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O nascer do sol trouxe um feixe de luz ao quarto de um jovem ômega.

Barcode sorriu logo após acordar, não era de seu feitio mas era um dia especial, finalmente retornaria as aulas em seu terceiro período da faculdade dos sonhos.

Ele se espreguiçou, levantou-se e foi ao banheiro pra lavar o rosto, voltando ao quarto não esqueceu de pegar seu celular na cabeceira da cama antes de caminhar até a porta, abrindo-a e em seguida olhando para o pequeno corredor do segundo andar de sua casa.

Desceu as escadas e foi diretamente pra cozinha. Barcode morava só já havia um ano e tinha responsabilidades logo após abrir os olhos. Ele não queria ser irresponsável, não queria viver de besteiras e não queria ter uma vida curta por causa de maus hábitos.

Ele cuidava de si, da pequena casa que ganhou de herança, cuidava do dinheiro que seus pais deixaram de forma cuidadosa, cuidava do pequeno jardim que havia na frente e ao redor da casa...

Esse jardim era o amor de sua mãe. Barcode cuidava dele com muito carinho, já que foi uma das mais valiosas coisas que ela lhe ensinou.

Barcode ama flores. Ele lia sobre elas o tempo todo e amava cada símbolo, cada significado de cada uma delas.

Ele via as pessoas como pequenos botões que ainda não haviam desabrochado pra si, enquanto ele ia conhecendo a pessoa, aquela flor diante de seus olhos iria florescendo. Ele amava a sensação de ver alguém florescer.

Barcode recolheu seus pensamentos, por mais que visse o mundo de uma forma ainda um pouco infantil, ele já era um adulto e responsável por si mesmo.

Ele abre a geladeira e vê que ainda tinha um pouco de creme de avocado, ele frita um ovo, põe alguns temperos nele, pega dois pães aplicando o creme em um deles, logo em seguida fazendo um sanduíche. Ele tomou com um suco de laranja.

Code estava perdido em seus próprios pensamentos de como seria seu primeiro dia, quando uma chamada em grupo em seu celular chamou sua atenção.

Eram seus melhores amigos, Benny e Jay.

Barcode atendeu a chamada e colocou no viva-voz, ainda comendo.

- Bom dia, estudante do terceiro período de engenharia!!!! – A voz alegre de Jay chega aos ouvidos do jovem ômega.

Jay era um ômega, assim como Barcode, a única diferença entre eles era que, enquanto Barcode era calmo, sereno e não gostava de contra-atacar pessoas, Jay era exatamente o oposto, ele gostava de falar alto, gostava de expor sua opinião de forma sincera, e ele não voltava pra casa enquanto não saísse vitorioso de uma discussão.

- Como você consegue falar tão alto mesmo com meu volume baixo, hein Jay? – Em contrapartida pra equilibrar o trio, tem-se Benny, o beta do grupo.

Benny é calmo, assim como Barcode, mas ao mesmo tempo odeia perder assim como Jay. Ele não fala alto, seus amigos nunca ouviram um grito saindo de seus pulmões.

Se você se perguntar, como é que esses três se conheceram, digo-lhes de formar bem singela... Naturalmente.

Benny não é o tipo de cara que geralmente mulheres e ômegas indefesos encontram, ele não observava ou acompanhava com o olhar nenhuma silhueta além de sua própria sombra refletida no chão, ele não é o tipo de cara que se ofende usando maquiagem ou alguma peça de roupa feminina, no dia do trote no segundo semestre, trote esse que ele se aproximou de Barcode junto com Jay, ele estava usando uma mini-saia expondo totalmente suas pernas torneadas e cabeludas. Benny é um contraste entre parecer duro e ter uma criança brincalhona em seu interior. Quem o conhecia, gostava de tê-lo por perto. Mas Benny era dono do próprio nariz e escolhia com quem andava, ou quem andava com ele.

Ele e Jay tinham uma relação de amor e ódio, eles não se desgrudavam, mas também não se suportavam.

- Leve seu celular a um técnico, eu não estou falando tão alto assim! – Jay refuta. – Estou animado por hoje... Com que roupa devo ir? Já somos veteranos, não precisamos usar o uniforme se não quisermos... O que será que mudou na universidade? Ouvi dizer que reformaram a biblioteca! Será que devo passar alguma maquiagem? Ou talvez só um protetor solar? – Jay dispara palavras, Barcode mastigava calmamente porque sabia que ele não precisaria responder a isso, pois o amigo sempre, seeeempre, fazia essas coisas. – Não não! Eu acho que devemos ir de uniforme, e se formos confundidos com calouros no primeiro dia? Devemos mostrar que somos veteranos! Acho que irei aplicar um pouco de maquiagem, meu rosto está muito pálido ultimamente.

- Apenas se arrume em silêncio, não vá de forma extravagante se não quiser ser repreendido de novo. Siga o código de vestimenta, não faça birra. Code, está comendo? – Benny fala pra Jay se arrumar para não ser repreendido porque no semestre passado ele foi com alguns uniformes modificados, ele disse que queria atrair um cara legal, mas só atraiu o tipo de alfa que gosta de fazer sexo e ir embora logo em seguida. Ele foi repreendido pela coordenadora do curso.

- Terminei enquanto vocês conversavam, vocês tem aula de manhã? – Barcode pergunta enquanto sobe pra arrumar suas coisas e tomar um banho.

- Felizmente, não. Você pegou optativas pela manhã não foi? – Benny responde.

- Uhmuhm, tenho uma agora e depois só as aulas normais, mas já vou ficar na uni mesmo. Estou indo me arrumar, até de tarde!

- Até~! – Jay e Benny responderam antes de desligarem a chamada coletiva.

Barcode entra novamente no seu quarto, ele pega a bolsa que estava em um cabideiro ao lado de sua escrivaninha. Ele mexe um pouco nela, olhando os objetos que levaria hoje para as aulas e para seu próprio lazer durante os períodos vagos.

Barcode só tinha uma aula pela manhã, que era das oito as dez. Era uma optativa, então ele não esperava ter muita gente nessa aula, mas ainda assim ele queria ter bons créditos antes de se formar e, morando sozinho, tinha tempo suficiente pra tal coisa.

Ele confere e dá um check mental em cada item, pega sua toalha que estava perto da bolsa e vai até o banheiro para se banhar.

No banho, ele lava os cabelos e passa um óleo no corpo, ele gostava de se cuidar como podia. Não era uma pessoa de luxos, mas sempre foi ensinado a ele que autocuidado tem haver com a própria consciência, não com o exterior em si.

Quando saiu do banho, trocou-se rapidamente colocando seu uniforme, a única diferente desse uniforme para o anterior, era a cor da gravata, que agora era preta, diferente da azul que usava no período passado.

Antes de sair do quarto, pegou um livro em sua cabeceira, sorriu de forma triste e abriu na página que queria.

Calêndula, essa é a flor do luto.

Barcode todos os dias, abria o livro diversas vezes, olhava os desenhos, os significados, olhava cada detalhe daquele livro que sua mãe havia deixado pra si.

Por mais que sua mãe fosse uma pessoa doce, ela também tinha seus momentos de tristeza, ela sempre dizia quando alguém morria:

"- Uma nova calêndula desabrochou hoje, e a mamãe chorara com o orvalho que sairá de suas pétalas."

Barcode só ouviu essa sentença algumas vezes... E hoje é ele quem a pronuncia.

Ele se perguntou porquê que seus tiveram que ir tão cedo, mas isso foi só nos primeiros meses após suas mortes, hoje ele compreende que, se é algo que o destino quer, não há como mudar.

Ele colocou o livro na bolsa e saiu de casa, ainda era cedo pela manhã, mas ele sempre gostou de chegar cedo na faculdade e aproveitar um tempo sozinho na biblioteca, e estava curioso pra saber se havia mudado algo mesmo ou se era apenas uma fofoca mal contada de Jay.

Ele olhou pra sua moto estacionada na garagem, foi um presente de despedida de sua tia, quando Barcode voltou pra casa.

Ele não anda de carro. Não se atreve a entrar em um.

Suspirou, colocou o capacete e tomou seu tão esperado rumo à universidade.

Ele estava esperançoso que coisas boas acontenceriam com ele nesse ano.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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𝑻𝒉𝒆 𝑷𝒆𝒐𝒏𝒊𝒆𝒔 𝑪𝒂𝒓𝒗𝒆𝒅 𝒐𝒏 𝒀𝒐𝒖 [𝑱𝑬𝑭𝑭𝑪𝑶𝑫𝑬]Onde histórias criam vida. Descubra agora