PINGO NO I

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Nossos grandes planos de casamento teriam que ser colocados em espera até que o bebê nascesse. Montar o quarto, preparar os cães para a chegada do bebê, havia muita coisa acontecendo para se preocupar com a organização de uma festa gigantesca.

Optamos por não saber o sexo do bebê, embora Jungkook ainda estivesse convencido de que era uma menina. Ele realmente acreditava que o espírito que ele encontrou em seu sonho, ou o que quer que tenha sido essa experiência, era do sexo feminino. Ele atribuiu isso à intuição de pai.

Todos os itens que compramos para o quarto eram em cinza, branco e verde, embora Jungkook pegasse pequenos itens cor-de-rosa quando saía e os colocasse estrategicamente dispostos pelo espaço. Era essencialmente o quarto de um bebê do sexo feminino.

Minha barriga ganhou um apelido, Jungkook a chamava de “bolinha de praia”. No geral, a gravidez foi tranquila até o último mês.

Nós dois estávamos muito estressados, porque Jenna tinha nos avisado que planejava se mudar para o Colorado com o novo namorado. Ela também decidiu que os cães eram dela, e que tinha o direito de levá-los.

Jungkook tentou convencê-la de que ficar na Califórnia era melhor para os Dois Ds porque era o único lar que eles conheceram. Ela não concordou e ameaçou levar a disputa pela custódia aos tribunais. As coisas não estavam nada boas.

Eu fiquei tão agitado que acabei de repouso devido à pressão alta. E aí, além de se preocupar com os cães sendo levados, Jungkook agora tinha que se preocupar com a saúde do esposo e do filho que nem tinha nascido. De minha parte, eu me preocupava com o estresse que tudo isso impunha ao coração dele.

Os cães eram meu único conforto durante o período de repouso absoluto, já que subiam ao meu lado e me faziam companhia à tarde, quando Jungkook tinha que fazer as coisas pelo prédio. Ele nem resistiu à presença deles na nossa cama porque sabia o conforto que eram para mim. Eles ainda eram proibidos à noite, no entanto. Eu sabia que ele estava com medo de Jenna vencer a disputa e levá-los embora em breve. O resultado era que os cães estavam ficando mimados.

Um dia, Jungkook tinha saído para comprar algumas coisas que eu queria comer. Ele demorou duas horas além do necessário.

Quando finalmente retornou, ouvi a porta da frente fechar e ele dizer:

— Está feito.

— O quê?

— Está feito. Ela vai deixar os cachorros com a gente.

— O quê? Como?

— Fiz um contrato e paguei a ela.

— Você o quê?

— Eu joguei um monte de dinheiro em cima dela, o suficiente para não poder recusar. Eu não deixaria isso continuar nos aborrecendo. Não deixaria que ela os levasse para longe de nós.

— Quanto deu a ela?

— Não se preocupe. Nós temos verba para isso. E eles valem qualquer quantia.

Mais uma vez, Jungkook enfrentou a situação e veio em meu socorro. Lágrimas de alívio começaram a correr por meu rosto. Só naquele momento realmente percebi quanto o medo de perder os animais estava prejudicando a minha saúde e o meu bem-estar.

Jungkook normalmente não subia na cama conosco, mas naquela tarde ele se espremeu em um canto. Deitado na cama com os Três, senti uma paz imensa. O bebê estava chutando forte. Nossa família estava completa e ninguém podia tirar isso da gente.

Esse tipo de coisa não tem preço.

                                        * * *

Querido VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora