Saudade, quando tu se fazia o centro dessa nossa rua
De te apertar contra meu peito à noite até que virássemos uma
Sentir você, desejando que aquele momento fosse infinito enquanto durasse
Soltar todo e qualquer tipo de palavras peso pela boca até que nos sentíssimos vazias
Hoje, essa rua se encontra com os postes quebrados e cheia de buracos
As janelas dos nossos vizinhos, nunca mais abriram porque teu cântico não é mais vivo
Lembranças de quando selávamos nossos lábios, do efeito droga que tu me proporcionava
Reconheço que o tempo errou, mas nós também
Drogada, sendo completamente frágil ao teu lado
É que ninguém nunca me viu tão nu quanto você
Mas não dá mais pé, me afogo em meio aos meus sentimentos
Vejo a tímida lua dar lugar ao sol, mais um dia que se passou em fração de segundos
Seres desesperados, a busca de algo que ainda nem sabemos
Sinfonia das ondas quebradiças do mesmo, da areia morna entre nossos dedos
Juras de eterno amor em cor de cinzas no fundo de uma lixeira qualquer
Tudo me remete a fumaça que sai a procura do ar que agora me falta
