Nossa inefável relação

01

  —Crowley, querido, se acalme por favor.
Não era a primeira vez que Aziraphale pronunciava essa frase naquele dia e o outro a quem pedia por calma não sabia pelo que se irritar mais pois entre o estrago a sua frente e o anjo quase rindo e pedindo para se acalmar em nada ajudava o seu humor.

E você caro leitor deve estar se perguntando o porquê de toda essa situação e bem essa gentil narradora que vos fala pode contar apenas que o motivo tem nome e sobrenome e esse era... Adam . O menino tinha ido passar o dia com seus padrinhos, Aziraphale e Crowley que depois dos acontecimentos passados, por mim ja contados, se tornou um filho para o casal etéreo. Era normal a relação de amizade entre o anjo e demônio com a família humana do garoto anticristo e por isso, tinha vezes dos dois irem visitá-los ou vice-versa e hoje tinha sido o dia dos dois receberem a visita do afilhado e seus companheiros amigáveis.

—Anjo não peça algo impossível! Olha o que aconteceu com a minha planta!
Crowley estava ficando vermelho o que não era um bom sinal e o anjo sabia disso, 6.000 anos de convivência o fez conhecer e compreender cada vez mais o ser de olhos amarelados, e vê-lo vermelho quase fumaçando era um claro sinal de irritabilidade e aviso de uma possível explosão, no sentido mais literal da palavra.

—Eu Juro que não foi intencional, eu estava apenas olhando alguns livros nas estantes e não vi o vaso.

—Sabemos querido, seu padrinho apenas está sentido pela planta. Vá brincar no segundo andar com seus amigos que nestante eu irei ver como vocês estão.

Depois de se certificar que as crianças já estavam no segundo andar o platinado se aproximou de forma carinhosa de seu amado e depositou vagarosamente e com simplicidade a mão no rosto do mesmo e retirou o óculos que cobria as íris mais lindas na visão do anjo.

—Podemos apenas resolver isso com um pequeno milagre meu amor. Agora ele se aproximou mais e estava pronto para abraçar o outro por sobre os ombros.  —Você sabe que não foi intencional.

Crowley estava ficando  mais calmo e pensava de forma mais racional, ter o seu anjo tão perto e falando de forma tão carinhosa o fazia esquecer de todos os problemas, dês do mais simples como aquele da planta aos mais difíceis.

—Não é o mesmo de cutivar, mas realmente podemos resolver isso com um milagre. Dessa vez ele retribui o abraço passando os braços ao redor do quadril largo do platinado. —Sabe o que me ajudaria a ficar mais tranquilo anjo? Ele recebeu apenas um simples aceno de cabeça em forma de negação. —Não sabe? Pois bem...
Aziraphale sabia entretanto sempre negava para poder vê aquele olhar maliciosa do amado e o sorriso sugestivo.

—Um beijo seu, apenas um beijo e tudo estaria resolvido.
O anjo depois de ouvir isso se aproximou lento e um pouco envergonhado e beijou a bochecha de Crowley, porém esse logo o puxou para um beijo de verdade apertando ainda mais o enlace na cintura do amado e aprofundou aquele gesto de carinho.

O beijo de lento foi se tornando mais sugestivo a algo quase impuro e mesmo quando o ruivo dava uns segundos para o anjo respirar ele voltava mais faminto e voraz ao beijo. Tinha demorado para ambos confessar o que sentiam e agora que o demônio tinha livre acesso ao corpo do anjo ele sempre deixava mais que claro o que sentia, ele não perdia a oportunidade e chegava a ser desesperado ao demonstrar os seus sentimentos. Quem via de fora percebia que Azi também o amava de todas as forças, contudo também era perceptível que Crowley era o mais necessitado daquela amor.

— Q-querido? Crowley!
Aziraphale tentava falar entre o beijo só que não surtia tanto efeito no ruivo.
—As crianças...
Crowley nem se importava com as crianças, na verdade até mesmo esqueceu da existência delas.

—Elas estão bem. Ouça estão até mesmo em silêncio e isso é um b...
Ele nem mesmo terminou a frase ao notar que na verdade silêncio e aqueles pirralhos não eram um bom sinal e se afastou a contra gosto dos lábios do seu mais adorável anjo.