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"Never one without the other
We made a pact
Sometimes when I miss you
I put those records on"

"Never one without the otherWe made a pactSometimes when I miss youI put those records on"

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— Ei, eu vou estar aqui sempre que precisar de mim. — ela pôs uma mão no ombro dele, o encarava com seus olhos enormes e verdes como se precisasse que ele entendesse isso.

Mas desde os últimos meses, ter Bruce perto dela e saber que ele esteve lá foi muito importante para ela. E se sentiria feliz se ele sentisse o mesmo por ela.

— Meus pais diziam isso pra mim. — ele apenas sussurrou de volta. Se os dois não tivessem sentados no mesmo degrau da escada do DP de Gotham, não teriam se ouvido naquele tom baixinho. Os olhos grandes e calorosos dela piscaram devagar, notando a feição do homem a sua frente.

— Vem cá... — ela entortou um pouco a cabeça e se apoiou no ombro dele. Bruce podia parecer maior agora, mas continuava sendo o garotinho assustado que ela conhecera a alguns anos, e seu terror transparecia isso.

Ele não moveu um músculo do lugar com a mudança de posição dela, continuava erguido e sério, encarando um ponto aleatório do escritório. Seus olhos pareciam tão vazios, não conseguiam transparecer o peso de tudo que se passava na cabeça dele.

E de repente, um barulho estrondoso.

Selina abriu os olhos, mas se arrependeu do movimento quando a claridade ofuscou seus olhos verde-esmeralda. Sua cabeça girava, parecia ter sido atropelada por um caminhão de carga, seu corpo doía e estava sensível a tudo.

A mulher se revirou na cama, enrolada nos lençóis pretos, virou para o outro lado da cama — nunca admitiria, mas na expectativa de encontrar
ele ali, com ela —. Mas é claro que
ela estava sozinha na cama, porque se não estivesse sozinha não teria bebido tanto na noite anterior e acordado com essa ressaca infernal.

Então, Selina, identificou quem foi o responsável por a acordar daquele sonho perfeito quando ouviu um miado. Otto, seu mais novo gatinho de estimação.
Otto aparecera em cima da caçamba de lixo que ficava na viela ao lado do prédio onde morava agora, mas ela não tinha a intenção de adotá-lo até perceber que havia chegado em casa e o gatinho malhado a acompanhara por cinco lances de escada.

O gato estava sentado em cima da beira da mesa do quarto, onde um rádio e sua coleção de CDs estavam empilhados. Otto havia derrubado vários, talvez porque estivesse com fome, mas um em específico a chamou a atenção: aquele com a música antiga e lenta que os dois dançavam sempre.

Na cabeça de Selina, Bruce nunca foi exatamente um rebelde, nem mesmo naquela fase das festas após a morte de Ra's, ele só queria (precisava) se sentir mais livre. Alfred era maravilhoso mas as vezes o sufocava um pouco também. Na cabeça dela, também, o que mais fazia Bruce gostar da companhia dela era o quanto ela o deixava livre para fazer e agir como quizesse. Talvez a pressão na vida dele era tanta que ele precisasse disso.

Isso não era mais importante, porque Bruce não estava mais lá. Ele fugiu, e arrancou o coração dela junto.

Só que as memórias junto dele, ao longo de cinco anos que passaram juntos, eram boas e duradouras demais para soprarem como vento pela janela.

———

— Bruce, você está bêbado demais pra fazer isso, me dá aqui! — a menina esticou seu corpo para alcançar o objeto das mãos de Bruce, mas a diferença de altura não a ajudava.

Eles estavam no quarto dele, no segundo andar da casa. Selina, deitada na cama dele como se fosse dela, usando uma camisa velha dele como pijama. Bruce estava confuso demais para entender como ela estava ali, mas ela ali não era mais grande novidade. Estava virando rotineiro.

Kyle se pôs de pé em cima da cama, se tornando mais alta que o namorado, e alcançando facilmente o disco de vinil das mãos dele com um sorriso largo. Bruce poderia estar bêbado de vodca com whisky, mas não ela. Selina odiava bebida, — e trabalhava num bar,
como bartender —.

Ele a golpeou, a derrubando na cama e tomando controle da situação, as risadas dos dois ecoavam
pelo quarto como uma melodia alegre, um raro som entre os dois. Entre beijos e amassos, ele tomou o disco de vinil das mãos dela delicadamente e a posicionou sentada no meio da cama dele.

— Deixa comigo, gata. — Bruce usou o apelido dela propositalmente, com o intuito de a deixar corada assim como estava agora.

Os tempos atuais não estavam dos mais fáceis entre os dois, principalmente Bruce, mas Selina estava feliz por ele, pelo menos, não estar mais bebendo fora de casa como antes.

— Se Alfred te ver mexendo nos discos antigos dele, você vai ver só! — ela ameaçou com uma risada, vendo a careta que o moreno a lançou.

A música começou lenta e foi tomando ritmo, a melodia ecoava de uma pequena vitrolinha numa mesa no canto do quarto.

Bruce estendeu os braços para ela, a chamando para dançar, e Selina recusou com um sorriso educado. Ele não queria saber, queria dançar com ela.

— Bruce, eu não danç- Bruce!! — ele se aproximou da ponta da cama onde ela estava sentada e enlaçou a cintura dela, a levantando pelo ar.

As mãos firmes dele na cintura dela a ofereciam uma sensação de segurança que ela não estava acostumada a sentir. Ela era viciada no jeito que se sentia ao redor dele, podendo sentir o calor dele se misturando com o cheiro de algum destilado caro que ele exalava.

Ele a girou pelo quarto, como talvez nunca faria sóbrio.

— Cara dama, me daria a honra de dançar esta música lenta comigo? — encenou Bruce, se curvando para ela.

Selina riu e acenou com a cabeça, formando um "sim".

Ele a puxou pela cintura para mais perto dele, do corpo alto e suado, o cheiro tão característico de perfume caro, destilado e suor, a lã do tricot que usava raspando na bochecha de Selina.

Aquela era a sensação mais confortável do mundo, estar ali com ele transformava tudo em algo mais especial.

Os dois rodopiavam, sem muito jeito, pelo chão do quarto, enquanto a música rolava, uma por uma, e os dois não se importavam em ouvir o álbum todo.

Com ele, Lina se sentia em paz, se sentia em casa, finalmente.

Então, dois miados consecutivos de mais um baque no chão aignificavam que Otto havia descobrido qual era o som de um vaso de flores se estraçalhando no chão.

Selina se levantou da cama e decidiu que o melhor a se fazer era ir dar comida aos seus gatos.

Notas: oioii gente! sim eu sumi mas prometo que vou voltar a escrever 😭
vou tentar atualizar Dark Heart ou Reckless assim que eu puder (aproveitem e deem uma passadinha lá! não vão se arrepender!!)
beijo pra vcs ❤️

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⏰ Última atualização: Jul 27 ⏰

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|| the one that got away.       batcat ficOnde histórias criam vida. Descubra agora