Após três anos de ausência, Jeon Jungkook retorna ao seu país de origem com a responsabilidade de assumir a empresa da família. Contudo, as memórias de seu irmão reaparecem mais claras que nunca, ardendo e queimando-o fortemente.
À medida que tenta...
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#Margaridas&Girassóis
🎶Playlist : Jardim da Saudade 🎶
O sopro gélido do pequeno ventilador alcançava timidamente a pele leitosa, selando a face de maneira gentil e nostálgica. A iluminação precária do notebook à sua frente clareava uma pequena área do escritório, deixando o restante do cômodo coberto por uma escuridão acolhedora. Alguns livros se acumulavam sob a pequena superfície a qual Park mantinha os cotovelos apoiados, observando o monitor se estender em uma tela completamente branca, sem sequer um dígito. Ao fundo, uma melodia soava baixo, reproduzida pelo próprio aparelho celular.
"Just try not worry, we'll see us some day."
Jimin fechou os olhos, inalando fundo.
A tentativa de livrar-se daquele sentimentoera inevitavelmente falha. Então, permitindo-se sentir, Park recostou a própria cabeça no encosto da cadeira, percebendo as últimas notas da música estrangeira soar de maneira tímida.
A música preferida de Junghyung.
Naquela posição era possível perceber as gotas singelas que tocavam seu rosto e corpo, conduzidas casa à dentro, invadindo-a sem permissão pelas grandes janelas abertas, trazidas dos ventos fortes da chuva que derramava-se lá fora.
Park permitiu-se imaginar que talvez os céus estivessem agradando-o, trazendo aquele temporal em sinal de trégua. Uma bandeira branca erguida.
Apesar de cada lástima e pesar trazido junto às gotas suntuosas, mesmo que trouxesse consigo as memórias vívidas e aquelas sensações, Jimin jamais ousaria afastá-las — muito embora, de forma completa e totalmente inconsciente, tentasse.
Em dias como aquele, a sensação de proximidade era quase palpável, como se as rajadas de vento transportassem consigo fragmentos de Junghyung, evocando sua presença. Enquanto inspirava profundamente, por vezes, conseguia perceber o aroma do outro pairando no ar, em uma doce e fugaz lembrança. Jimin fechava os olhos, ao sentir os dedos imaginários de Junghyung traçando delicadamente a sua pele, como se o amor ultrapasse as barreiras impossíveis da vida e perdurasse na brisa e nas memórias.
Park abriu os olhos e sentiu um arrepio gélido enquanto as lágrimas escorriam de seus olhos pelo maxilar, sem que ele sequer percebesse.
— Papai, está "repangalejando" — uma voz infantil soou atrás dele. Jimin não pôde conter um sorriso entre as lágrimas, enquanto levava as mãos até a face com intenção de limpar os resquícios do que havia ali.
