capítulo 4

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- ande mais devagar, seu anão- gritou taehyung- não pode ficar andando tão rápido

- eu preciso aproveitar! - finalmente parou - logo estarei com 7 meses e vai ser impossível andar rápido

- independente, senta um pouco

Caminharam até a praça de alimentação, estavam tirando o dia para andar no shopping, taehyung levantou para comprar duas casquinhas e não demorou muito a retornar

- mas me diz, quais as piores mudanças corporais?- perguntou na esperança de que algo o fizesse desistir

Jimin pensou um pouco antes de responder, vendo ali uma oportunidade de desabafar.

- eu senti escurecimento de algumas partes, meu corpo inteiro inchou e minha barriga coça bastante, já estou com algumas estrias - lambeu o sorvete- sem contar que nenhuma roupa entra em mim, é difícil ter roupas para ômegas masculinos nesse estado

Era um bombardeio de informações

- mas você não passou os óleos e hidratantes na barriga? Deveria coçar menos- comentou compreensivo

- na verdade, eu fui bem descuidado com meu corpo. Devo confessar que não me cuidei nadinha de nada, mas é a primeira gestação, o que mais vou cometer é erros - disse simplista enquanto comia a casquinha

- pensa isso a respeito da maternidade também? Digo, em relação a criação do Beomgyu- perguntou demonstrando bastante interesse

- sendo sincero, amigo... Eu penso, porque eu não sou perfeito, meu filhote também não vai ser, e sei que em algum momento da criação dele eu vou errar

- mas isso não te assusta?- era indignante que ele pudesse estar tão calmo

- claro que assusta! Nenhum pai quer errar, na verdade ninguém quer errar em fase nenhuma- acariciou a barriga - mas é com os erros que se aprendem e tenho certeza que o Beom vai ser excelente aprendendo com os seus próprios erros e até com os meus

- faz sentido- começou a acariciar a barriga do amigo - seus pais foram melhores que seus avós, você será melhor que seus pais e seus filhos serão melhores que você. Acho que no final, ser pai deve ser isso, não? - sentiu o chutinho leve na palma da sua mão

- ver o que nos incomoda nos nossos pais e não repetir os mesmos erros? Sim, acredito que seja isso- sorriu sentindo seu pequeno ômega bem agitado - acho que ele concorda também, não para quieto- ambos acabaram rindo

- qual é a sensação quando ele se movimenta? Parece desconfortável

- na verdade, é bem diferente no início. Parece umas leves cócegas, mas depois de alguns meses, ele vai crescendo e dependendo de onde chute, dói bastante.

- não vejo a hora de viver isso - confessou meio cabisbaixo

- você vai viver, tae. E vai ser um pai incrível


- que incrível! Mas você já está?

- na verdade ainda não, mas começamos a pensar - explicou jin

Depois da tarde cheia de sacolas e conversas de maternidade, taehyung foi para casa. Mas diferentes de todas as noites, a companhia seria do cunhado.

Jungkook precisou viajar a trabalho com namjoon e os ômegas resolveram dormir juntos para por o papo em dia.

- mas isso é muito bom, ele e o Beomgyu poderam crescer juntos - comentou animado. Jin planejava crescer a família.

- na verdade, eu sei que pode demorar um pouco. Vou precisar começar um tratamento, sofro com ovários policísticos

- mas você vai conseguir, jin. Vamos pensar positivo, logo eu vou ter outro sobrinho para mimar

- e um filho também- comentou consolador

- ah, quem sabe. Eu acho que estou desistindo da idéia. Jungkook e eu podemos adotar- sorriu, embora no fundo quisesse ter todas as fases da gestação.

- adotar é um ato muito lindo, tae

Três meses depois

- yoongi, pelo amor de tudo que é mais sagrado! Se acalma - disse jungkook enquanto andava pelo quarto e taehyung terminava de se vestir, era possível ouvir as arfadas de jimin pela ligação

- jungkook, acabou de sair um monte de água dele- a voz do rapaz ficando cada vez mais desesperada

- água? Que água, yoon?- perguntou realmente não entendendo, mas não teve tempo de continuar pois um taehyung impaciente tomou o celular

- você leu algum daqueles livros de maternidade, seu irresponsável?- disse saindo do quarto com um jungkook atrás de si- na verdade, nem precisava visto que isso é algo comum

- taehy, eu não sei o quê fazer. Sinceramente, acho que minha pressão está cada vez mais baixa - a movimentação na linha era constante

- ainda vai demorar um pouco até o bebê nascer, vai contando os espaços de contração e como a bolsa já estourou, dirige até a maternidade. Eu vou ligar para a obstetra dele e nos encontramos lá, tudo bem?

- tudo bem- disse de forma incerta

- ah e mais uma coisa, não esqueça a bolsa de maternidade e dirija com calma. Até logo



- ele é tão pequeno - comentou segurando o pacotinho em seus braços- o cabelo pretinho e pele pálida não negam de quem é filho

- será que ele vai continuar feinho assim? - perguntou Jimin em tom de preocupação

- Jimin - repreendeu o amigo- ele ainda está inchado, logo vai perder a carinha de joelho e você vai conseguir ver o rostinho dele ganhar forma, agora pare de dizer que seu filho é feinho

A experiência de ser padrinho estava sendo tão linda. O cheirinho de bebê, o chorinho, as roupas, mamadeiras, simplesmente tudo parecia tão mágico. Mas sem dúvidas, não eram nada fáceis para os jovens papais.

Jimin contou com a ajuda de taehyung e jin no resguardo, já que o esposo não conseguiu tirar a licença a maternidade, e isso fez com que os amigos ficassem cada vez mais próximos.

Em meio a conversas aleatórios e risos na casa dos min, surgiu a seguinte sugestão;

- terapia de casal?- perguntou taehyung cheirando o pezinho do afilhado

- não estou dizendo que vocês são péssimos um com o outro, mas pelo que me contou, as brigas que tiveram vão deixar marca - comentou calmo, com medo do amigo entender errado

- mas jungkook e eu estamos bem, nós nem estamos brigando mais - se endireitou no sofá

- eu sei, tae. Mas vocês querem ser papais e não seria bom trazer um bebê para o meio de brigas e vai por mim, eu amo meu filho, mas ter o estresse de um bebê em casa só vai trazer a tona o que estava jogado embaixo do tapete - colocou o recém nascido no bebê conforto

- talvez você tenha razão...

- eu sei que tenho.

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