0.1 | Um breu em minha mente

10 2 12
                                    

Eu estava tendo um sonho, aqueles sonhos que te alertam sobre algo, eu realmente tinha muitos desses, mas eu não ligava nem um pouco para eles, já que eu sabia de tudo que iria acontecer nos próximos dias.
Um breu vagava em minha mente, eu me via parado na água escura que refletia a escuridão a da qual eu estava, conseguindo ver meu reflexo ao chão, me via como um inútil, em que si só prestava para ser mais uma boca ao mundo, eu nunca vi uma luz no breu, em que qual me assombrava, até que...

— Kami! Acorda! — dizia minha irmã me cutucando hás 7 horas da manhã.

Ela era fofa, a caçula, meu pai nunca a maltratava, só eu... será que sou diferente? É o que me pergunto até hoje, antes...éramos felizes, minha mãe ao nosso lado trazia paz e reunião, mas quando ela morreu, não tivemos mais essas sensações, especialmente eu, algo vazio em que habitava em meu peito, fazia com que eu me sentisse um inútil novamente, nunca me esquecendo disso.
Eu me levantei da cama e fui levá-la para a escola, já que nosso pai ficava no sofá bebendo, o cheiro era horrível, impossível de inalar. Ao levar-la a escola, eu iria me encontrar com meus amigos, eles eram os únicos que me faziam sorrir.

— E aí Kami?

— Oi

Eu me aproximei dos dois, os outros viriam mais tarde, já que meu pai não parava de me maltratar, eu saia todos os dias para escapar dele.

— que horas eles vão aparecer? — eu perguntei enquanto olhava para meus amigos, Yuri e Akatsu

Akatsu: bem, poderíamos comprar um sorvete para nós pra esperar eles

Yuri: isso me parece uma boa ideia.

Kami: claro, por que não?

Eu sorri, eu não sorria muito com frequência, mas até que um sorvete iria me fazer bem, afinal, estava calor naquele dia.

Enquanto tomávamos sorvete, eu vi um homem de sobretudo longo e da cor nude, eu vi aqueles olhos de alguém que já havia sofrido várias coisas, olhos de qual eu tinha. Eu ignorei a presença do senhor, mas ao mesmo tempo eu fiquei curioso, algo nele me chamava atenção, talvez...fosse empatia na verdade, não curiosidade.

Depois de um tempo eu cheguei em casa, meu pai estava no sofá ainda, ele me perguntou o por que de eu ter chegado essa hora em casa.

— apenas fui esfriar a cabeça.

Eu falei indo para o meu quarto e me trancando lá.

Eu peguei meu celular e comecei a ouvir música, isso me distraía e me ajudava a me concentrar, eu fiquei horas olhando para o teto, pensando sobre o breu e o vazio que habitavam em mim. Eu ouvi a porta se abrir e se fechar novamente, meu pai saiu de casa.

Depois de meia hora a campainha toca e saio de meu quarto em direção a porta da frente. Eu a abro e vejo uma caixa com um gatinho dentro, me agacho e o acaricio, ele era fofo e muito simpático.

 Eu a abro e vejo uma caixa com um gatinho dentro, me agacho e o acaricio, ele era fofo e muito simpático

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— meow~

Ele era fofo demais para deixá-lo sozinho, eu pensei comigo mesmo: "eu acho que vou adotar ele"

— deixa eu ver, acho que vou te dar o nome de...Breu.

Eu falei enquanto acariciava o gatinho em minha frente, nunca pensei que uma criatura desse mundo gostasse de mim de verdade, o gato miava e ficava aninhando-se na mão que eu estava usando para acaricia-lo.

— Miau~

O gato preto se aproximou de mim e lambeu meu nariz, eu ri um pouco com a ação do bichinho e acariciei as costas dele. Eu amava gatos.

Kami Aoy...Onde histórias criam vida. Descubra agora