Estátua de Homenagem.

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 Shota odeia a Comissão de Heróis, os odeia como nunca odiou alguém.

 O céu chorou pelos jovens heróis, choveu no dia do enterro deles, choveu antes e choveu depois, o céu foi cinza por vários dias.

 Todos os vintes foram enterrados juntos, uns ao lado dos outros. A Comissão que cuidou disso.

 Foi tudo uma tortura para Aizawa, seus filhos só foram enterrados três dias depois que morreram. Os corpos deles foram mantidos conservados durantes esses dias. A Comissão falou sobre fazer uma estátua em homenagem a eles e falou algo como ter todos aqueles que foram salvos do massacre lá.

 Eles provavelmente fizeram isso para tentar comover o povo, na tão provável esperança de que eles o perdoassem por mandar criança, ao que eles não sabiam ser, um massacre.

 Não funcionou, os civis não gostaram, os pais dessas CRIANÇAS não gostaram e Shota também não gostou.

 Quando a notícia de que a Comissão de Heróis cuidaria do velório deles foi anunciada, Aizawa foi informado por um Nedzu nenhum pouco satisfeito, que ele elaborou um plano para esfregar tudo o que resta da reputação da Comissão na lama.

 Uma estátua realmente foi erguida em homenagem a eles, bem, seus vinte filhos e ele.

 E até aquele ponto, Aizawa odiava aquela estátua, ele estava orgulhoso de seus filhos, mas odiava aquela estátua. Para os outros, a estátua pode até ser uma homenagem, pode até significar um agradecimento, mas não para Aizawa.

 Quando a estátua foi erguida, tudo que ela representou para Aizawa foi que seus filhos estavam mortos.

 E Shota a odeia por isso. Ele odeia o que a estátua significa para ele.

 A dor de perder seus alunos, seus filhos, foi demais para Aizawa. Shota NUNCA olhou duas vezes para aquela estátua.

 No caminho de sua casa, Aizawa estava tremendo, tremendo porque aquela parte egoísta dele está feliz por Midoriya não estar ali, está feliz por ele não poder o ver falhando. Aquela parte egoísta dele (a que ele odeia), se sente aliviada por Izuku não o poder ver falhando... desistindo.

 Desculpa-me.

 Eu falhei em salva-los.

 No dia seguinte em que a estátua foi inaugurada, Aizawa não foi visto. Preocupado, Hizashi foi verifica-lo, nada o deixou pronto para quando o encontrou.

 Quando ele bateu na porta, ele esperou que Aizawa a abrisse, nunca aconteceu, ele bateu uma, duas, três vezes, na quarta vez ele não esperou, ele pegou a chave reserva que ele tem da porta e abriu. Ao entrar, ele começou a chama-lo, nunca tendo resposta, ele procurou pela casa toda e nada, até que ele foi o procurar no quarto...

 A primeira coisa que ele viu foi frascos e muitos remédios espalhados, então sangue, muito sangue, quando a visão dele começou a ficar turva e embaçada, ele teve um vislumbre do lenço de captura de Eraser Head, ao tentar focar no lenço, ele teve que dar um passo para trás, Aizawa se enforcou em sua própria arma de captura.

 Nada o preparou para isso, então quando ele viu Shota, Yamada gritou o nome dele e, em seu desespero, usou sua individualidade.

 Talvez isso tenha sido demais para Hizashi.

 Quando o quarto de Aizawa foi investigado, os detetives encontraram em cima da cama dele uma foto de seus alunos. Seus filhos.

 No outro dia, sua morte saiu nos jornais, ao que parece, Eraser Head não lidou bem com a morte de seus alunos. E mesmo que quase todos os jornais quisessem um pedaço de informação de como ele morreu, demorou quase um mês para essa informação ser descoberta e publicada, foi um tipo de overdose, então quando as drogas começaram a abalar seu sistema, a mistura teve outra reação negativa que causou uma tosse de sangue e pouco antes de sua morte, como para si torturar, ele se enforcou com sua arma de captura.

O Massacre dos VintesOnde histórias criam vida. Descubra agora