Os dois rapazes firmaram um acordo, apertando as mãos em sinal de jura. Light ainda sentia um certo remorso sobre isso, afinal, fazer um "contrato" com a morte não parecia a melhor das ideias, mas que escolha ele tinha? E também, Kenny não parecia uma má pessoa apesar de tudo.
Estava apenas fazendo seu trabalho.
Morte:- E como com eu fico até eles irem embora?
O moreno perguntou, sendo empurrado até o quarto do outro rapaz que, diga-se de passagem, parecia bastante apressado.
Light:- Não faça barulho, não faça nada que possa revelar que você ainda está aqui.
Ele abriu a porta indicando que morte entrasse no cômodo, ele estava familiarizado com o quarto de Light, então essas horas preso ali poderiam ser um pouco menos chatas (ou mais).
Morte:- Eu não garanto que não vou sair daqui se notar que as coisas estão ficando divertidas lá embaixo.
O rosto do loiro se contorceu em uma expressão preocupada tão rápido que nem ele mesmo viu acontecer.
Light:- Nós fizemos um acordo, Morte!
Ele berrou, reação que surpreendeu Morte a princípio, era só uma piada de mal gosto, ele não achou que o garoto ia levar a sério.
Morte:- Calma, eu só to brincando contigo.
O ceifador disse, balançando a palma das mãos como se estivesse negando ou tentando acalmar o rapaz. Light suspirou aliviado, passando os dedos pelo cabelo, ele parecia realmente nervoso por algum motivo. Ele pôs uma mão no bolso das calças, retirando seu telefone dali e entregando nas mãos pálidas de Kenny.
Light:- Pega, você pode ficar entediado, só não vacila comigo, por favor.
Foi tudo que ele disse antes de virar as costas e descer as escadas, deixando o outro rapaz sozinho com o celular em mãos. O moreno ficou sem boquiaberto por um instante, antes de um sorriso bobo e confuso se formar em seus lábios. Ele... Gostou disso? Digo, era... Legal, sentir que de alguma forma alguém se importava com ele, mesmo que tenha sido um motivo tão bobo como tédio. Quero dizer, Santa e Melahel eram ótimos amigos, Kenny tinha pessoas que se importavam com ele, claro que tinha. Mas Light era... Diferente.
Algo nele era diferente, algo que fazia Kenny sorrir daquele jeito, era só legal. Kenny voltou a realidade finalmente, sendo arrancado de seus pensamentos ao ouvir o som de uma outra porta se abrindo. Ele entrou no quarto e trancou a porta, estava só novamente. Light só teve tempo de descer as escadas antes de seus amigos chegarem. Ele correu para a entrada da casa, abrindo a porta e vendo finalmente as quatro figuras. Francesa foi a primeira a tomar a palavra.
Fran:- Olá querido, é bom ver você de novo.
Ela abraçou o loiro, que após retribuir, permitiu que o grupo entrasse em sua casa.
Light:- Oi pra você também Fran, Left, Plank e Clumsy. Sintam-se em casa
Mas lembrem-se que vocês não estão.
Logo o grupo já estava reunido na cozinha, conversando e rindo sobre assuntos alheios que ninguém se importa. Do quarto, Morte podia ouvir as risadas, algo que não o incomodou tanto, já que era melhor que ficar no completo silêncio. Ele havia se deitado na cama de Light, quem sabe pudesse dormir um pouco enquanto tem que ficar ali trancado, mas o sono nunca veio. Ele abriu seus olhos sem vida, observando calmamente o aparelho celular ao lado do travesseiro. Questionava a si mesmo sobre fuçar ou não fuçar o telefone do loiro, sua conclusão final foi: Foda-se.
Morte alcançou o celular e ligou a tela, se deparando com uma senha de padrão, inclinando levemente o aparelho para ver a marcação dos dedos, pode ver a provável senha. Com uma leve dificuldade (por conta das unhas), ele desbloqueou o celular. A tela de fundo parecia ser de algum desenho ou programa — deduziu o ceifador — pois era possível ver um ser quase humano de cabelos verdes e antenas, muito provavelmente é alguma forma de entretenimento ou algo assim. Ele decidiu ignorar e partir para os aplicativos instalados.
Não pensou duas vezes antes de entrar em um chamado "galeria", o nome o remetia uma galeria de fotos, como um museu, por exemplo. Realmente, o app contia inúmeras fotos, algumas de animais, outras imagens aleatórias com textos, mas o que mais chamou a atenção de Kenny foram as "selfies" do rapaz. Morte podia não admitir em voz alta, mas ele sabia que Light, definitivamente, não era feio. Sua desculpa para este pensamento poderia muito bem-dizer que o garoto era "seu tipo", mas... Light era um mortal, ao contrário de Kenny ele estava vivo, isso seria tão errado, nós não estamos na França. Ele ficou passando as fotos insistentemente por mais tempo do que gostaria, mas fazer o quê? Algo naquele rapaz lhe chamava a atenção. Jurava que poderia olhar as fotos por toda a eternidade.
Jurou errado, já que sua atenção foi para o som da porta do quarto abrindo. Esperava ver Light ali, mas não era ele. Era um garoto de cabelos azuis até o ombro, usando uma touca na cabeça e tendo uma expressão um tanto quanto mista de surpresa e confusão.
Clumsy:- Você... Você não é aquele amigo do Light? Pensei que você já tinha ido embora. Perguntou o rapaz.
Morte o olhava em choque, mas isso passou rapidamente, parecia ingênuo o suficiente para crer em qualquer coisa que saísse da boca do ceifador. Ele limpou a garganta e sentou.
Morte:- É... Eu ia, mas... Tive um problema com o meu voo pra... Argentina. Ele disse, quase suando frio, se o garoto desconfiasse de alguma coisa, poderia ser pior pra ele.
Poderia?
VOCÊ ESTÁ LENDO
---¿👁 Sua Hora 👁¿---
Romance" Já pensou como seria encontrar a morte de frente? "O que esse encontro pode desencadear?" " Light Rousseau, um garoto de 20 e poucos anos com uma personalidade festeira e extrovertida, contendo uma grande facilidade de socializar com as pessoas à...