× PRÓLOGO ×

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[ BARCODE ]

Eu estou sozinho no mundo.

Sou um ômega de dezenove anos que foi deixado só nesse mundo há três anos.

Meus pais morreram em um acidente de carro enquanto tinham uma discussão acalorada.

Não foi muito encorajador ter meus familiares e amigos de meus pais dizendo que foi uma pena que eles me deixaram, um ômega "pequeno" e "indefeso", sozinho nesse mundo.

Eu não pude nem chorar a perda porque tinha familiares tentando pegar a casa que morávamos.

Graças as boas cabeças de meus pais, tudo que tinham estava em meu nome, e perante a lei seria tudo meu quando eu fizesse dezoito anos, eles me deixaram uma boa quantia do seguro de vida de ambos, então eu só precisei me concentrar em terminar o ensino médio e entrar na faculdade, que sem dúvida, foi minha maior alegria depois da partida deles.

Quando fiz dezoito, saí da casa de minha tia que havia conseguido minha guarda e voltei pra minha casa. Estava tudo exatamente igual, um pouco empoeirado, com teias de aranha, uma infiltração aqui e outra ali, mas tudo igual.

Pagar o concerto não foi caro, o seguro me garantiu que eu viveria bem por alguns anos e, tendo uma boa cabeça, saberia administrar bem para não ficar sem dinheiro até arrumar um emprego depois da faculdade.

Naquele mesmo ano, dei início ao meu primeiro semestre na faculdade, foi muito divertido em alguns aspectos, e nem tanto em outros, me diverti em algumas aulas, tive um pequeno pânico das outras, mas foi divertido acima de tudo. O segundo semestre foi realmente o bom semestre, conheci meus agora melhores amigos, Jay e Benny, eles foram muito receptivos comigo e tinham um bom jeito de se comunicar, eles vinham várias e várias vezes na minha casa pra beber e dormir por aqui.

Graças a eles eu estava aproveitando cada segundo, fazendo várias novas amizades e tendo meu tão esperado momento de felicidade.

Meus pais não estão mais aqui, isso dói. Mas eu tenho uma vida pra viver...

Eu quero encontrar um alfa bom pra mim, como meu pai foi pra minha mãe, quero ter filhos com esse alfa e criá-los da mesma forma que minha mãe me criou, ensinando o bom e o correto da vida, ensinando como ser uma pessoa tão doce quanto minha mãe.

Eu não sei exatamente quando essa pessoa vai chegar, nem sei se vamos nos dar bem logo de cara, mas eu gostaria de ter esse alguém.

Meus pais não irão me ver vestindo a batina da formatura, nem irão me ver chegando no altar no dia do meu casamento, não irão ver seus netos... Mas eu vou fazer cada pessoa ver como meus pais foram amorosos comigo.

[ JEFF ]

Minha família só tem alfas, homens e mulheres, todos são alfas.

Obviamente não sou a exceção aqui.

Meus pais me criaram rigorosamente, eu tinha que ser o exemplo de alfa na nova geração da família, tinha que ser o melhor em tudo, seja na vida pessoal ou acadêmica, tinha que ser o melhor.

Quando tinha por volta dos meus quinze anos, comecei a ficar rebelde, comecei a ir mal na escola e andar com gente errada, para uma família bem prestigiada como a minha, aquilo era um pesadelo. Eles tentaram me "corrigir" pra voltar a ser o antigo Jeff, mas isso fez com que eu fugisse de casa aos dezoito.

Mas eles me acharam.

Perguntaram o que eu queria para trazer o antigo Jeff de volta, o Jeff calmo, obediente, e claro, o melhor.

Eu lhes disse que não precisava de muito, que só queria seguir a minha vida. E eles deixaram, com condições;

Condição número um: Eu teria que fazer administração, eu era o único herdeiro deles, era de se esperar que me pedissem isso. Eu aceitei e me formei em administração com vinte e três anos.

Condição número dois: Eu tinha que estar longe de qualquer holofote que prejudicasse a imagem da família Satur. Novamente, eu aceitei. Essa foi a melhor.

Condição número três: Eu tinha que casar antes de assumir a empresa da familia.

Meu pai é forte, vai viver muito ainda, então não estou preocupado com isso agora.

Nessa espécie de acordo eu também coloquei minhas condições;

Condição número um: Queria viver só, então me mudei pra um apartamento um pouco longe da faculdade que estou estudando.

Condição número dois: Eles não iriam interferir nos meus relacionamentos, sinceramente, eu sinto um total de 0% de atração por alfas. Até tentei transar com um quando fugi, mas não deu certo e só senti repulsa.

Condição número três: Ter contato mínimo comigo.

Estar naquele lugar era um inferno pra mim. Minha personalidade foi toda destruída por não ter o afeto que precisava na infância.

Quando tinha vinte e cinco anos comecei a faculdade de Engenharia Civil, que era o curso que eu queria de coração, uma das poucas coisas que eu realmente queria. Meus pais ficaram satisfeitos, afinal de contas, é uma boa profissão. Mas eu precisei trancar a faculdade no ano seguinte.

Aconteceu um acidente comigo, entrar no rut perto de outros alfas não é a melhor coisa. É como se estivesse entrando no território deles.

Bom, eu entrei no rut enquanto estava numa balada com uns amigos, mas depois de sair pra fumar um pouco acabei entrando no rut e sendo espancado por um grupo de alfas que estavam ali.

Eu não vi nenhum dos meus "amigos" vir me visitar enquanto estava internado.

Tive ambas as pernas quebradas, o quadril deslocado, umas costelas quebradas e uma lesão na cabeça. Com toda certeza não foi o melhor ano.

Depois que melhorei, fiz fisioterapia para terminar de "organizar" meu corpo que passou tanto tempo parado.

Não estava com ânimo pra voltar a estudar então passei basicamente um ano de minha trancado dentro de casa, até que me levantei e decidi voltar a seguir meu sonho, estudei e agora, aos vinte e nove anos, estou de volta à faculdade.

Espero que depois de tudo isso, eu consiga sair da faculdade com, pelo menos, um namorado.

𝑻𝒉𝒆 𝑷𝒆𝒐𝒏𝒊𝒆𝒔 𝑪𝒂𝒓𝒗𝒆𝒅 𝒐𝒏 𝒀𝒐𝒖 [𝑱𝑬𝑭𝑭𝑪𝑶𝑫𝑬]Onde histórias criam vida. Descubra agora