É normal que procuremos por aquilo com que nos identificamos, então não estranhem quando digo que quero uma quase história, talvez esse seja o pior tipo de história para acompanhar, mas quero me olhar pela visão de terceira pessoa. Então sim, mesmo que a leitura seja difícil, eu suplico por uma história onde tudo é um quase. Não quero sobre aquela pessoa que é a melhor da turma, eu quero a quase melhor. Não quero sobre aquela pessoa que é a pior da turma, quero a quase pior. Eu não quero o romance, quero o quase romance. Quero acompanhar alguém vivendo como eu, em um limbo, no quase, porque a minha vida sempre está para acontecer, estou quase lá. Tem potencial, consigo sentir, mas está quase lá. Tenho potencial para ser a melhor/pior aluna, mas permaneço no quase lá. Nós temos potencial para ser um casal, mas permanecemos no quase lá. Tenho potencial para alcançar os meus sonhos, mas permaneço no quase lá. O quase te prende e liberta, é uma tortura e um paraíso. Poderia estar vivendo a pressão de ser a melhor/pior aluna, mas estou quase lá. Poderíamos estar vivendo a complicação que é o amor, mas estamos quase lá. Poderia estar vivendo meu conturbado sonhos, mas estou quase lá. O quase me torna invisível, mesmo que seja ruim também é bom, porque os fantasmas não tem uma vida complicada de ser a melhor aluna, ter os melhores relacionamentos, viver o sonho. Eu tenho grandes sonhos, possuo potencial, mas enquanto estou no quase, não preciso chegar no fim da linha e não tenho como ser a perdedora, eu permaneço quase lá na expectativa de chegar e no temor de perder.
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Meu caos, minha arte
RandomCá jaz meus pensamentos, meus demônios, meus anseios, minhas dores, minhas alegrias proibidas, minhas lágrimas contidas... Cá jaz meu caos, minha arte.