O acidente da Janela

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20:00 PM

Mathias

Aquela menina me cansa!
chego em casa bufando por cada situação que Ariéle me faz passar. bato a porta da sala e encosto a testa na porta deixando a paz me dominar. jogo minha bolsa no chão enquanto ligo a luz da sala.
A casa está bem silenciosa parece que não há ninguém em casa, minha irmã deve ter saído com meu pai e Grayce já deve ter ido embora.

Grayce é a nossa empregada mais também faz parte da família. Minha mãe e Grayce eram praticamente melhores amigas, sempre estavam conversando, rindo juntas. eu sempre brincava com o filho de Grayce no meu quarto. toda vez que grayce vinha trabalhar ela trazia ele.
Richard, era o nome dele. Ele faleceu ainda criança.

com apenas 12 anos morreu com o veneno de uma cobra chamada Taipan. ele foi picado enquanto acampava em uma viagem com nossas famílias.
naquele dia eu e Richard brigou então deixei ele sozinho perto de um riacho onde a gente brincava de "perdido na floresta". Brigamos porque senti ciúmes do jeito que minha mãe mimava ele, dava carinho, amor e tudo como se fosse mãe dele, eu não entendia muito bem na época... se ela era minha mãe ela tinha que dá carinho somente a mim!

Quando voltei pra pedir desculpas eu encontrei o seu corpo. ele estava tão pálido, sua boca estava bem roxa eu toquei nele e sua pele estava fria, muito fria por sinal.
Ele não se mexia por nada, eu tentava acordar ele pensando que ele estava apenas "brincando" comigo. mais eu estava enganado.
um grande menino tolo.

minha mãe me chamava de longe mais eu não conseguia responder e nem gritar, a voz não saía. parecia que por um momento eu tinha ficado mudo minha voz não saia por nada eu só conseguia ficar mechendo nele desesperadamente pra ele poder se levantar e brincar comigo.

Ela viu que eu a não respondia, então ela decidiu ir até a mim, enquanto eu sacudia o corpo do morto pra tentar "acordar - lo" Grayce e seu esposo e meus pais gritam o nome de Richard, meu pai me joga para o lado pra eu sair do caminho para ele poder ver Richard.
Ele vê que o menino não está mais vivo e todos berram seu nome. eu não sabia o que fazer nem o que falar nesse momento, depois desse dia eu não fui o mesmo, fiquei mais calado, não queria ter amigos eu só queria ficar com a minha mãe, minha mãe era meu porto seguro e mais ninguém!

Mas depois da morte de Richard ela também mudou, ficou um pouco depressiva, não me dava tanta atenção
Ela não me escutava, e não brincava mais comigo. então saí do melhor menino da escola para o pior menino da escola, fui expulso de três escolas, começei a fazer bullying com pessoas inocentes, perdi a virgindade com catorze anos com uma prostituta qualquer com o dinheiro que roubei do meu pai, começei a comer todas as meninas da escola, fiz várias e várias tatuagens, me envolve com "amigos" que não são boa influência.
Minha mãe saiu da depressão quando eu tinha quinze anos. Ela tentou me ajudar mais era tarde demais. eu já era um grande babaca.
Joguei as coisas que ela não fez por mim na cara dela, não queria mais saber do carinho nela mesmo eu querendo muito.

minha mãe se suicidou um dia antes do meu aniversário de dezoito anos, quando cheguei da escola me deparei com a vizinhança toda ao redor da minha casa com várias ambulâncias e polícias na frente de casa, tento correr até o corpo que eles estavam tirando de casa.

o corpo tinha um plástico preto em cima que o tampava, tento ir até o corpo mais um policial se joga na minha frente impedindo a minha passagem, estou fervendo, minha raiva só aumenta quando eu vejo já estou dando vários socos na cara do policial gorducho, os outros policiais me tira de cima dele e meu pai aparece com minha irmã ele tenta se aproximar de mim mais eu recuso.

Mat- é ela? Minha garganta fecha e os olhos ardem.

Minha irmã se esconde nos braços do meu pai e começa a chorar, meu pai cabisbaixo afirma com a cabeça. Nessa hora meu mundo desmorona.
Minhas pernas ficam moles e caiu de joelhos no chão, meu pai e minha irmã se aproximam e me abraçam.
nessa hora choro que nem uma criança nos ombros do meu pai.
Essa foi a última vez que o abraçei depois que descobri que ele era um filho da puta.

Se passaram duas semanas eu ainda não estava acreditando no que tinha acabado de acontecer e o porquê?
(Porquê ela fez essa merda??)

Lembrei que meu pai tem câmeras pela casa toda então decido ir no escritório dele olhar, ele sempre tranca mais depois que virei um babaca aprende a destrancar as portas.
Procuro as gravações do dia que ela se suicidou e coloco pra ver.
Presto atenção a cada detalhe, em casa movimento até quê... meus olhos se enchem de lágrimas ao ver a cena mais nojenta de toda minha vida.
Meu pai entra com uma loira de saltos altos e um vestido curtíssimo, eles entram cheio de Graça um com outro, meu pai beija a mulher com a maior vontade do mundo e vão subindo as escadas sem olhar por onde estão pisando, sigo eles até meu pai puxar ela para o quarto. Lógico que não dá pra ver o que eles estão fazendo dentro do quarto pois não tem câmera, mais já imaginava o que eles tavam fazendo lá dentro.

Adianto mais o tempo das filmagens pra ver até onde isso leva.
Se passam trinta minutos e paro ao ver que minha mãe chegou. Ela bate a porta de casa, parece está chamando alguém...
Mais ela vê que ninguém a responde então ela vai até às escadas e sobe sem nenhuma preocupação, a cada passo que ela dá eu choro mais ainda, minha raiva pelo meu pai só aumenta, minha vontade de socar aquele filha da puta só aumenta cada vez mais.
Até que então ela abre a porta do quarto e se depara com a cena ela cobre o seu rosto assustada e ao mesmo tempo começa a chorar, ela sai correndo e meu pai sai de cueca até ela, acompanho os dois atravessando o corredor, meu pai tenta segurar ela mais ela bate nele e sai andando, ele tenta segurar de novo perto da grade da escada mais ela o empurra e acaba caindo do alto, essa hora eu fecho os olhos e começo a chorar mais do que nunca, me levanto e jogo o computador no chão e tudo da mesa dele, seus papéis vão tudo pro alto, jogo no chão o quadro enorme com a foto dele sentado em uma pontrona ridícula igual a ele, seu abajur para na parede e só começo a gritar como ele é um (desgraçado!!)
Ele chega até a porta se fazendo de idiota e vindo até a mim querendo fazer eu parar de quebrar suas coisas, quando eu o vejo a raiva só piora quando vejo já estou em cima dele esmurrando sua cara e jogando em sua cara tudo que ele fez com a minha mãe!!
Minha irmã Mariane chega pra tentar me tirar de cima mais eu recuso, ela continua insistindo mais nada me faz querer não acabar com a vida dele.

Mariane - a Mamãe não iria gostar nada disso! Ela chora.

Por um momento ela tava certa, minha mãe era uma mulher muito bondosa, carinhosa e me amava eu sei que me amava. Ela era muito boa para o meu pai, ele não a merecia (aquele velho filho da puta!)
Ele não merecia ela e muito menos uma família!

Vou até a cozinha pegar um copo da água. E logo em seguida vou para o banheiro tomar um banho.

A água quente percorre pelo meu corpo fazendo com que todo stress vá embora.
Por um momento penso na Ariéle, o jeito que ela me olha com aqueles olhos acizentados, o jeito que ela ergue as sobrancelhas quando eu a desafio, ou quando ela anda na minha frente e eu olho para a bunda dela que por sinal é bem grande.
Acabo o banho e enrolo a toalha pelo quadril e vou até o meu quarto me trocar.
Pego um shorts preto e uma cueca branca coloco na cama e começo a enxugar meu corpo, por um momento olho pra janela vejo Ariéle me encarando simplesmente focada em meu corpo pelado do um sorrisinho pra ela e faço um sinal pra ela limpar a babá no canto da boca.
Ela se assusta e fecha às cortinas.

ARIÉLE

PUTA QUE PARIU!!! ele me viu, ele me viuu! Começo a andar de um lado para o outro desacreditando da cena que acabei de ver. Por quê a merda da minha janela é na frente da janela dele!
(Que ódio!!!)
Depois de eu ter surtado por duas horas descido da uma espiadinha pela janela, o quarto de Mathias está todo escuro, pelo jeito ele já foi dormir ou talvez ele deve está me olhando lá do quarto dele e eu não tô vendo direito ou até mesmo ele saiu pra comer uma piranha por ai.
(Aiii Ariéle você está parecendo uma stalker!)
Melhor eu ir dormir e desejar nunca ter essa conversa e nem vê nunca mais o Mathias!

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