♤ Capítulo 8

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Lalisa Manoban

Duas semanas depois

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Duas semanas depois

Levanto os olhos do meu caderno de desenho e vejo que está escuro lá fora.

Com um suspiro, procuro meu telefone e acendo as luzes da casa, respirando nervosamente. Desejando que elas diminuam. Elas finalmente aparecem, mas continuo olhando para o nada, como se estivesse meio adormecida ou em transe.

Já se passaram duas semanas desde que Ruby Jane... ou melhor, Jennie desapareceu. Puf. Sem deixar vestígios.

Continuo esperando que ela apareça. Esteja na cozinha quando eu sair de manhã. Ou rolar no meio da noite, direto para seus braços acolhedores.

Mas isso não aconteceu.

Isso não aconteceu.

Eu me joguei em aulas de autodefesa. Terapia também — depois de uma varredura completa no consultório. Encontrei um microfone preso embaixo da mesa. Olhei para ele na palma da minha mão, esperando que a indignação me atingisse. Aconteceu, mas tão brevemente que quase perdi. Sim, foi errado Jennie interceptar meus pensamentos pessoais. Eles são sagrados. E são apenas meus.

Mas não posso deixar de considerar o que ela fez com a informação.

Eu me curei graças a mim mesma e com sua ajuda. Ela pegou os medos que expressei na terapia e encontrou maneiras indiretas de diminuí-los. Reorganizar os móveis do quarto e da sala para que haja menos esconderijos. Colocar um apito e spray de pimenta nas minhas chaves sem que eu pergunte. Me incentivando a fazer aulas de defesa pessoal.

Não sou especialista em psicopatas, mas sei um pouco, depois de ter sido sequestrada por um. E eles não se importam com as necessidades dos outros. Não está no DNA deles.

Ou seja, Jennie não pode ser uma.

Ou seja... há uma grande possibilidade de ela me amar genuinamente.

De uma forma muito distorcida.

Engolindo o peso na garganta, fecho meu caderno e fico de pé, olhando ao redor do apartamento. Na quietude onde antes havia risos. Gemidos. Silêncio companheiro. É tão vazio sem ela. Eu estou...

Não.

Eu me recuso a ficar vazia com a perda dela. Ela me perseguiu. Mentiu para mim sobre seu nome, seu trabalho, para onde ela ia todos os dias. Ouvia meus pensamentos mais pessoais.

Ela mata pessoas para viver, pelo amor de Deus.

Muito tempo se passa antes que eu perceba que estou parada no meio da sala, imóvel. Com uma respiração ofegante, começo a andar. Preciso deixar Jennie para trás. Sem mencionar todo o constrangimento que advém de ser enganada novamente e pensar que alguém era normal. Tão envergonhada que não consegui entrar em contato com a polícia e dizer que fui estúpida o suficiente para me casar com uma mulher que mentia sobre sua identidade.

Minha Esposa, Minha Stalker | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora