Capítulo 33 - Aceita?

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POV Lisa

Alguns dias se passaram desde que fui a escola com Rosé pela primeira vez. Na terça à tarde ajudei Seulgi em algo importante e após fui conversar com minha orientadora para mostrar a ela tudo o que eu havia escrito em meu TCC, coisa que eu havia adiado de fazer no dia anterior por acompanhar Rosé em sua jornada de trabalho, um dos dias mais divertidos da minha vida. Meu trabalho de conclusão estava praticamente concluído, só precisava da opinião dela, que se admirou por eu estar tão adiantada. Ela me deu alguns toques, mas nada que me fizesse desconstruir as coisas que eu havia escrito, o que me fez suspirar aliviada. Em breve isso seria uma preocupação a menos e eu só precisaria me preparar para o dia da defesa, que ainda estava meses à frente. Pelo menos o tempo parece estar a meu favor.

Os alunos da Rosé gostaram de mim, só não sei exatamente em que sentido. Pediram pra eu voltar outras vezes e com o consentimento da Chaeng e sua diretora, na quarta e quinta-feira eu retornei àquela escola ajudando Rosé. Falando em sua diretora, na quarta-feira durante a aplicação de uma prova numa turma do 1º ano, a mesma acabou aparecendo de surpresa na sala e eu devo ter virado um fantasma de tão pálida, pois Rosé estava de pé sobre a mesa e eu sobre sua cadeira. Já estava imaginando que Rosé seria demitida ou algo do tipo, na hora nem lembrei que ela era concursada e que por conta disso não poderia ser demitida tão facilmente, mas a mulher parecia achar aquilo tudo a coisa mais natural do mundo. Cheguei a pensar que todos os professores ali faziam isso, mas Rosé disse que ela era a única.

Me surpreendeu o fato da gestora permitir que Rosé fizesse tudo aquilo durante a aplicação de provas, mas durante uma pequena conversa que tivemos a mesma disse que Rosé não estava fazendo nada de errado, que o respeito entre a Srt. Park – como a mesma chama – e os alunos era mútuo e que aquele era seu método e se estava dando certo ela não iria intervir, afinal o que importava era o respeito e os bons resultados.

Sobre a brincadeira dentro do carro, como se não bastasse ter acontecido duas vezes, tentei fazer acontecer uma terceira vez, mas Rosé me impediu. Acho que eu nunca deixei alguém dirigir meu carro tantas vezes como eu deixo essa garota.

- Vai, Chaeng. Abre a boca, eu sei que você quer. – insisto.

- Não, Lisa. Eu não quero! Tira essa colher daqui. – diz afastando meu braço de seu rosto.

- Quer sim, eu sei que quer. Desde quando você recusa doce?

- Desde que eu sei que você só quer melar meu rosto.

- Eu preferia te melar em outro lugar. – digo como quem não quer nada, quando na verdade eu queria tudo.

Rosé se surpreende com meu comentário nada inocente, o que refletiu em sua boca agora em formato de “o”, transparecendo sua surpresa.

- Oh. My. God. – diz pausadamente enquanto o carro vai perdendo velocidade por conta do sinal fechado. – Lalisa Pranpriya Manoban. – passou a focar em meu rosto. – Você disse mesmo o que eu acho que você disse? – seus olhos semi cerrados.

- Se você pensou em algo com conotação sexual, com certeza foi isso que eu disse.

- Você tá com abstinência mesmo. – diz divertida me fazendo revirar os olhos. E eu pensando que ela ficaria sem jeito, pelo visto tá se acostumando.

- Eu tô falando sério, Rosé. – tento falar firme, mas sempre que a vejo sorrir, começo a sorrir também.

- Desculpa, não tem como te levar a sério assim.

Nossa, eu havia acabado de confessar que queria transar com ela e é assim que ela reage? Se fosse outra garota já estaria procurando um acostamento para resolvermos isso o quanto antes, mas não era outra garota, era Rosé. E eu agradecia aos céus por ser ela e por ela ser diferente. Um sorriso tímido se desenha em meu rosto enquanto a mesma ainda ria do que eu havia dito. Passo minha mão pela sua trazendo-a até meus lábios para depositar um beijo em seu dorso.

Colega de Apartamento - Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora