01

758 30 10
                                    

🍑 Tainá Costa 🍑

Acho um absurdo você vir ao mercado só pra comprar um arroz, um feijão, ovo e um suco de saquinho, e tudo isso sair quase 100 reais

O cúmulo do absurdo

Tainá: Tá aqui, gata - entrego a nota de 100 para a Mikaela que trabalha no caixa do mercadinho

O único dinheirinho que meu avô tinha, pelo menos deu pra comprar algo bom pra fazer o almoço ao longo do mês

Arroz feijão e ovo, pra alegria do povo

Pego as sacolas e saio do mercado vendo a rua movimentadíssima da Rocinha

É gente demais nesse lugar… é menino, cachorro, motoqueiro, carro…

É só a muvuca

Subo o morro indo pra casa mas paro no caminho quando escuto alguém me chamar

Olho pra frente vendo a filha da minha vizinha correndo

Milena: Tainá… - ela fala ofegante

Tainá: O que foi, menina?

Ana: É o Seu Antônio… - olho confusa pra ela - seu avô foi levado às pressas pro postinho, pois começou a passar mal do nada

Meu avô…

Tainá: Meu Deus, Ana - começo a correr segurando firme as sacolas - quem levou ele?

Ana: Meus pais…

Merda

Tainá: Aqui - entrego as sacolas pra Mi - leva pra minha casa, por favor

Ana: Tabom…

Corro o mais rápido possível pra chegar no postinho

Eu espero que não seja nada grave

Meu avô tem problema com pressão alta, só que o velho come de tudo como se fosse a pessoa mais saudável do planeta

Entro no postinho e já vou perguntando sobre o meu avô

Tainá: Cadê o meu vô? - pergunto pra uma moça loira

Xx: O nome por favor… - deve ser nova aqui

Tainá: Antônio Costa

Xx: Ele tá na emergência, você não pode vê-lo agora

Tainá: O que ele tem? - pergunto desesperada

Xx: Ele chegou desacordado junto com um casal…

Ai meu Deus…

Xx: Eu me chamo Carolina, qualquer coisa que precisar pode me chamar - ela sorri gentilmente e eu assinto com a cabeça

Me afasto dela e sento em um dos bancos esperando por notícias

Vejo alguém se aproximando e olho pra ver quem é

São os pais da Ana…

Tainá: Ei, tem notícias do meu vô?

Rosana: Não temos, Tai - ela fala com uma cara triste - nós entramos na marcenaria do seu avô, e o vimos deitado no chão desmaiado

Rogério: Ele não estava respondendo então trouxe ele o mais rápido possível

Tainá: Obrigada por terem trazido ele pra cá

Rosana: Não precisa agradecer. Esperamos que fique tudo bem com ele

Agradeço eles mais uma vez e os dois saem do postinho

Amor e Ódio Onde histórias criam vida. Descubra agora