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͏͏͏ ͏͏͏ LÍVIA point of view ͏͏͏ ͏͏͏ São Paulo — Brasil ͏͏͏ ͏͏͏
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͏͏͏ ͏͏͏ Eu estava tentando acordar já fazia uns minutos, mas sempre que ia me levantar, eu achava uma posição muito confortável e aí eu cochilava, mas aí a Julieta gritou ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — AAAAAA BIXO ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Ouvi Julieta gritar e corri até onde ela estava, mas acabei tropeçando nos meus próprios tênis e fui direto por chão ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — porra — resmunguei ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Quando olhei para frente vi a porta do banheiro abrindo e Julieta saindo correndo em minha direção, mas acho que ela não tá me vendo ͏͏͏
͏͏͏ — julie ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Não deu nem tempo de raciocinar e Julieta tinha tropeçado em mim e caído no chão também ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — porra Julieta, logo de manhã? ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — tem um bixo no banheiro liv — diz a mesma com dificuldade ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Julieta se levanta e me ajuda a levantar. Colocamos óculos de sol e tocas nos nossos cabelos, pegamos uma vassoura que estava no corredor ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — ele está no banheiro né? — digo me preparando ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — ei meninas ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Olhamos para trás para vê quem era e vimos Karen com três caixinhas de achocolatado ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — eu nem vou perguntar — diz a mesma fechando a porta e indo embora ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Eu e Julieta nos olhamos e voltamos ao oque estávamos fazendo. Eu estava indo na frente junto com a vassoura na mão e Julieta vinha logo em seguida ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — onde tá? — pergunto assim que entro no banheiro ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — no box ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Fui caminhando devagar até o box e com o cabo de vassoura abro, e quando olho para o chão era uma ... barata. APENAS UMA BARATA ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — você — me viro para Julieta — você me acordou por causa de uma BARATA? ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — é uma barata, uma BARATA LIVIA ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — você podia simplesmente pegar sua chinela e matar ela, ou só deixar ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — Lívia — diz ela me interrompendo ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Respiro fundo e respondo ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — oque foi amor? ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — ela tá vindo pra cá — diz apontando pro canto do box ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Me viro devagar e vejo ela correndo até nós duas ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — AAAAAAAAAAA PORRA — nos duas gritamos e saímos correndo do quarto ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Acabamos que chamamos a moça da limpeza pra matar por nós. Depois desse episódio, eu e Julieta nos arrumamos as presas, já que por conta de uma barata, estávamos atrasadas pra aula ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — bora Lívia — diz Julieta na porta olhando a hora no celular ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — falta só o perfume — digo passando o perfume nos braços — pronto, vamos — digo pegando minha bolsa ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ O uniforme da escola parece aqueles de filmes asiáticos, são lindos. É uma saia chadrez marrom, blusa branca com gravata, e nos dias de frio tem um sueter. Eu vesti a saia e dobrei pra ela ficar um pouco mais curta, além de eu ter pedido uns números a menos pra ficar meio justo, estou com a blusa longa branca, metade dela tá ensacada e a outra para fora. ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Eu e Julieta estávamos correndo pelos corredores, que já estavam vazios. Quando chegamos na sala, que era aula de matemática, a professora nos deu uma bronca, mas por ser o primeiro dia, ela deixou passar. Enquanto eu e Julieta estávamos levando bronca, vi Alex rindo de mim lá do fundo da sala, nossa mas como eu quis matar esse menino ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — agora se sentem meninas — diz a professora ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Fui direto lá pro fundo e me sentei na frente de Alex, ja que era o único lugar ali vazio, Julieta sentou perto de Romeu lá do outro lado da sala ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — ei marrenta, se atrasou por que? Não queria sair do sonho que você teve comigo foi? — sussura Alex ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — eu tive uns problemas com um inseto — sussuro de volta ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — a Karen falou que quando foi chamar vocês, ces tava parecendo que iam atacar alguém — sussura ele de novo ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Resolvi nem tocar no assunto e presta atenção na aula. Quando tocou o sinal, iríamos trocar de sala, e eu fui junto com Alex ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — ei, quer matar aula e sair daqui? — me pergunta ele ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — nam sai dessa ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — por favor be, ninguém merece duas aulas seguidas de geografia — diz ele parando na minha frente ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — tá bom, quer ir pra onde? ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ — já sei, vem — diz pegando na minha mão e me puxando pra não sei onde ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏ Eu espero muito não me arrepender disso ͏͏͏ ͏͏͏ ͏͏͏
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