Nestha"Mas que porra foi essa?" pensei quando percebi o que tinha feito. Então meus poderes não foram embora realmente! Se bem que, eu não me lembro de poder atravessar... Será que... Não, é impossível, eu não vejo aquelas coisas a mais de 5 meses. Deixei essa ideia de lado e fui em direção à porta da casa de Feyre, sabendo que estava todo mundo lá. Preferi não ir antes, já que era um momento bem íntimo e em família, e também Emerie estava na minha casa. Entrei e a primeira coisa que vi foi Rhysand, Amren, Mor e Cassian conversando e bebendo na sala. Eles viraram e me encararam como se fosse muita surpresa eu estar ali... porque realmente era. — Achei que não viria, menina.
Foi Amren a primeira a se pronunciar. Eu sabia que, apesar de eu não ser totalmente odiada por todos ali, eu ainda não era bem-vinda, e isso também não me importava, afinal, eu devia respeito e compaixão apenas às minhas irmãs e não a todos aqueles ali. — Não se preocupem, não ficarei por muito tempo, só o suficiente para ter uma conversa com o encantador de sombras de vocês. — Eu? - Ouvi a voz que vinha das escadas e olhei com meu típico olhar de senho franzido, que já declarava toda a minha irritação pelo mesmo à minha frente. — Iiih, lá vem, o que foi que eu fiz? - Ele me perguntou com a maior feição tranquila e que não demonstrava nada, típica Azriel de ser. Nem parecia que tinha magoado minha amiga.
— Você deve conhecer isso, não? Mostrei o colar da Gwyn, ou melhor, de Elain, que eu tirei do pescoço dela enquanto ela estava deitada no meu peito. Ele me olhou com os olhos arregalados. — Olha, Nestha, eu juro que não é isso que você está pensando, eu... - Eu o interrompi jogando a joia em sua direção, na intenção de acertá-lo, mas o mesmo desviou fazendo com que o colar caísse no chão logo atrás dele, uns cinco degraus acima. — Seu idiota sem caráter, como você tem coragem de usar minha amiga como forma de causar ciúmes na minha irmã?! Eu achei que você fosse o único diferente desse círculo de idiotas... — Nestha, eu... - Eu o interrompi de novo. — Vai falar o quê? Que você estava fazendo isso porque não achou justo a Mãe ter colocado duas irmãs para os seus irmãos e a outra não ser para você? - Nessa hora, ouvi o barulho como se fosse alguém engasgando e ao me virar vi Rhysand, o grão-senhor da corte noturna, tossindo o vinho que estava bebendo. Ao cair a ficha, voltei meu olhar para Az, olhei-o como antes olhava para todo o círculo íntimo de Feyre, meu olhar prateado que trazia consigo a própria reencarnação da morte, as antigas chamas mais vivas que nunca, as mesmas que nem cogitava ter de volta ou que ainda estivesse aqui.
Incrédula, pois o que Rhysand fez foi a confirmação de que; sim, ele fez por isso... — Eu. Vou. Te. Matar. - Falei pausadamente e vi a hora exata em que todos da sala entraram no modo de defesa, chegando mais perto de nós, o grão-senhor para entender como aquilo era possível depois do que fiz. — Como? Como você ainda tem esses olhos? Se seu poder... Seu poder tinha saído de você... Acho que não dá para quebrá-la, ou rodeá-la. – Falou o grão-senhor tenso pelas consequências do que poderia haver acontecido para que a irmã archeron mais velha ainda tivesse seus poderes, mesmo depois de uma barganha para o devolver por inteiro. Além disso, Rhys não era idiota, ele sentia o poder que emanava dela e sabia o risco daquilo fora de controle. Ignorei o que ele falou e olhei para Azriel. Eu não sei direito o porquê de eu estar tão protetora assim com Gwyn, não que eu não seja, mas a ponto de criar uma briga com um dos meus melhores amigos?! Definitivamente, tem algo de errado comigo... — Me responde, Azriel, qual era o seu objetivo com ela? - Ele não falou nada, apenas ficou me encarando com sua expressão fatídica de sempre, mas que dessa vez falava: "Fui um grande infantil idiota".
Obviamente, fiquei possessa de ódio com a possibilidade de que o único amigo que me entendia e nunca me julgou poderia ter feito algo assim com uma das únicas pessoas que eu considerava por aqui. Depois disso, tudo o que saiu de mim foi coberto de tanta raiva e mágoa que tenho certeza que foi da boca para fora, já que, acima de tudo, ainda era do Az que eu estava falando — ME RESPONDE, SEU IDIOTA. SEU MESQUINHO QUE SEMPRE VIVE NAS COSTAS E PROTEÇÃO DOS SEUS IRMÃOS. - Sabia que aquilo doeria nele, já que, mesmo sendo uma pessoa incrivelmente relutante, ele ainda conseguia falar comigo e desabafar o quanto odiava ser sempre protegido pelo Rhys e pelo Cassian nas batalhas e guerras, mesmo contra a sua vontade. — Nestha, o que você está fazendo? - Falou uma voz baixa e suave que eu conhecia muito bem de quem era, afinal, em meio a tantos olhares de ódio direcionados a mim, ainda tinha ela, tentando entender meus surtos. — Cala a boca, Feyre, só finge que isso não está acontecendo e não é da sua conta e volta para o quarto do seu bebê, pois presumo que isso pode acordá-lo. - Vi que a mesma não foi embora e sim estava se aproximando mais de mim enquanto eu e Azriel nos encarávamos, um com as feições fechadas que transbordavam decepção e eu que continuava a olhá-lo com desprezo e fúria. "Mas que droga, Feyre, vou ter que te fazer sair daqui na base da grosseria mesmo?!" pensei ainda sentindo os passos da mesma se aproximando. Essa merda que sai de mim, é a pura morte e destruição, uma mulher que acabou de sair de um resguardo e de um pós-morte não deveria estar exposta a isso, mesmo você, com toda a sua força e poder...
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cortes de Vidas e ruínas
Fantasíasinopse "Tudo na sua vida pode dar errado quando você começa a deixar as coisas saírem de controle e deixa que as pessoas dominem suas decisões, te deixando vulnerável e propenso a falhar consigo e com quem você ama... Mas o que pode acontecer quan...