Capuccino

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- Sabe latina, admito que você é uma mulher de personalidade.

As duas mulheres estavam sentadas uma de frente pra outra no café, da Camila para ser mais clara, a latina fez questão de que fosse no local.

- Direto ao ponto Francinne. - diz Camila.

A mulher sorri de lado se ajeitando na cadeira. Camila na verdade não sabia as intenções da outra, mas aquilo não cheirava bem, tudo o que vinha daquela mulher, não era uma boa coisa pra Camila.

- Quero pedir que se deixe me conhecer direito latina. - começa. Camila rola os olhos. - As aparências enganam sabia?

Camila nada responde, mas continuava a analisa-la. Por quê essa vontade em se aproximar? Além disso, esse sobrenome quem não era estranho pra ninguém, até mesmo pra Lauren e principalmente pra Camila, mas a latina poderia estar errada, quantas pessoas teem os sobrenomes parecidos? E também ela não lembrava a...

- Sou amiga da Lauren, quero ser amiga da espo..-

- Ex. - interfere a latina. - Ex esposa e agora amiga. Olha Francinne, não me interessa o que você é da Lauren, eu não fui com a sua cara e isso não vai mudar.

A mulher sorri.

- Eu posso te fazer mudar de ideia.

- Você está dando em cima de mim? - solta uma risada. - Dando em cima da ex da sua amiga? Nossa, Lauren soube escolher as novas amizades. - solta com sarcasmo.

- Acho que a Lauren não se importaria. - diz com ar divertido. - Mas não, quer dizer, se você quiser eu quero.

Já cansada daquilo, Camila se ergue da cadeira pronta pra sair dali, não queria mais participar daquela conversa que não iria levar a lugar nenhum, já que não estava disposta a virar amiga daquela mulher. Mas o que Camila não havia percebido, que num momento rápido, Francinne tinha despejado um pó em seu Capuccino enquanto a outra procurava seu celular na bolsa pendurada na cadeira. Um descuido praticamente idiota pra quem está de fora, mas na hora, a distração é normal.

- Bom eu..- Camila para de falar assim que sente uma pequena tontura, ela coloca a mão na cabeça enquanto tentava se apoiar na mesa.

- Latina? Está tudo bem? - pergunta Francinne. Em seus lábios um sorriso sombrio brincava.

- Eu...n-não..- algumas pessoas percebendo o que acontecia, começaram a se aproximar oferecendo ajuda.

Francinne agradeceu a todos e alegou levá-la para o hospital. Camila não conseguia organizar sua cabeça, já que estava totalmente "envenenada" por assim dizer.

Na porta do café, a mulher andava a passos rápidos em direção ao carro, ninguém desconfiara de nada, mas quem iria desconfiar? No máximo pensavam que eram duas amigas que estavam tomando um café, e uma passara mal.

- Tão descuidada latina. - sussurrou.

Prestes a pôr o corpo da mulher no carro, Francinne olha ao redor se certificando se alguém a olhava, ninguém estava no estacionamento, o que facilitava mais ainda o seu trabalho, mas o que ela não contava era que no mesmo instante, alguém saía de dentro do café. Uma pessoa bastante conhecida pela latina.

Assim que viu o que acontecia, a mulher pôs-se a correr em direção às duas.

- O que você pensa que está fazendo?!

...

Longe dali, no parque, Lauren, Nicolas e Michelle brincavam de corrida. Sim, corrida, Lauren mesmo caindo de cansaço pela idade, não parava e gostava de ver seus filhos sorridentes e felizes.

- Tá bom, vamos da um tempinho pra mamãe aqui recuperar o fôlego. - pede Lauren jogada na grama.

Michelle e Nicolas se jogam ao lado dela.

- Vocês não param!

- A senhora que tá velha mamãe. - diz Nico, Lauren faz cara de ofendida.

- Não me chame de senhora, pelo amor de Deus! Não sou tão velha.

As duas crianças caem na risada. Lauren os acompanha.

- Você e a mama ainda estão de mal mamãe? - aquele garoto tem uma boa memória e é muito esperto. Pensa Lauren.

- Mais ou menos. Somos amigas pelo menos. - sussurra a parte final.

Depois daquele pequeno descanso, os Jaureguis continuaram o passeio, brincaram e depois foram tomar sorvete. Claro que Camila não saberia daquilo, já que a latina havia deixado bem claro que os pequenos não podiam tomar sorvete pois o dia estava meio frio, mas....

...

As duas mulheres se encaravam silenciosas. Camila agora desacordada estava no banco de trás do carro enquanto Francinne se mantinha do lado de fora.

- O que está acontecendo aqui?

A mulher se aproxima rapidamente, mas é interditada pela outra.

- Ela passou mal, levarei ela para o hospital. - Normani a olha dos pés a cabeça e tenta passar pela mesma, e mais uma vez, a morena a interdita.

- Se você se mover para minha frente mais uma vez, minhas unhas com certeza irão fazer uma festa nesse seu rosto de puta rica. - a negra ameaça sorrindo cínica. Francinne não intervém.

Normani percebe que a amiga estava desacordada, então prefere avisar a Dinah. Enquanto a outra não chegava, a negra não saira de perto nem por um segundo, não confiava nessa Francinne nem se ela fosse eleita a monje mais verdadeira da face da terra, e também Camila havia falado mal da mesma para Normani.

- Não precisava incomodar a DJ, eu mesmo levaria.

- Cala a boca. - resmunga. - Como isso aconteceu? - Francinne faz cara de confusão pela contradição da outra.

- Não sei, nós estávamos conversando e..-

- Conversando? - pergunta a negra. Francinne assente.

- E aí ela já ia, mas começou a passar mal e..-

- Ela estava conversando com você mesmo? - interfere de novo. A mulher bufa.

- Então ela alegou estar tonta e..-

- Aí você aproveitaria para pegá-la, colocá-la em seu carro e levá-la para algum lugar desconhecido e longe de todos nós, para fazer o que quisesse com a mesma, e no outro dia acharmos o corpo da minha amiga totalmente sem vida.

Francinne empalideceu.

- Mas o-oque?

Normani ri.

- Você não tem cara de quem matou ou mataria alguém.

A negra se volta para amiga que ainda se encontrava desacordada. Aproveitando isso, Francinne abre um sorriso totalmente despercebido pelo outra.

- Óbvio que não.



It's Never Too Later For Love Onde histórias criam vida. Descubra agora