"𝐒𝐄 𝐎 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎 dele me assombra, imagina o que ele faz com o próprio Mylo. "
𝐓𝐀𝐑𝐀 𝐂𝐀𝐑𝐏𝐄𝐍𝐓𝐄𝐑 se muda para um casarão com sua irmã Samantha Carpenter para que possa auxilia-lá a cuidar de uma garotinha de oito anos. Flora Fairchi...
Aos dezessete já havia me mudado umas quatro vezes, tudo em menos de um ano. E estava prestes a me mudar pela quinta. Sam estava crente que tudo seria diferente, honestamente, não consigo imaginar o que a faz pensar isso. Acho que ela torce para que seja verdade, para que consigamos nos estabilizar em um lugar onde tenhamos paz e dinheiro o suficiente para sobrevivermos. Não tem sido fácil desde a morte dos meus pais, mas lutamos todo dia um pouco para que tudo melhore. É o que estamos fazendo agora ao sair do Texas para Essex, na Inglaterra.
É uma cidadezinha no interior do interior da Inglaterra. Sim, foi necessário repetir a palavra "interior" duas vezes, é estrada que não acaba mais.
—Falta muito? —encaro minhas próprias pernas. —Senti o olhar reprovador de Sam em mim, pois era a terceira vez que eu questionava nosso destino.
—Tara, por favor! —Samantha quase rosnou o mais baixo que pôde para que o mordomo e motorista da mansão não ouvisse, mas temo que tenha sido em vão.
—O que? —eu à encarei. —Eu só quero saber se falta muito 'pra chegar. —esfreguei as mãos em minhas pernas para diminuir a ansiedade e o estresse.
A verdade é que essas viagens de carro me deixam a flor da pele. Foi um pavor para mim passar todos esses meses nos mudando de hotel para hotel. Quando tínhamos muita sorte, Sam conseguia um emprego em uma casa com um quartinho de empregada, onde nós duas tínhamos que dividir uma cama de solteiro. Então não foi difícil aceitar a proposta de emprego do senhor Fairchild em um casarão. Ser Au pair de uma criança de oito anos não deve ser tão difícil, ainda mais que, eu estarei lá para auxilia-lá no que for preciso.
Bem, aqui estou eu. Indo para um lugar que eu não conheço, com pessoas que eu também não conheço. Mas não é como se houvesse a opção de recusar, minha irmã precisa desse emprego, e eu preciso dela.
—Fique tranquila Tara— disse Owen, o motorista.—Já estamos chegando.
Continuo observando as árvores ao nosso redor. Tinha a impressão de que estávamos sendo levadas para um abatedouro igual duas leitoas grandes.
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—Cansada? —questionou olhando pelo retrovisor. Eu balanço a cabeça positivamente afirmando meu cansaço, não que eu precisasse, eu estava exalando isso. Foram quase três horas de viagem ora, esperavam que eu estivesse como? —Esses hotéis não são muito confortáveis mesmo.
Se refere ao hotel que estávamos hospedadas antes de virmos para 'cá. E realmente, não eram nada confortáveis. Os espelhos estavam tão cheios de poeira que quando passávamos o dedo neles, um bolo de pó cinza vinha junto. Os colchões das camas nem se falam, eram duros igual pedra. Juro que em alguns momentos questionei-me se estava deitada em uma tábua de passar roupa.
