Capítulo 31 - Libertando-se

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Boa leitura :)
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POV Lisa

Foi tão difícil tomar a decisão de falar o que eu sentia, mas quando comecei a falar as palavras pareciam sair com uma facilidade tremenda e eu simplesmente não conseguia parar, o que era estranho porque até horas antes, por medo do que eu poderia estar sentindo, negava a mim mesma que sentia tais coisas por Rosé. Aliás, essa parte foi de longe a mais difícil: admitir a mim mesma que eu gostava dela como nunca mais havia gostado de alguém em quase quatro anos.

Eu pensei em tantas coisas enquanto Rosé dirigia de volta para o apartamento. Nós duas tínhamos medo, mas o meu talvez fosse o mais idiota. Eu não poderia viver para sempre com esse medo em mim, me consumindo, me acovardando. Eu sempre disse que superei Yeji, mas esse medo deixa evidente que não, quer dizer, não a amo mais, mas o que ela me fez é uma ferida a qual parece não cicatrizar. Na verdade, talvez esteja cicatrizando agora. Talvez Rosé seja a responsável por tal cicatrização, não sei ao certo, mas ela me faz bem, me faz sorrir, me defende, me escuta, não me julga. Talvez ela seja o que eu tanto precisei durante todos esses anos. Essa possibilidade me assusta um pouco, sempre pensei não ser mulher suficiente para ela e talvez eu ainda não seja, mas eu quero e vou tentar ser. Algo dentro de mim me impede de desistir, principalmente agora que demos o primeiro passo. Eu realmente preciso dela e é tão estranho estar sentindo essas coisas novamente, mas é um estranho bom, muito bom.

Eu não faço ideia de quanto tempo faz que eu não sentia aquele frio na barriga ao ficar tão perto de alguém como senti ao ficar perto de Rosé naquele banheiro, como se fosse o primeiro amor. Mas espera... Amor? Eu a amo? É cedo demais para dizer isso, ainda estou lidando com o fato de que realmente gosto dela e que não quero só uma noite, uma semana ou um mês. Isso já é assustador o suficiente para mim.

Já havíamos devorado a pizza, estávamos em seu quarto, sobre sua cama. Ela sentada, apoiando suas costas na cabeceira enquanto mexia em seu celular e eu deitada em seu colo, pensando em tudo isso. As únicas fontes de luz que iluminavam o ambiente eram da tela de seu celular e também de seu computador numa mesinha próxima, onde minutos antes ela terminou de redigir uma prova e que agora estava apenas me fazendo refletir em decorrência das músicas que tocavam e me envolviam. Mais uma coisa que gosto nela: seu gosto musical.

- Chaeng? – chamo sua atenção, fazendo-a desviar o olhar do aparelho em suas mãos com um largo sorriso.

- Eu amo quando me chama assim. – confessa e quem sorri dessa vez sou eu.

- É mesmo? – pergunto e ela assente. – Espero que ninguém mais te chame assim então, apenas eu.

- Huum, possessiva. – sorrimos. – Mas o que você queria, inicialmente, quando me chamou?

- Oh, sim. É sobre amanhã... Como ficaremos na faculdade?

- Do mesmo jeito de antes? – responde em forma de pergunta. – Não era muito diferente de como estamos agora, a única diferença é que agora nos beijamos.

- E se eu quiser beijar você enquanto estivermos lá? - sussurro.

Ela sorri e desvia o olhar do meu, passando a olhar o teto. Eu ainda não sei o que ela vê de interessante em tetos. Viro minha cabeça depositando um beijo em sua barriga levemente descoberta por conta do modelo da blusa que a mesma usava. Sinto suas mãos acariciarem meus cabelos.

- Então você me beija. – responde no mesmo tom, me surpreendendo.

- Na frente de todas as outras pessoas? Tem certeza? Tá preparada pra se assumir na frente de todos?

- Eu acho que já passou da hora disso acontecer, mesmo eu sabendo que provavelmente ficarei acanhada, principalmente por causa dos olhares. Você vai contar para as meninas sobre a gente? – pergunta-me receosa. Sorrio e sento-me para lhe dar um selinho de alguns segundos.

Colega de Apartamento - Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora