Capítulo 08

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“Não diga obrigado ou por favor.
Eu faço o que eu quero, quando quero.
Minha alma é tão cínica.”
- Bad guy, Billie Eilish
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”- Bad guy, Billie Eilish ______________________________________

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Estacionei minha moto em frente à boate Mystique. O motor ainda vibrava quando retirei o capacete, encarando o letreiro luminoso. Aquele era nosso refúgio - meu e de Luke - onde a realidade se desfazia em neon, álcool e luxúria. Não era um lugar para os fracos, nem para os que buscavam algo verdadeiro. Lá dentro, cada sorriso tinha um preço, e o desejo era a moeda de troca.

O som abafado da música escapava pelas portas, uma batida grave que ressoava em meu peito antes mesmo de eu entrar. Pela porta dos fundos, caminhei pelos corredores apertados que levavam ao coração da boate. Com cada passo, o som da música e das conversas crescia, até que a batida eletrônica se misturou com o zumbido do ambiente. As luzes piscavam descontroladas, tingindo tudo em tons de roxo e rosa, enquanto o ar denso cheirava a suor, perfume e álcool. No centro, mulheres seminuas dançavam com destreza, exibindo seus corpos como se fossem troféus em um campo de batalha.

Percorri o lugar com os olhos, procurando por Luke, e o encontrei inclinado sobre a barra de proteção assistindo à mulher que se exibia no pole dance. Embora eu e ele tivéssemos o costume de frequentar ambientes como esses, nunca senti a menor necessidade de estar aqui ou assistir essas mulheres por conta própria. É claro que, em algumas vezes - como as festas particulares de Luke -, eu acabava usufruindo do que elas tinham a oferecer. Mas, gosto de sentir o gosto de fazer alguém me querer por puro desejo e não dinheiro. Para Luke, esse era o auge da noite. Para mim, era apenas mais um jogo.

— Cara… olha o tamanho dessa bunda. — Murmurou, com um sorriso faminto enquanto ela o encarava com igual malícia.

— Me poupe de suas fantasias, Luke. — Retruquei, me encostando ao seu lado, tentando afastar o incômodo que aquele cenário me causava.

Ele sorriu, mas não tirou os olhos da mulher.

— Vai precisar de garotas como essas para seu negócio ir bem.

Tomei o copo de uísque de sua mão, levando até minha boca e sentindo o líquido dourado deslizar pela minha garganta com a familiar queimação. Minha intenção nunca foi abrir uma boate focada apenas em mulheres nuas. Eu queria algo maior, mais intenso. Um lugar onde poderíamos nos reunir sem as complicações de seguranças babacas ou clientes sem noção.

— Esse é o menor dos problemas. — Resmunguei, largado o copo vazio na mesa ao lado.

— Warner ainda está arrumando problemas? — Luke revirou os olhos. — Tudo por causa de um galpão de merda?

— Aquele desgraçado acha que pode me passar a perna. — Sibile, sentindo a raiva brotar à superfície. Me apoiei na barra de ferro, os olhos fixos no palco, mas a mente a quilômetros dali. — Ele não faz ideia de com quem está lidando.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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