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O alarme soa às 5h30 da manhã de segunda, e como todas as outras vezes, é hora de levantar e encarar o pequeno inferno chamado: vida de estudante

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O alarme soa às 5h30 da manhã de segunda, e como todas as outras vezes, é hora de levantar e encarar o pequeno inferno chamado: vida de estudante.
Acordo com as mãos suando e um filete de suor frio escorrendo da minha testa. Meu peito dói, a pressão e a ansiedade pelas próximas horas esmagam meu coração dentro da caixa torácica.
Respiro fundo, agarrando os lençóis da cama com força como se o tecido emaranhado aos meus dedos fosse ajudar a esvair a onda de nervosismo que corre pelas minhas veias.

Sei exatamente o que me espera no momento que meus pés entrarem em contato com o piso polido da sala de aula, e é por isso que costumo gastar
minutos esquecidos deitada na cama, tentando pôr meus pensamentos em ordem, repetindo o mesmo mantra todas as manhãs: “Elizabeth Cooper. 17 anos. Filha de Alice e Joshua. Sou forte e não deixarei que nada me abale no dia de hoje”.

Não é verdade, mas costumam dizer que uma mentira contada várias vezes aos poucos começa a se tornar verdade, e se aos dez anos eu tinha medo dessa informação, hoje oro para que ela esteja certa. Esfrego o rosto e acumulo coragem para tomar impulso e sentar sobre o colchão macio, estralando as costas. Com um suspiro entrecortado, tateio o local abaixo do travesseiro em busca do meu celular.

Assim que acho, abro um pequeno sorriso vitorioso e diminuo o brilho da tela, que agridem minha vista ainda embasada e clico no aplicativo de mensagens. Solto o ar pelo nariz ao perceber que nenhuma pessoa nas últimas vinte e quatro horas se importou em mandar algum tipo de mensagem para mim, além de Verônica.

Ceeerto, não posso ficar chateada por algo tão óbvio, porém não consigo evitar a pontinha entristecida que contrai meu peito. Na minha bolha não existe o conceito chiquérrimo de receber um “Oi”, “Bom dia” ou “Como você tá?” de vez em quando. E eu já deveria ter me acostumado.

Pigarreando, varro minhas frustrações matinais para debaixo do tapete e dou tapinhas no meu rosto, despertando. Tiro os lençóis de cima do meu corpo e busco minhas pantufas com os pés. Ao achar, espero que minha alma faça seu trabalho de voltar para o corpo e caminho em direção à janela, abrindo-a e permitindo que a claridade escassa invada meu quarto. Ainda está no finalzinho da madrugada, então apenas a brisa fria e fresca da matina me cumprimenta.

Sem perder tempo, pego uma toalha e engancho no meu ombro, cometendo o mesmo erro de encaminhar meus pés até o espelho conforme o pijama vai de encontro ao chão, despida por completo. É como um imã,simplesmente não consigo evitar.

Voilà, senhoras e senhores! Chega a ser hilário a ideia louca que acaba de passar pela minha cabeça ao dar uma voltinha diante do meu reflexo e encontrar tudo idêntico à noite passada. Eu estou mesmo achando que na troca da lua para o sol o meu corpo assumiria curvas invejáveis onde não tinha só por ter se entupido de comida horas atrás?

Minhas inseguranças praticamente
gritam que o máximo que consegui foi o belo vômito que me afligiu pouco tempo antes de dormir, esvaziando meu estômago de todo o esforço que fiz para preenchê-lo além do que eu podia suportar.

Um pouco Demais ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ʙᴜɢʜᴇᴀᴅ Onde histórias criam vida. Descubra agora