Capítulo 5

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Os Pais de Nathan entraram em casa, no mesmo instante em que Aylla estalou os dedos e os dois ficaram ali parados feito estátuas.
Nathan e Priscilla estavam dormindo, ela tinha liberdade pra agir sem que ele percebesse, não queria que ele e seu remorso a atrapalhasse. Ela só poderia continuar seus planos se Nathan entendesse que precisava dela mais que tudo na vida, deixasse de lado seus ideais e ser egoísta, sem que ela agisse nisso de forma direta.
- Então, mãos à obra!
Aylla tocou na cabeça do pai de Nathan, analisou todas as memórias dele e viu o quanto ele se preocupava com os negócios. Ele já foi um bom pai, mas seu imenso desejo de poder o transformou num cara frio.
-Hum... Só com a família não é espertão?- Ela zombou assim que viu alguns flashbacks de amor entre ele e Dra. Thaynná,- Argh! Como isso é deprimente! - Ele descontava sua raiva na família toda vez que algo ia mal em sua relação com ela. Ela começou a manipular suas memórias, ele passaria a amar Nathan, mais que tudo, mais que sua empresa, mais que a própria vida, e claro amar a esposa e não a Dra. Thaynná.
- A propósito... Lembrar de terminar tudo com a Dra.- Aylla o fez sentir remorso pelo que tinha feito, afinal, que homem decente nao sentiria isso se traísse descaradamente a esposa? Priscilla também precisava de atenção, e por mais que ela nao simpatizasse com a garota, ela precisava utilizá-la em seus planos
-Você é superprotetor agora, Priscilla é sua jóia rara, cuide dela- Aylla foi manipulando tudo, e apagando qualquer sentimento ruim que ele guardasse pela família.
- Pronto acabei com o senhor, agora... e a senhora!?- zombou ela- Vamos ver oque podemos ver de interessante aqui dentro.
Pôs a mão em sua fronte e foi lendo a mente, memória por memória, recordação por recordação.
A mãe de Nathan já havia sido uma mãe amável com os filhos, porém, desde que conheceu a bebida e o cigarro por culpa da desconfiança do marido , passou os filhos para o segundo plano, odiava ter aqueles moleques em casa, fruto da relação com um cafajeste. Aylla apagou as memórias dela com a bebida e o cigarro. Fez com que ela esquecesse que o marido a traía, introduziu nela o máximo de amor. Os filhos eram um tesouro para ela agora, a melhor coisa que já acontecera em sua vida.
Aylla terminou com a mãe de Nathan ocultou sua presença e estalou os dedos. Os dois caminharam até o quarto, já era tarde, e precisavam descansar, afinal os filhos queridos precisariam deles amanhã. - Ah Nathan! À medida que você precisar mais de mim, mais forte eu ficarei. Vou fazer meu povo se arrepender do dia em que me escurraçaram de meu próprio lar.- Ela olhou pra as mãos, tinha um sorriso maléfico entre os lábios.- Você ainda vai me implorar perdão de Joelhos, "Rei" Alexis. Seu ódio e sede de vingança eram descomunais, a doce e bondosa Aylla guardava dentro de si um poder extraordinário, raro e que só podia ser despertado se alimentado por uma coisa: destruição. A erupção do Vesúvio foi só o começo, ela faria Nathan provocar grandes desastres, além de conseguir poder para sua vingança ela criaria um novo universo, onde ela fosse um ser supremo.
Aylla subiu as escadas, e foi para o quarto de Nathan, ela pôde perceber que novamente ele tinha pesadelos com o tal de Nicholas. Ela precisava eliminar esse Nicholas, afinal o desejo de Nathan se ver livre dele era enorme, ela daria a ele o que ele queria, uma oportunidade para matar Nicholas sem receber nenhuma punição. Não que Nathan quisesse matá-lo, mas era o que ele faria, com sua ajuda.
Ela deslizou o a mão no cabelo dele, Nathan era a sua arma, sua chave para a vingança. Mas como estaria seu universo? Será que as coisas corriam calmas ou a conspiração abalou as bases da paz?
Afastou esse pensamento, tudo oque buscava era a vingança, mas haviam dois obstáculos em seu caminho, um era a bondade e inocência de Nathan.
O outro era Elith, sua irmã que também foi expulsa. Elith era mais poderosa e tinha os mesmos objetivos que ela. Ela precisava ganhar a confiança de Nathan, antes que Elith a encontrasse. Afinal não havia espaço para ela em seu plano, e com certeza Elith também não aceitaria dividir seu poder com ninguém. Ela não tinha um bom pressentimento, Elith era poderosa controladora de forças elementais, e Aylla podia perceber que haviam coisas desequilibradas no cosmos. Se Elith a encontrasse a luta seria iminente. Não! Aylla era boa com palavras, se pudesse convencer Elith a não lutarem e unirem forças contra Alexis, seria mais fácil. Elith não era boba, mas Aylla poderia retardar esse problema, depois de Elith se desgastar mais na luta contra Alexis ela a destruiria, Eliminaria a vilã. Ela foi até a janela, o tempo mudou bruscamente, comecou a chover, o céu escureceu, a única coisa que o iluminava era alguns relâmpagos, as nuvens rapidamente se desfaziam em partículas sub atômicas.
Estava certa, sua intuição não falhava.
Ela então saiu da casa de Nathan, Elith não podia descobrir seu plano ou estaria tudo acabado. Se pôs na rua, um campo de força a protegia da chuva, - e de um possível ataque de Elith- ela caminhou errante pelo bairro.
De repente avistou um silhueta. As luzes desta rua estavam apagadas, não era possível ver o rosto, mas Aylla sabia muito bem quem era.
Um raio despencou entre ela e a "figura misteriosa" iluminando ambos os rostos.
Uma jovem da mesma aparência de Aylla, traços exatamente iguais. Seria fácil confundi-las, não fosse algumas mínimas diferenças. O canelo negro liso estava solto e descia até a altura dos quadris, uma mecha verde dividia as madeixas. Estava com uma blusa curta deixando à mostra a barriga, um short curto com a bainha desfiada deixando as belas pernas visíveis.
Abriu os olhos que eram exatamente iguais aos de Aylla e agora a observava.
Depois de alguns anos de Expurgo as gêmeas se encontraram novamente e o futuro do universo de Nathan dependia do rumo deste encontro.

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