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|Reflections-The Neighborhood|

Chris nunca esperou que Jeongin aparecesse em sua porta. Não às oito da noite, vestindo shorts e moletom com um saco de sorvete. Mesmo assim, ele o deixou entrar. Ele parecia fofo com seu cabelo preto e fofo alisado sobre os olhos. Seu capuz o mantinha escondido e enquanto Jeongin tentava disfarçar desviando o olhar, Chris percebeu o tom rosa iluminando suas bochechas.

"Seus canos de água quebraram milagrosamente ou há outra desculpa para você estar aqui na porta da minha casa depois de me xingar alguns dias atrás?"

Jeongin deixou cair o saco plástico no balcão com um suspiro. Chris se aproximou e sentou-se em um dos bancos, com os dedos puxando um sorvete de chocolate. Ele abriu a embalagem enquanto observava Jeongin pelo canto do olho. "Quem é Vivian?"

Chris pausou o movimento de levar o sorvete à boca. Ele lentamente puxou-o de volta com um suspiro suave. "Quem te contou?"

"Jisung."

"Ela é minha ex-noiva."

Jeongin tirou o capuz da cabeça e se virou para olhar para o mais velho. "Poderia me explicar?"

Chris entregou seu picolé para Jeongin, dizendo que iria derreter e que ele deveria comê-lo. Quando estava seguro nas mãos do jovem, Chris levantou-se e foi para a cozinha. Ele abriu uma gaveta e tirou um pequeno álbum de fotos que os pais de Vivian lhe enviaram pelo correio. Ele o colocou na frente de Jeongin e depois sentou-se novamente.

"Ela foi diagnosticada com câncer aos dezenove anos. Deveríamos nos casar aos vinte e um, mas ela faleceu. Foi quando prometi a mim mesmo que não iria amar de novo."

Jeongin folheou o álbum lentamente, os olhos examinando curiosamente cada foto dos quinze aos vinte anos. As fotos pararam por aí, nada do ano em que ela completou vinte e um anos. A mente de Chris foi inundada de lembranças. Elas não doíam tanto quanto antes, por incrível que pareça. Seus cabelos loiros não o lembravam do sol e seus olhos azuis não apareciam em sua mente quando via o oceano.

"Achei que você não quisesse saber", afirmou Chris.

Jeongin fechou o livro depois de ler a oração fúnebre que estava colada em uma das últimas páginas. "Eu estava bêbado e com raiva. E agora estou ainda mais irritado."

"Por que?" Chris perguntou.

"Porque me coloquei em uma posição que não quero estar. Não quero ser o segundo melhor e não posso nem ficar com raiva porque ela era alguém que você amava."

Essas palavras apunhalaram Chris no coração um pouco fundo demais. Segundo melhor? Isso o irritou. "Se você vai se comparar a uma garota morta, vá em frente e vá embora. Estou fazendo de tudo para te fazer ficar. Não te amaria se ela ainda estivesse viva. Mas ela se foi e eu te amo. Se isso não for suficiente para você, eu não posso fazer nada sobre isso."

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