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Enzo Fernández

— E, ela é incrível, mãe

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— E, ela é incrível, mãe. —Digo para o telefone puxando a grama do jardim .— Ela é a pessoa mais forte que eu conheço, e ela passou por tanta coisa, eu queria poder ter conhecido-a antes.

— Eu acredito que a gente tem a hora certa de aparecer na vida das pessoas, querido. — Seu tom tranquilo e acolhedor me aquece — E é importante que você esteja sendo o apoio de alguém, seu gesto foi lindo.

Eu a contei sobre Luna, cada detalhezinho. As coisas que eu percebi, as coisas que a própria me disse, e o que ela não disse também. Minha mãe é a pessoa que eu mais confio nesse mundo, e receber apoio dela numa situação tão delicada, era com certeza meu ponto fraco.

— Obrigado. — Acho que a minha voz começa a ficar embargada aqui. —  Você consegue acreditar que existem pessoas más a esse ponto, vivendo no mesmo mundo que a gente?

— Consigo, meu amor. — sinto seu sorriso daqui.  — Mas me conforta saber que também existem pessoas como você. Pra todo mal tem uma cura, eu prometo.

Respiro fundo. Sinto meus olhos queimarem e pela primeira vez eu me sinto emotivo com a história de Luna,o suficiente pra começar a chorar.

— E se não chegar pra todo mundo, mãe? Eu agradeço a Deus por estar no caminho da Luna e poder ajudar, mas existem outras meninas nessa mesma situação, ou pior!

— Infelizmente, a gente não pode ajudar todo mundo, meu amor.— Diz, sua voz ainda me tranquiliza.

Deixo o silencio se acomodar por algum tempo. Eu não gostava de chorar porquê não gostava de admitir que as coisas podiam me atingir. Mas Luna me atingiu desde o início e eu não podia evitar.

— Está tudo bem em chorar, querido.— Suas palavras parecem ler meus pensamentos, acabo soluçando. — Até seu pai chora as vezes.

— Eu te amo tanto, queria que você estivesse aqui sempre, todo dia.— Suspiro, percebendo que o sol já estava sumindo.

— Bom, nós vamos para o Natal.— Lembra.— Ryan está super animado.

—E, eu também to.— Seco meu rosto com a gola da camisa preta que eu vestia, respirando fundo uma última vez antes de me levantar.— Você podia vir antes?

— Antes quando, Enzo Fernández? - Escuto sua risada nasalada e rio junto.— Amanhã— Tento.— É que eu queria procurar os pais da Luna e queria levar elas em um médico, sei lá, consulta de rotina, sabe? Tem essa coisa de documentação, e ela precisa terminar o último ano também, né? Eu precisava de você.— Murmuro receoso, abrindo a porta de madeira sem pressa.

— Eu vou tentar, amor. — Essa era sua voz exata de quando ela estava se rendendo. Ufa.

— Se eu for, porquê eu não te garanto nada, eu chego a noite, tudo bem? Preciso ir agora.

— Ok, obrigado, eu te amo tanto.—Sorrio.— Tchau, até amanhã.

— Tchau, até amanhã

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Alright | Enzo FernándezOnde histórias criam vida. Descubra agora