Capítulo 29

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Bakugou's pov

As coisas estavam indo bem pra mim. Eu me senti melhor, bem melhor, depois de conversar com o Midoriya. Afinal, eu e ele éramos quase inseparáveis quando crianças, mesmo que eu o tratasse mal continuava adorando sua companhia.

Ao mesmo tempo, eu me perguntava em que momento o Shouto teria se perdido. Eu continuo vendo-o como amigo e sempre vou vê-lo assim mesmo não concordando totalmente com algumas de suas atitudes.

O primeiro amor a gente nunca esquece, mesmo que seja um amor que nunca tenha existido na realidade. E em relação ao Dabi, bem, pode até não ser que ele não seja o primeiro. Mas eu espero de coração que seja o último.

Talvez eu devesse sim dar uma segunda chance ao meio a meio, mas, não. Não irei fazer isso porque acho esse ditado de "todos merecem uma segunda chance" uma tremenda ofença as pessoas em si.

Se por exemplo, eu estivesse no lugar do Deku, nunca que daria uma segunda chance pra um cara que beijou outro.

Pode até ser que eu seja novo demais, infantil demais pro Toya mas se ele corresponder aos meus sentimentos, aposto que o mesmo vai me amar do jeito que sou. Por que de um jeito ou de outro, ele continua sendo um "adolescente", na aparência e no jeito de agir.

Agora é uma terça-feira e eu estou procurando pelo Todoroki para me explicar melhor e resolver nossas diferenças. Mas me surpreendo quando vejo que na verdade, ele que estava procurando por mim.

— Katsuki, posso falar com você? — se aproxima de mim.

— Primeiro quero que saiba que eu falei pro Deku o que você fez! — falo rápido antes que ele saia me culpando.

— É, eu imaginei. Eu e ele terminamos. Agora cada um está seguindo sua vida mas infelizmente ele está sofrendo — desviou o olhar, parecia se sentir culpado.

— Sinto muito, eu não queria fazer ele sofrer eu apenas pensei que não deveria ficar calado.

— Você fez o certo, eu estava com medo de terminar com ele pois não queria vê-lo chorar. Ele é meu amigo faz tempo.

— Hm, e sobre aquele beijo...por que fez aquilo?

Ele não me respondeu de imediato, primeiro baixou a cabeça e subiu seu olhar para mim lentamente.

— Eu gosto de você, de verdade. Não posso dizer ainda que te amo, mas o que sinto é muito mais forte do que o que eu sentia pelo Midoriya.

Isso significava que era muito. Queria que isso tivesse acontecido na época que eu era mais inseguro e precisava de alguém para me ajudar, e o alguém que eu queria era ele.

— Acho que você tá doente, vai no hospital, tá precisando de um médico — me afastei um pouco dele.

Desde que eu era mais novo nunca soube reagir a uma declaração que eu obviamente não poderia corresponder. Isso me deixava desconfortável.

— Você por acaso gosta de outra pessoa? — perguntou do nada — Você não gosta do Toya, não é?

— Da onde tirou isso?

— Meu irmão está apaixonado por você, e eu quero saber se sente o mesmo por ele. Por que me rejeita? Antes quando nos olhávamos, eu via amor em seus olhos — explicou-se e é claro que aquilo me irritou.

— Se sabia que eu gostava de você antes, por que está dizendo agora caralho? — viro o rosto.

— Eu não sei. Mas de toda maneira, você não respondeu a minha pergunta.

— Eu gosto sim do seu irmão. Gosto dele pra valer e eu vou lutar pelo que quero, que é ficar ao lado dele.

Tomei coragem e contei a verdade. Pra que mentir e esconder se hora ou outra o metadinha saberia?

— Oh, entendo — sorriu curto — eu quero que sejam felizes se é assim.

— Eu também espero.

— Posso te pedir uma última coisa? — me olhou com aqueles olhos como quem pediria um favor daqueles difíceis, mas eu cederia, apenas dessa vez.

— Depende, o que é?

— Eu posso lhe dar um beijo?  O último?

Ok, eu não estava esperando por isso. Eu realmente não quero, mas sinto que vamos nos afastar cada vez mais então não vejo problema.

Eu apenas acenti com a cabeça e nós juntamos nossos lábios num simples selar. Não tão demorado, na verdade foi bem rápido. Acho que ele notou que eu claramente estava desconfortável com a situação.

— Espero que algum dia possamos voltar a ser os mesmos amigos de antes.

— Sinceramente? Acho que isso nunca vai acontecer.

Eu saio de lá o deixando sozinho. Não é como se fossemos deixar de ser amigos, apenas não será mais como antes.

Eu acrediro que quando a amizade é quebrada uma vez, mesmo que seja por uma besteira, ela nunca volta ser a mesma. Pode se fortalecer, enfraquecer, mas nunca mais será igual.

— Kazinho, onde se meteu agora?

— Pelo amor de Deus pikachu burro do caralho, vai pra puta que pariu, me deixa em paz moleque. Cacete, nunca vi. Larga do meu pé, porra.

— Nossa cara, se acalma. Eu vim na paz — as pessoas com certeza não entendiam o motivo do "bakusquad" ainda existir, mas é que haja paciência né.

Kaminari é um dos meus melhores amigos, mas tem vezes que o grude dele irrita um pouquinho.

— Bakubaby, que tal sairmos hoje? — Mina sugeriu.

— Hoje eu não posso, tenho que fazer algo importante mais tarde.

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