⭒Sempre ouvi dizer que a cor mais triste é o preto, associado à ausência de luz, à escuridão, à cor da noite...
Mas, para mim, a cor mais triste é o castanho. Não um castanho comum, mas o castanho dos seus olhos.
É o castanho que se misturava com lágrimas... O castanho que, aos poucos, se transformou em escuridão. Essa, sim, é a cor da tristeza.
Sinto constantemente meu peito arder, minhas pernas enfraquecerem, e um peso sobre os ombros. Será que isso é amor? O amor deveria ser sofrimento?
Eu costumava acreditar que o amor era sentir-se bem, encontrar razões para levantar da cama, sorrir e viver... e, de fato, era assim.
Como eu sei disso? Porque vivi tudo isso com Bitello, com aquele maldito garoto de cabelos cacheados. Cada momento ao lado dele me fazia acreditar que o amor era a luz que iluminava minha vida.
As dores se dissipavam, os momentos eram mais felizes, a vida era melhor, e os jogos... ah, os jogos eram mais do que apenas partidas; eram oportunidades em que eu podia expressar meu afeto e amor por ele sem receios ou julgamentos.
Sempre que entrava em campo, eu rezava para que tudo desse certo, não apenas pelo time, mas especialmente por ele. Eu sabia que ali, no calor da partida, teria a oportunidade de abraçá-lo, de tocar sua pele, de sentir nossas almas próximas uma da outra, como se todo o universo conspirasse para nos unir naqueles momentos sagrados do jogo.
Sei que não terei mais essas oportunidades. Meu garoto de cabelos cacheados se foi, não haverá mais jogos com ele, não haverá mais abraços, não haverá mais nós... Nossa ligação, que era minha razão para sorrir, agora é apenas uma memória distante, uma página virada no livro da minha vida, onde a tristeza preenche o espaço vazio que ele deixou.
Justo agora, quando eu estava prestes a tomar uma atitude, quando finalmente percebi que o amava, meu garoto de cabelos cacheados tinha que partir... partir para longe, levando consigo não só sua presença, mas também um pedaço do meu coração. A ironia da vida, ela me deu esse amor tarde demais, apenas para arrancá-lo de mim quando finalmente o reconheci.
João, eu queria tanto ter tido a coragem. Coragem de te abraçar com mais frequência, de me dedicar mais a você, de te beijar com mais paixão, de me declarar e te contar o quanto você realmente significava em minha vida. Agora, essas palavras ficam presas na minha garganta, sufocadas pela saudade e pelo arrependimento, porque eu finalmente entendi o que significava te ter ao meu lado.
Por mais que agora estejamos distantes, meu garoto de cabelos cacheados, saiba que você nunca sairá da minha mente.
Sinto sua falta.
I miss you.
Tu me manques.
Mi manchi.
💔
