END GAME | Spencer Reid

≀ ꒰ EG ꒱ ៹ ﹫prologue, murders ⋆◝﹆

001 - Bem-vindos(ao) ao prologue da fanfic, espero que gosteeeem.

002 - Não esqueçam de comentar muito.

"Assassinatos"

Annabeth McLean

EU HAVIA DEIXADO MINHA VIDA para trás, havia sido mais fácil do que imaginei, afinal, não tinha família ou amigos, a única pessoa com quem tinha uma ligação de verdade, havia terminado comigo na primeira oportunidade e ido embora sem olhar para trás.

Depois daquela noite trágica, coloquei tudo o que tinha dentro de uma mala e parti de Las Vegas sem olhar para trás.

Quando cheguei no aeroporto, comprei um mapa dos Estados Unidos e o abri em meu colo, então fechei os olhos, deixando meu dedo correr aleatoriamente e decidir qual seria o meu destino, que acabou sendo o Texas. Quando cheguei, pintei o cabelo, mudei meu estilo, comprei uma pequena casa com as minhas economias, falsifiquei documentos e histórico médico, então me matriculei no curso de Administração, entrei para as líderes de torcida e me tornei popular.

Apenas mais uma loira no meio de tantas outras.

Ninguém classificaria Annabeth McLean como inteligente, todos diriam que eu era apenas mais uma popular que só se importava com status.

Meu plano funcionou perfeitamente por um ano e três meses, eu tinha um namorado gostoso e minha "família" era o time de líderes de torcida, íamos a jogos e fazíamos festas incríveis. Então, há duas semanas atrás, em uma das nossas festas, uma garota do grupo, Lizzie, desapareceu.

Seu corpo foi encontrado sem vida em um banheiro afastado do campus.

Semana passada, estávamos ensaiando para o jogo do final de semana e tentando superar o que aconteceu com Lizzie. Quando o ensaio terminou, Melinda falou que ia encontrar o namorado no bar que havia no campus, dei carona para ela até lá e me despedi com "até amanhã".

Na manhã seguinte, seu corpo foi encontrado no meio da praça do campus.

A vida era uma cadela.

°°°

A TREINADORA DO TIME CANCELOU TODOS OS ensaios e me confessou no privado que o FBI havia sido chamado para investigar as mortes, fazendo meu corpo inteiro gelar.

Se eu fosse embora do nada, me tornaria a suspeita número um, mas se eu ficasse, teria que dar de cara com o meu passado.

Fui para a minha casa e escondi qualquer coisa que pudesse ter relação com a minha antiga vida, respirei fundo e tentei controlar o pânico que crescia dentro do meu peito, a ideia de desaparecer se tornando mais tentadora a cada segundo que passava.

- Deveríamos fazer uma homenagem para Lizzie e Linda - Rose disse na ligação, enquanto eu tentava distrair a minha cabeça arrumando a casa - O que acha?

- Pode ser, elas merecem isso, alguma ideia?

Rose suspirou.

- Pensei em fazermos um evento para arrecadar fundos para o abrigo de animais local, você sabe como elas adoravam ajudar animais - ela murmurou - E-eu sinto tanta falta delas...

- Eu também, Rose.

A campainha da casa soou e eu me aproximei da porta, olhei pelo olho mágico, vendo um casal parado ali. Considerando suas posturas, eu sabia que eram do FBI, então sem ter muita escolha, abri a porta e forcei um sorriso.

- Oi! No que posso ajudar? Se vocês estão aqui com o objetivo de me fazer participar do grupo da igreja, eu já aviso que não acredito em Deus.

O homem tirou os óculos escuros e me mostrou seu distintivo.

- Somos do FBI, Srta. McLean. Podemos conversar?

- Oh, claro... - voltei a aproximar o meu telefone do ouvido - Rose, te ligo mais tarde, ok? Mas já liga para as outras garotas para organizarmos isso, é uma ótima ideia... Amo você!

Desliguei o celular e me virei para os dois agentes, que já estavam na minha sala, olhando curiosamente ao redor.

- No que posso ajudar vocês?

- Sou o Agente Derek Morgan e essa é a Agente Jennifer Jareau. Estamos investigando a morte das duas garotas e descobrimos que você é a capitã do time, correto?

Sentei no sofá, sabendo que cada pequeno movimento meu estava sendo analisado, então, comecei a chorar, agarrando uma das minhas almofadas, imitando com perfeição a forma como Rose agiu ao descobrir que mais uma garota do time havia sido assassinada.

- E-eu não consigo entender - sussurrei, entre soluços - Uma hora, Lizzie e Lida estavam com a gente e então...

Jennifer Jareau sentou ao meu lado no sofá, colocando a mão em meu ombro.

- Eram próximas?

- Elas são a minha família, sabe? Fazemos tudo juntas, como treinos, dia das garotas, festas, arrecadação de fundos para orfanatos e abrigos de animais abandonados - respirei fundo, passando a mão pelo rosto para limpar as lágrimas - Desabafamos uma com as outras e... D-desculpe, é difícil.

Derek estreitou os olhos.

- Mora no Texas há muito tempo?

- U-um ano e três meses.

Mentiras parciais eram mais difíceis de serem captadas, ele havia me dito isso uma vez.

- Seus pais morreram quando era criança, não é?

Eu odiava aquele assunto com todas as minhas forças.

- Sim.

- Onde você morava antes daqui?

Perguntas demais que havia ficado óbvio que eles investigaram minha vida e não acharam coisas o suficiente.

- Las Vegas.

Jennifer deu um sorriso tranquilizador.

- Sempre gostou de ser líder de torcida?

Por ter um Q.I acima da média, me formei cedo demais na escola, com vinte e dois, eu já tinha doutorado, o que deixava óbvio que nunca fui a garota popular ou com amigos.

- Sempre foi o meu sonho.

A mulher pegou minha mão, me deixando nervosa por um momento.

- Você passou maquiagem na sua mão?

Fiz uma careta, precisava que eles fossem embora logo.

- Tive um acidente quando criança - admiti, odiando a maneira como meu corpo estremecia ao lembrar daquilo - acabei queimando minhas mãos, então prefiro cobrir com maquiagem do que ser obrigada a ficar vendo.

Agente Morgan cruzou os braços.

- Como foi o acidente?

Foquei o olhar no chão, tentando impedir as memórias de entrarem.

- Meu... Meu padrasto queimou minhas mãos, como castigo - murmurei - era só isso que queriam saber?

Os dois trocaram um olhar.

- Teremos que pedir que você não saia de casa - Jennifer disse - o próximo alvo pode ser uma de vocês.

- Não vou sair de casa ou abrir a porta para desconhecidos.

Esperei pacientemente eles irem embora, então tranquei a porta e me joguei no sofá, soltando um palavrão.

Foda-se, um ano inteirinho jogado no lixo.