Fragrância masculina.

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"Você é o meu desejo imaginário. Onde eu libero todos os meus pensamentos sexuais.

Então, tome os meus desejos como realidade, porque eu acredito na realidade dos meus desejos".


Aquele dia em específico amanheceu friento. A sua temperatura decaía a cada instante e o céu nublado indicava que em pouco tempo uma tempestade vinda do Norte chegaria, acompanhada de trovões, relâmpagos e raios que brilhavam sob a paisagem de inverno. Pela manhã, as coisas se encontravam mais amenas, o ar mais abafado e um pouco de luz surgindo em meio às nuvens dando lugar ao sol, porém tudo logo fora saindo do lugar, como estava dizendo a senhora que apresentava o jornal.

Os pássaros haviam se escondido em seus ninhos, os animais em suas tocas e os humanos dentro de suas devidas casas, ligando o aquecedor e esperando pela tromba-d'água que hora ou outra pudesse acontecer pelo desgaste ambiental. Contudo, nem todos tinham tamanha sorte, visto que alguns moravam nas ruas, outros trabalhavam até tarde, outros estudavam e outros até mesmo estavam fora de casa por um descuido.

Jung Hoseok era o tipo de gente que passava cinquenta por cento do dia estudando. Gostava? Não, claro que não. Mas não tinha muito o que fazer. Para ter a vida que desejava desde pequeno, a única solução plausível que conseguiu achar foi entrando em uma faculdade e seguindo a vida se doando para tal.

Ele era um jovem estudante universitário cursando moda. Não muito popular, mas chegava a ser bem conhecido por muitos do campus. O Jung era aquele típico garoto que era amigo de todos, sempre sorridente e divertido, esbanjando a sua alegria por onde passava. Os seus colegas costumam o chamar de "Angel Boy". Oh, o Jung odiava quando o chamavam assim, ele não se classificaria como um anjo, de modo algum. Anjos são puros, e ele não era puro. Mas da mesma forma nunca reclamou ou mostrou desconforto ao escutarem o chamá-lo assim. Apenas não iria perder o seu precioso tempo discutindo sobre esse apelido.

E mais uma vez Hoseok estava em sua sala de aula, ouvindo o professor falando e falando sobre a última matéria do dia e sobre os conteúdos que caíram no teste da semana que vem. Design de moda era bem legal quando você tinha inspiração e gostava do assunto. Um suspiro escapou-lhe dos lábios.

Sempre quando chegava o horário da saída depois de passar praticamente o dia inteiro na universidade, o Jung ficava ansioso. Sentia aquele maldito frio na barriga e aquela sensação estranha de embrulho na garganta. Tudo isso causado por um simples alguém. O seu vizinho, Jeon Jungkook. Ele era tão, mas tão gostoso. "Lindo até demais! Como um único homem pode ter tanta beleza!? É, Deus realmente tem os seus preferidos", pensava o Jung quando o via.

Um dos CEOs mais novo de todo o ramo, com apenas vinte e sete anos, o Jeon já era dono de dois hospitais, três postos de gasolina e uma escola para crianças especiais. Um jovem muito bem sucedido! Eles todos os dias chegavam no mesmo horário, às vinte e duas e meia; se encontravam na garagem e seguiam para o elevador e corredor juntos, onde ficavam os apartamentos na cobertura.

Oras, não pense que o Jung é aqueles jovens que têm pouca condição de vida e que trabalha em uma lojinha de meio período para se sustentar porque os pais morreram em um acidente de carro. Não, nada disso! Hoseok também era muito bem sucedido, mesmo que ainda sustentado pelos pais vivos e presentes.

O Jeon e o Jung já trocaram palavras várias vezes, isto como um "boa noite", "tudo bem?", "como foi o seu dia?" e pequenas frases além destas. É claro que o Jung sempre tivera vontade de conversar ainda mais com ele, mas tinha vergonha e medo de acabar falando coisas que não deveria. Não confiava cem por cento na sua mente brincalhona e que adorava lhe pregar uma peça instante ou outro.

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