Até hoje, trago comigo os singelos momentos que juntos compartilhamos. As tuas fotos ainda carrego na bolsa, na memória, no meu coração.
O tempo não pára, de fato, passa ligeiro, inverno vai, inverno vem, aqui dentro sinto um grande aperto. Sinto falta do teu sorriso largo e acolhedor.
São tanta recordações, momentos, histórias contadas por ti, que ainda permanecem em mim, e sou capaz de recitar, Tim-Tim por Tim-Tim.
Aquela sala vazia onde tínhamos o hábito de sentar em roda, trazia a sensação de amplo espaço maior do que era condizente, casa simplesinha, não tinha luxo não tinha nada, exceto uns tamboretes recostados nos cantos das paredes que o tempo não poupou.
De repente, o tão esperado, sinto um forte cheiro no ar que surgia do lado direito do terreiro da cozinha, era café adoçado, como de costume, com rapadura, feito no fogão à lenha, tão encorpado!
Também não demora, logo ouço a conversa de um boiadeiro cheio de vantagens, que sempre há mais um cadinho de prosa à contar, histórias sem fim...histórias repetidas, histórias contadas por ti, muitos se achegavam para ali- ouvir.
Que nostálgico!
Saudade sim, sinto tanta saudade de ti - meu pai.