Mais uma vez, o sol não tinha nem despontando no horizonte e Sunghoon já estava correndo pela avenida com os patins na bolsa e fones no ouvido.
Suas pernas longas facilitavam tanto na velocidade, quanto encurtar a distância entre sua casa e o clube de patinação que se localizava no centro de Melbourne.
Sorria como uma criança só de imaginar-se chegando lá, calçando seus patins brancos e deslizando com graça e fluidez na pista congelada. Era muito bom.
O Park parou de correr assim que chegou em frente a uma casa de dois andares simples, com as paredes brancas.
Sem demora, já abriu o portão e foi em direção a um vaso grande que ficava ao lado da porta principal. Eram onde guardavam a chave reserva. Pegou a chave e destrancou a porta, entrando devagar.
Não se demorou muito, tirou os sapatos e apoiou os patins ao lado da sapateira e subiu. Andou pelo pequeno corredor até uma porta de madeira escura, abriu-a com cautela e entrou calmo.
O quarto estava apenas com uma meia luz roxa, mas Sunghoon conseguia distinguir tudo perfeitamente, afinal, não era a primeira vez que vinha ali nesse horário.
Parou na porta por alguns segundos, esperando que a vista se adaptasse ao ambiente e finalmente se pôs a andar até a cama, onde um corpo repousava tranquilamente.
Aquela era a casa de seu – palavras de Sunghoon – melhor amigo, Sim Jake.
Eles eram amigos de infância e se conheceram quando Sunghoon e sua família se mudaram para a Austrália por conta do emprego de ambos os pais.
Se conheceram na escola e descobriram que eram vizinhos quando voltavam para casa após um dia de estudos, depois disso, nunca mais se desgrudaram e mantiveram a amizade até hoje.
Para Park, já era comum sair antes do nascer do sol para aproveitar o clube, já que era o único horário que estava aberto e cem porcento vazio. E claro que ele arrastaria Jake junto.
Desde então, o moreno tem vindo a casa dele todas as manhãs, entrado, ido até seu quarto e o acordado para que fossem ao clube patinar. Bem, para que Sunghoon pudesse patinar e Jake observar.
Com um sorriso mínimo, o coreano se aproximou da cama do amigo e o observou um pouquinho. Jake estava completamente esparramado na cama, com uma perna pendendo para fora do colchão, um braço acima da cabeça e outro apoiado na barriga, a cabeça virada para o lado e de boca aberta ressonando baixinho.
O Park riu baixinho antes de começar a balançar o Sim de maneira calma e leve para não assustá-lo.
Finalmente o loiro se mexeu e começou a murmurar algo: –...Mom...five minutes...– e se virou para o outro lado, fazendo o maior revirar os olhos.
Às vezes ele esquecia que Jake tinha o inglês como sua língua materna e fazia uso dela em casa.
Mais uma tentativa. Mesma reação.
Até que Sunghoon teve uma ideia. Já passavam das quatro e meia da manhã e estava esfriando, então, o loiro segurou a colcha do amigo a puxando sem dó e o vendo se encolher e começar a buscar a coberta com a mão e olhos fechados.
— Shit...– Jake tinha uma voz arrastada, mas finalmente abriu um pouco os olhos e se virou para o lado do Park, agarrando a coberta que este segurava –...Geladinho, me devolve minha coberta.
— Nem pensar, Sr.Sim! – puxou o objeto das mãos do australiano novamente – Você precisa levantar!
O moreno parou um pouco e fez uma careta, provavelmente forçando seu cérebro a funcionar e lembrar se ele realmente precisava levantar esse horário do qual ele não tinha ideia qual era.
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Geladinho • jakehoon
FanficOnde Jake adorava provocar seu amigo de infância com um certo apelido irritante. ou Onde Sunghoon gostava de patinar no gelo e Jake gostava de provocá-lo com apelidos.