~𝑂 𝑚𝑒𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎́ 𝑛𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑞𝑢𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑖𝑠𝑎𝑠~ 𝑆𝑎𝑡𝑜𝑠𝑢𝑔𝑢

Praticamente uma família.

☼︎ˢᵃᵗᵒʳᵘ

- O que aconteceu, Saori? - eu falo dando-lhe um copo de água, Saori está sentada no sofá da sala com Suguru ao seu lado, fazendo carinho no seu cabelo.

- Como vocês sabem, nós somos muito abertos um com o outro, então é natural para nós mexermos no telemóvel um do outro sem maldade. - ela fez uma pausa para respirar e limpar algumas lágrimas que caiam. - Ele foi tomar banho e chegaram algumas notificações para ele, então eu fui ver, já que ele estava esperando uma mensagem importante da mãe dele. Quando eu abro as mensagens, eram nudes de uma menina qualquer da universidade e ela dizia "Pronta para você" na descrição das fotos. - Ela encolhe-se no sofá e Suguru abraça-a.

- O que?! E o que você fez depois? - Eu pergunto, não estou acreditando que Yuta poderia traí-la de alguma forma.

- Eu imediatamente fui embora da casa dele, não conseguia nem olhar na cara dele depois do que vi! E não sei se quero enfrentar a realidade... - Saori está com os olhos vermelhos de tanto chorar a este ponto.

- Saori, acho que você devia ter ficado lá e ter esperado o Yuta sair do banho. Os relacionamentos devem ser construídos à base de diálogo, não consigo acreditar que Yuta faria uma coisa dessas com você e nem você deve acreditar. Todos sabemos o quanto vocês se amam e têm respeito um pelo outro. - Suguru diz beijando a testa da irmã.

- Suguru tem razão, agora, vai tomar um banho e descansar. Nós estamos aqui para ti, podemos falar com Yuta se você quiser. - Eu abraço Saori e ela retribui com força. - Nós te amamos, tá?

Saori levanta para ir tomar um banho, o clima na casa agora está estranho. Todos conhecemos Yuta, ele é um menino gentil, amoroso e sempre mostrou amar muito a Saori.

- Não consigo acreditar... Ele realmente seria capaz de fazer isso? - Suguru mete as mãos no rosto. - Eu não sei a verdade, mas a vontade de ir até a casa  dele e partir a cara dele agora, é enorme!

- Porra, você não sabe o quanto eu estou irritado também! Não consigo acreditar que ele faria algo assim, parece que fui eu a ser traído! - Eu me sento ao lado dele.

- Humhum... - Nós ouvimos o telemóvel de Saori tocar, "Amorzinho❤️", Yuta. - Devemos atender?! Quero realmente falar com ele, mas isso seria me meter no relacionamento deles.

- Suguru, você sabe que não devia perguntar isso para mim! Eu quero atender. - nós olhamos um para o outro e então Suguru decide atender.

- Oi? Yuta, nós queremos explicações agora! Que merda de nudes eram aqueles, ein?! - Suguru está gritando ao telemóvel e eu o mando falar baixo.

- Geto, foi tudo um grande mal entendido! Eu amo a sua irmã mais que tudo, você acha que eu faria uma coisa dessas?! - Yuta fala gaguejando, pela voz, ele parecia já ter chorado.

- Então vem cá! Vem falar com a Saori, tirar tudo a limpo, juro, se você não tiver a porra de uma explicação, eu mato você! - eu pego o telemóvel das mãos de Suguru para gritar com Yuta.

- Que porra vocês estão fazendo?! Larguem o meu telemóvel agora, seus animais! - Saori vem correndo em nossa direção e pula por cima de nós.

- Você tá louca?! Sai de cima de mim, ratazana do esgoto! - eu falo me debatendo e rindo um pouco, mesmo a situação não tendo graça.

- Eu vou matar vocês! - Saori ri também, batendo em mim e Suguru, nós três estamos rindo.

- Parem! - Suguru ri - Sério, a situação é grave e a gente rindo!

- Culpa da sua irmã, ela enlouqueceu! - eu falo rindo e puxando os dois para sentarem nas minhas pernas e nós ficamos ali rindo, parecendo hienas.

- Acho que é nervosismo...! - Saori fala batendo nos peitos do irmão e rindo muito.

- Vocês estão bem? - De repente, nós ouvimos uma voz, tínhamos esquecido completamente do Yuta.

- Ah, sim! - Saori sai do meu colo e pega o telemóvel - Você pode vir aqui em casa, vamos falar como dois adultos.

Saori sobe as escadas e vai para o seu quarto, esperar por Yuta. Suguru e eu ainda estamos rindo, e ele ainda está no meu colo!

- Ok, esta situação toda foi muito estranha! - Suguru ri - Nunca me tinha ocorrido.

- Nós sempre fomos estranhos, lembra que a minha mãe queria me mandar para o exterior para eu não conviver com vocês?! Só porque nós arrombamos sem querer o portão do senhor que mora ali na esquina! - Eu rio, deitando a minha cabeça no peito dele, ele começa a acariciar o meu cabelo.

- Claro! Há coisas que eu nunca vou esquecer, você quase vai morar com os seus avós! Hahaha, nós vivemos bons tempos na nossa infância! - Suguru então se levanta do meu colo e vai em direção à cozinha. - Vem cá!

Eu vou à cozinha, Suguru tira um quadro da parede. Eu lembro daquilo!

- Meu deus, os seus pais não apagaram isso?! - Na parece estava uma espécie de testamento escrito a caneta permanente, onde eu, Saori e Suguru juramos ficar juntos para sempre, embaixo estão as nossas assinaturas da época. - Porra, de repente tenho uma vontade de chorar! Isso é muito nostálgico...

- É mesmo, os meus pais não apagaram  porque eles gostavam de ver como nós éramos fofos na nossa infância, mas naquele dia, o meu pai brigou horrores comigo e com a Saori! Eles decidiram apenas cobrir com um quadro com a foto de nós três.

Aquela foto era especial para mim, foi tirada num rio próximo às nossas casas. Eu, Saori e Suguru estamos abraçados e todos molhados. Mas foi naquele dia, com apenas 13 anos, que eu e Suguru nos beijamos pela primeira vez! Ele não se deve lembrar...

- Foi um dos melhores dias da minha vida, Suguru, eu quero uma cópia dessa foto para ontem! - Eu olho para Suguru e para a foto novamente com um sorriso bobo.

- Também foi um dos melhores dias da minha vida, Satoru... - Nós ficamos olhando para a foto todos bobos.

- Vou subir, preciso acabar um trabalho da faculdade, tchauzinho Suguru! - Eu falo dando um beijo na testa de Suguru e correndo rapidamente escadas acima.

Eu entro no meu quarto e fecho a porta, dando pequenos gritos e pulos de felicidade. Ok, melhor dia que eu tive em algum tempo! Eu e Suguru quase nos beijamos hoje.

Está tudo tão perfeito, vai ficar tudo bem agora! Não há como as coisas ficarem más a partir de agora!