Uma vez ouvi alguém a dizer: "O mundo não gira, ele capota". Quantas vezes este mundo onde existo já capotou. Certas vezes no sentido certo, positivo, outras muitas no sentido errado. Eu sei que é preciso errar para acertar ou descobrir como se acerta. Quantas vezes achei que estava a fazer o correto, no entanto era um erro. A minha mente muitas vezes relembra-me que atualmente o meu mundo capotou no sentido positivo e que encontrei o meu caminho. Porém, este meu coração estúpido aperta sempre que algo desperta a saudade dela. Não quero voltar a capotar para o sentido negativo, aquele que me coloca dentro daquela tempestade. Estou na bonança e é aqui que quero permanecer.
Seguro o colar entre os meus dedos, aquele que acabou de se colorir de roxo. Saudade. Cada gota de água que cai sobre o meu corpo acalma a minha raiva, aquela que a minha mente está a provocar, pois, obcessivamente, uma frase repete-se: "Tira-o, quebra essa promessa!" A minha mão puxa o fio até que ele fica esticado. É só um forte puxão e ele quebrar-se-á! O meu coração bloqueia-a: "Tu prometeste e as promessas são sagradas". Com a mão trémula devido a estas forças contraditórias, a minha moralidade vence nesta guerra civil e o fio volta a ficar pendurado no meu peito. Termino o meu duche demorado, enrolo a toalha á volta do meu corpo, enrolo os meus cabelos noutra toalha, coloco os meus frascos de higiene na minha bolsinha branca e saio do boxe. Quando fecho a porta oiço a porta do boxe do lado a abrir e deparo com um corpo masculino totalmente nu. Automaticamente cobro os olhos quando vejo o seu pénis a balançar com o seu caminhar. Vai ser difícil apagar esta imagem da minha cabeça. Espreito se o caminho já é seguro e, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ele pega na sua toalha que deixou do lado de fora e, em vez de se tapar, ele seca o cabelo, passa-a pelo corpo e permanece nu. Fervo de irritação. Saio escandalizada e irritada pois, já é o terceiro órgão sexual masculino que vejo em dois dias. Quando entro no corredor que dá acesso aos quartos, caminho em passo pesado, abro a porta do meu quarto e dou de caras com o Monty sentado na sua cama com o computador cinza na sua frente. Irritada pouso com força as minhas coisas sobre a minha secretária, na minha metade do quarto. Seguidamente, fico a respirar fundo para me acalmar.
- Viste outro pénis, não foi? – as suas palavras fazem-me respirar bem fundo.
- As pessoas não sabem o que é privacidade?- suspiro. - Não sei como conseguiste convencer-me a vir para uma residência mista!
Oiço alguém a bater á porta e irritada abro-a velozmente.
- Só podes estar a brincar comigo! – deparo com o mesmo rapaz de agora á pouco, aquele que ainda está nu.
- Esqueceste-te disto lá. – entrega-me o shampoo enquanto apoia o braço no aro de madeira e faz uma posição sexy.
- Obrigado. – pego o frasco da sua mão, pouso-o na minha secretária á beira dos outros e reparo no Monty estagnado a apreciar o nu que temos á nossa porta.
Eu retiro a toalha do cabelo e enrolo a sua cintura com ela.
- Assim está melhor. – abro um sorriso para ele que está chocado por o ter tapado.
- O que é lindo e grande é para se ver.
- Concordo. – afirma Monty.
Automaticamente, viro o meu rosto para trás e o meu olhar furioso fá-lo levantar os braços e render-se. "Não o encorajes, Monty."
- Eu também concordo, mas é se for numa praia de nudismo ou na tua privacidade. – tento desencorajar.
- Não gostas de ver?
- Desculpa, mas sou lésbica. – ele muda automaticamente de postura e noto que ficou envergonhado.
- Se mudares de ideias. – pisca-me o olhos e logo interrompo-o antes que a conversa descambe.
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BETWEEN III - Sempre e o nunca
RomanceLisie inicia o seu primeiro ano de universidade. Uma nova vida com pessoas novas. Pela primeira vez ela terá de conviver com o Diego, o Thomas e a Freya ao mesmo tempo. Lisie tem de contrariar o seu coração para conseguir ser feliz com Diego Collins...