O Noivo Cadáver - Wally Darling X S/N(Leitor)

- O Último Quadro

S/n
Acompanhei Wally a esse tal presente dele, ele fez questão de vendar meus olhos com um pedaço da manga de seu terno, ele me guiava segurando a minha mão segurando bem forte. Ele conversava comigo também, a maioria das nossas conversas eram sobre "como vai ser o nosso dia do casamento", eu tentava o meu máximo para fingir que estava empolgada com isso, não quero chatear pois ele parece ser uma pessoa tão legal.

"Sabe, Barnaby conhece alguém que pode fazer um belo bolo pro nosso casamento, só… não vai ser bom para você comer"

Já imagino que teria um pedaço de nariz ou um osso lá dentro.

"Tenho certeza que você vai achar alguém melhor, Wally"

"Sim, sim, tem a cozinheira lá do bar que pode fazer um bolo com o seu sabor favorito!"

Ele não tá conseguindo entender o que eu tô dizendo. Estamos andando tanto que meus pés estão começando a doer, só não quero falar para ele por conta dele… não poder sentir dor.

"Wally, já estamos chegando?"

"Estamos quase perto"

"Quase?"

"Sim, ele escolheu uma casa chamativa um pouco longe da nossa vizinhança, ele gosta da vista"

Ele?

"Está bem então"

Continuamos a andar em silêncio, às vezes Wally falava mas eu não conseguia ver se tinha mais alguém com a gente, ele falava mas eu não podia ouvir a pessoa responder e isso me deixava um pouco com medo.

"A-Ah, meu bem, seus pés estão doendo?"

"Um pouco, mas acho que dá para andarmos um pouco mais"

"Eu posso te carregar se você quiser"

"O quê?! Não, Não precisa, disso, eu sou pesada e já estamos quase chegando mesm–"

Sentir uma de suas mãos tocar na minha costa e a outra atrás da minha perna, ele me levantou e eu não podia sentir meus pés no chão.

"Não se preocupa, eu não sinto cansaço, vai ser melhor para você"

Sentir as minhas bochechas esquentarem, eu apenas concordei com a cabeça e ele continuou a caminhar. Mesmo assim, ele ainda conversava sozinho em um tom baixo que era para eu com certeza não ouvir.

Quando eu era pequena, eu tinha uma mania de conversar sozinha também, minha mãe sentia medo de quando eu fazia isso, na cabeça dela, eu estava conversando com um morto.

"Chegamos"

Ele me botou lentamente no chão.

"Posso tirar a venda?"

"Ainda não, se tirar agora vai reconhecer, temos que entrar ainda"

Ele segurou a minha mão novamente, eu ouvi ele abrir como se fosse uma porta e me puxou para entrarmos, andamos poucos passos e páramos. Ele tira a venda dos meus olhos, a minha visão foi de um quadro meu, era realmente eu.

" é meu presente"

"Nossa, Wally, eu não sei o que dizer… mas só por curiosidade, como você pintou isso tão rápido?"

Estou ficando com um pouco de medo.

"Não foi eu, foi outra pessoa"

"Outra?"

"O meu presente, está na sala pintando"

Ele apontou em direção a uma sala iluminada por uma vela, segui caminho até lá, as paredes eram cheias de quadros e a maioria era muita coincidem com as coisas que eu amava demais. Cheguei bem perto da sala, tinha um homem de cabelos (cor desejada) penteado para trás, suas vestes eram (roupa desejada) e segurava uma paleta de cores enquanto pintava um quadro na sua frente, o quadro era (o que você desejar).