Nova vida?

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Eu nem lembro mais quanto tempo Tom foi viajar, eu estou vivendo em calmaria. O tempo sempre corre e às vezes nem percebemos isso. Desde que ele foi, demorou um pouco para eu raciocinar minha vida amorosa longe dele, eu comecei a focar nos meus estudos, e focar na faculdade. Já estou com 18 anos, vou fazer meus 19 logo, logo. Eu ainda me pergunto como ele está, se ele pensa em mim. Já faz anos desde sua partida, eu me sinto bastante sozinha, às vezes.

Ayla vive comigo, mas nem entra em casa. Sempre ocupada. Diz que está no trabalho, poderia ser isso se não estivesse sempre bêbada e drogada. Estou com medo dela se envolver com algo ruim, ela mudou bastante.

"Eu não reconheço mais minha amiga!"

Eu sei que eu posso só estar doida dá cabeça, mas se ela continuar assim pode alver algo de ruim com ela. E eu não quero perder ela. Não quero ser abandonada de novo.

Eu estou trabalhando em uma loja de conveniência. É cansativo demais, no começo ei sempre levava bronca da gerente. Era sempre um pedido de desculpas, sempre um sinto muito. Eu não conseguia dizer nada a não ser desculpas. Desculpa. Sempre isso, as vezes eu me pergunto oque me mantém viva? Eu posso estar louca em dizer coisas assim, mas é bem cansativo. Eu mesma que acreditava no amor, hoje penso se ainda tenho chance com o cupido.

"Porque senhor cupido? Eu não queria me apaixonar de novo. Você sabe o quanto eu tenho medo disso! O amor não serve para mim. Eu nunca servi para o amor..."

Eu falava com minha voz fraca, meus olhos vermelhos. Uma crise de choro, porque sempre lembro disso, eu tenho o Tom e a Ayla... não é mesmo?, ou eles vão fazer igual os outros? Vão me abandonar também...

Sn a princesinha impura. A garota suja e sensível, a que pensa que todos vão abandonar. Tão ingênua.

Eu as vezes queria ter outra vida... ser livre de problemas criados pela minha própria mente. Hoje é mais um dia, me levanto tentando ver se Ayla está em casa e como de se esperar.... não, deveria estar entre as ruas bebendo ou fumando curtindo sua vida. Mesmo não sendo algo muito bom para ela.

Eu ando até o banheiro, me olho no espelho e vejo o reflexo da mesma garotinha do passado. Mas diferente, ela estava cansada. Estava vendo seus olhos pesados e seus cabelos descabelados. Ela não tinha muita expressão, era como se não sentisse nada nesse seu coração partido, mas hoje está com vários curativos tentando segurar esses pedaços.
Eu olhei para ela, e logo sai daquele lugar e pego minhas chaves do carro e deixo um bilhete caso Ayla aparecesse em casa.

Eu dirijo meu carro, até chegar no meu trabalho. Falando sério eu odeio trabalhar aqui, além de ser chato, tenho que ver as outras funcionárias debochando de mim. Aquelas garotas chatas. Eu sempre estou no caixa, depois de uma merda que fiz com uma cliente minha gerente disse para mim ficar no caixa que seria mais fácil.

Eu me sento no banco e só olho para os clientes que pegam e olham nós produtos, alguns confusos e outros dispostos para comprar. O tempo estava tão parado, eu olhava para o relógio e parece que passava só um minuto.

— Hmm... moça? — uma voz masculina diz.

— Ah! Sim! Desculpa! — falo olhando para o mesmo.

Desculpa de novo Sn? Fala sério.

— Está tudo bem? Parece estar bem cansada, ou triste? — ele pergunta com uma voz gentil.

— Ah, estou sim. Obrigado por se preocupar! — falo olhando para os olhos dele, ele parece ser bem familiar. — Mais alguma coisa?

— Não, só isso mesmo! — ele responde. — Moça?

— Sim?

— Poderia me dizer seu nome, por favor? Não precisa se não quiser!

—Ah, claro... Sn! Um prazer conhecê-lo! — respondo com um sorriso no rosto, ele me olha surpreso.

— Sn... quem diria que eu a encontraria aqui! — ele sorri. — É tão bom te ver de novo!

— Ah? Não lembro do senhor desculpa!

Espero que não seja mais um filho da puta de um cliente dando em cima de mim novamente.

— Ah claro! Meu nome é Dyl...— ele é cortado pela voz da gerente que me chama com raiva.

— Aí desculpa moço, tenho que ir! — falo entregando sua compra e indo para o cômodo onde a gerente estava.

— Ah... só leva isso! Preciso ver você novamente, igual antes! — ele sorri antes de pegar um papel e escrever algo, e me entregar. Do que ele estava falando, quem ele é? Eu não tive êxito em dizer nada, e só pego o papel vendo ele sair lentamente com um sorriso de felicidade.

— SN! — ela me chama novamente.

— Estou indo...

Ele me soa tão familiar, seu sorriso me lembra alguém. Não consigo lembrar, mas essa voz é de alguém tão específico. Alguém que do passado talvez? Eu não sei, meu passado me condena e por isso eu tento esquecer dele o máximo possível. Mas as únicas coisas que lembro são borrões pretos incompletos em rostos de pessoas conhecidas.

Poderia ser um cara aleatório que me trocou por outra pessoa, mas aquele sorriso... o seu jeito da fala... específico de mais.

"Se for alguém que conheço do passado que não ouse dizer nada. Meu passado condena minha alma... eu estou tentando viver em paz comigo mesma, sem meu coração não se apaixonar novamente. Porque eu sei que se isso acontecer eu vou morrer, e não vai ser só psicologicamente... vai ser eternamente."

This My Boy/Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora