ESTA OBRA É UM DARK ROMANCE
Quantos segredos uma pessoa é capaz de guardar?
Quantas verdades você é capaz de
escutar?
Ela viu fogo em seus olhos. A janela para o inferno, a porta para a morte. Seus segredos mais profundos, seus desejos mais obscuro...
“Você nunca Saberá deste sentimento Você nunca Verá através desses olhos” - Not in that, Sam Smith.
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Um ano atrás…
Encarei meu reflexo no espelho mais uma vez, não reconhecendo a garota à minha frente. Liam me chama pela terceira vez no andar de baixo, sua voz soando impaciente, mas estou perdida em um turbilhão de pensamentos. Respiro fundo, me perguntando, pela milésima vez, se o que decidi fazer essa noite é realmente o certo. Três batidas suaves soam na porta, e pelo ritmo e leveza, sei que é Allison. A porta se abre devagar, e ela entra, fechando-a silenciosamente atrás de si.
— Está pronta? Liam disse que vocês vão se atrasar. — Sua voz é suave, mas direta. Ela me observa atenta, claramente notando minha hesitação.
— Não estou um pouco “demais”? — Pergunto, olhando para o vestido preto que estou usando.
O tecido ajustado envolve meu corpo, com mangas longas que contrastam com os ombros à mostra. Um salto preto discreto completa o visual, mas a insegurança ainda me prende. Este não era o tipo de roupas que eu costumava usar.
— E se ele reparar? E se achar que me vesti assim só para agradá-lo? Liam me conhece bem demais. Ele me xingaria se soubesse que mudei meu estilo para tentar impressioná-lo. — Meus dedos estão inquietos, deslizando nervosamente entre si. — Isso é uma péssima ideia. Não é o momento para expor meus sentimentos…
Ally se aproxima, seus olhos cheios de compreensão.
— Chega. — Sua voz é firme, mas gentil. — Você está linda. É um jantar de aniversário, e você tem todo o direito de se vestir como quiser. — Ela se posiciona atrás de mim, ajeitando delicadamente meus cabelos, agora soltos, caindo ao redor do meu rosto.
Eu sempre detestei ter cabelo caindo no rosto, a sensação de algo roçando em minha pele me incomoda. Mas, dessa vez, fico quieta. Tento absorver a confiança que Allison exala, mesmo quando eu mesma estou à beira de um colapso.
Apesar de eu ser mais nova, era mais alta. Ally puxou os genes de nossa mãe, baixa estatura, cabelos mais claros e a pele tão pálida que chegava a ser rosada.
— Você vai descer, jantar com seu melhor amigo e, se sentir que é a hora certa, vai contar a ele o que sente. Se não for o momento, tudo bem. Você já jantou com ele antes, pode fazer isso hoje também, ok?
— Estou com um mal pressentimento. — Confesso. Allison agita a cabeça, quase me mandando calar a boca. Um olhar repreensivo me encara.
Concordo, engolindo em seco, tentando me preparar para o que está por vir. A verdade é que nada pode realmente me preparar para este momento. Ally sabia perfeitamente como me consolar em qualquer momento, admirava isso nela, ela era a calmaria dentro de toda a bagunça que sou. Não sei se é sua personalidade reconfortante ou se é apenas o extinto protetor de irmã mais velha, mas sinto que tenho sorte em tê-la ao meu lado.
