Quando olho para o relógio na parede percebo o quanto estou atrasada, tiro as minhas roupas e entrou do chuveiro com a temperatura quente, que provavelmente faria a minha mãe infartar, se visse eu uso essa água para os meus cabelos também.
Desligo o chuveiro e vou até o guardar roupa, escolho uma camisa simples, uma calça jeans que marca ainda mais as minhas curvas e por fim pego um suéter preto, passo o meu perfume e penteio o meu cabelo, no rosto passo apenas um blush e um batom, pego a minha bolsa e saio apressada, o próximo ônibus passa as 18:30 e já são 18:20, quando já estou chegando no ponto minha barriga ronca com fome, droga! Esqueci de lanchar, vou até a lanchonete que fica do lado, compro um refrigerante e um bolinho de queijo. O ônibus chega e eu corro para achar um lugar, quando sento aprecio o meu lanche. Depois de 20 minutos eu chego no local e espero a minha vez.
— Penélope Kaminski?
— Sim, sou eu! — Entro envergonhada e não olho muito pelos arredores.
— Vamos começar...
Saí da sala, ainda trêmula, fico esperando o meu táxi chegar, sento no banco de madeira e inspiro. Observo os carros que passam com uma velocidade acima do normal, um carro passa em um buraco e espirra água no meu suéter, DROGA! O meu suéter novinho, será que ele tem noção do quanto isso é caro? O meu dia havia sido péssimo, então não liguei de sentar no banco molhado e chorar por alguns minutos, para ser sincera é uma das coisas que mais tenho feito ultimamente, quando não estou chorando estou me contentando com a miséria, esse é o meu lema.
O táxi chega e entro apressada, quando estamos chegando a minha residência volto a lembrar da paixão repentina de Julius, eu nunca fui uma garota que estava rodeado de garotos, eu não os julgo. Já que só aprendi a me cuidar quando tinha 14 anos, mas não queria que esse romance fosse com ele, não mesmo.
Eu desço do carro e deixo o meu celular cair, ele começa a deslizar no morro molhado, e corro atrás dele.
— Seu? — Um garoto pega o aparelho.
— Sim! Obrigada, eu teria provavelmente perdido ele com a ladeira.
— Não precisa agradecer. — Eu o encaro, mas não consigo ver a sua feição.
— Então você mora aqui?-Ele tira o capacete.
— Espera! Você não é o garoto indelicado da cafeteria?
— Sim, sou eu mesmo! Matteo. — Ele estende a sua mão.
— Ah, que desprazer. — Faço uma careta. De todo jeito, muito obrigada.
— Eu devia ter deixado o seu celular cair no bueiro. — Ele segue em direção a moto.
— Idiota. Sussurrei. -Buona notte!
-Buona notte, cabelo de fogo. Foi um prazer te ver! Você deveria voltar na cafeteria, eu amo receber a sua visita.
— Qualquer dia desses passo lá. — Respondi sem muita animação. Eu estava muito feliz.
Entrei em casa com a intenção de permanecer fora dela o resto da noite, tirei a minha roupa e deitei na cama, terminei de ler alguns livros, e fiquei observando o céu até pegar o sono.
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Meu despertador tocou, levantei da cama e repeti toda a minha rotina novamente, dessa vez pulei o café, estou com outras intenções. Peguei a minha bolsa e saí apressada, repeti o mesmo caminho e cheguei na cafeteria.
— Bom dia! Tem uma mesa vaga no último corredor. - A atendente diz.
— Ok, muito obrigada. — Vou até a bancada e peço a bebida italiana, depois vou para a mesa, enquanto aguardo.
— Cabelo de fogo? Que visita maravilhosa. — Matteo pronuncia enquanto limpa as mesas com o uniforme da cafeteria.
— Matteo? — Pergunto espantada.
— Porque a surpresa, não esperava me ver limpando as mesas?
— Eu pensei, que você fosse...
— O dono? Muitos acham isso, mas trabalho aqui nos finais de semana para ajudar o meu tio. A cafeteria é da minha família.
— Ah... entendi, pode me dar um cardápio? — Ele entregou e me encarou por alguns segundos.
— Você namora Penélope?
— Por que quer saber? — Não vou responder de imediato, provavelmente ele vai rir se souber que só beijei na boca três vezes, e nunca estive perto de um namoro.
— Porque você é atraente, e eu gosto da cor do seu cabelo. — Droga! As minhas bochechas coraram.
— Eu não namoro, na verdade, eu nunca namorei. — Tomo um gole da bebida.
— Eu também não, e para ser sincero, não me arrependo... você já ficou com quantos garotos?
— O quê? Não te dei essa intimidade!
— Me desculpa... não queria deixar você desconfortável.
— Tudo bem, eu já estava de partida.
— Penélope... ele suspira. Você poderia me passar o seu número? — Tiro um pedaço de papel e anoto o meu número, pago a conta e entrego para ele.
— Obrigado! Você deveria voltar mais vezes. — Sorrio sem graça e me arreeiro da cafeteria.
Corro para o metrô, até que escuto o meu celular tocar na mochila, e atendo.
— Penélope estou com a minha tia no hospital, não vai dar para eu fazer o trabalho com você. Seria egoísmo meu comemorar que Julius não poderá vir?
— Tudo bem, não me importo de fazer de sozinha, como eu ia fazer o discurso e escrever vou só imprimir umas fotos.
— Então ta, vou te recompensar depois, por acaso você pensou sobre a nossa conversa ontem?
— Ainda não, tenho andado muito ocupada ultimamente, você sabe que não quero te dar expectativas. Vou precisar desligar, o trem chegou.
Desligo o celular e procuro um banco perto da janela, abro a minha bolsa e certifico se não deixei nada para trás, quando me dou conta que esqueci do cartaz, ligo para Tifanny, mas ela não me atende, então espero até eu chegar na faculdade.
— Penélope? Eu pensei que não vinha mais.
— Eu fui à papelaria, acabei esquecendo o papel para o cartaz.
— Então foi para isso que me ligou?
— Sim, eu queria saber se você tinha um.
— Que pena, eu estava com Jonathan, quando fui retornar o meu celular descarregou.
— Tudo bem, já resolvi. — Eu realmente queria que estivesse tudo bem, mas ultimamente ela tem andado tão ocupada com o namoro, que tenho evitado ao máximo pedir a sua ajuda.
— Tifanny e Penélope voltem ao trabalho, ainda temos muitas coisas para fazer. — A professora fala.
Vou até uma mesa vazia e começo a escrever as coisas na cartolina, por um momento pensei no garoto da cafeteria, talvez tenha sido só mais um pensamento aleatório, enquanto tento fazer um trabalho grande sozinha.
IG: @fanficsara
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O Caos Perfeito
FanfictionPenélope era uma jovem de simplicidade cativante, apreciadora ávida de literatura e aspirante a estudar numa universidade italiana. Assim que atingiu a maioridade, partiu rumo ao seu ansiado objetivo. Na Itália, cruzou caminho com um homem que seria...