Turning - Novel BL (Parte 1)

Capítulo 129

"Comandante."

O homem que quebrou a caixa de oferendas dirigiu suas palavras ao duque Peletta, sua mera presença foi suficiente para trazer um silêncio esmagador a toda a praça. O povo engoliu em seco, só então lembrando verdadeiramente que o duque Peletta também era o comandante da cavalaria.

"Houve um acidente repentino, mas com a ajuda de outro Despertador, encontramos a causa e resolvemos isso rapidamente."

"Um acidente?"

"Dentro da caixa de oferendas... isto foi encontrado."

O rosto do duque endureceu quando ele pegou uma pedra mágica do homem de cabelos negros. Apesar de saber que o olhar gelado do duque não estava direcionado a ele, Lusan não pôde deixar de estremecer por um momento.

"Alguma vítima?"

"Nenhuma."

"Deve haver um responsável aqui. Onde está o gerente do evento?"

"Padre Bertrail Shand Apeto, que está no comando... coincidentemente parece ter deixado seu assento logo após o incidente."

Embora ele tenha dito que o padre havia deixado seu assento, todos sabiam que isso significava que ele havia fugido. A atmosfera ficou ainda mais escura em um instante.

"Entendo... que pena."

Enquanto Kishiar murmurava essas palavras olhando para o assento vago do sacerdote mais velho, uma enxurrada de pessoas veio correndo atrás dele. Eram oficiais do Exército Imperial com insígnias douradas, soldados sob seu comando e enviados de outros países.

"Duque! Você está bem?"

"Nós lhe dissemos que é perigoso seguir em frente...!"

Apesar do fato de que seguidores comuns que vieram receber flores, padres como Lusan e até mesmo soldados imperiais comuns que foram enviados para ajudar a manter a ordem ainda estavam deitados aqui e ali, os olhares dos oficiais não estavam direcionados para eles. Vendo os oficiais preocupados com o bem-estar de Kishiar, Lusan suspirou.

'Bem, eu não esperava muito de qualquer maneira...'

Lusan e outros olharam em volta com expressões igualmente amargas. Afinal, não houve feridos ou mortes apesar do acidente, o que foi um alívio. Mas a resposta de Kishiar foi diferente.

"O incidente já foi resolvido pela Cavalaria. Não deveríamos priorizar a ajuda aos necessitados e não a mim, que não está nem um pouco ferido?

"Ah, sim? Ah. Sim, você está certo."

Um oficial, surpreso com as palavras inesperadas, finalmente atendeu à dica de Kishiar e virou-se para gritar com os soldados que o seguiam.

"Seus idiotas. O que vocês estão fazendo? Como vocês acham que o duque se sentirá se vocês ficarem parados sem fazer nada? Coloquem as pessoas caídas de pé e transportem os feridos agora!"

A maneira como ele parecia colocar toda a culpa nos soldados tolos, como se nada disso fosse culpa dele, era quase ridiculamente flagrante. Lusan, vendo os soldados espalhados pela praça com rostos ansiosos que lembravam os seus quando os velhos padres o repreendiam, finalmente conseguiu relaxar.

"Então... isso estava dentro da caixa de oferendas?"

"Sim."

"Essa é uma pegadinha muito séria. Quem é o Despertador que nos avisou que isso estava aqui? Eu gostaria de ver o rosto deles."

Enquanto os soldados ajudavam o povo, Kishiar não descansou nem por um momento. Ele examinou a pedra mágica vermelha oferecida por um homem da Cavalaria com cabelos negros, segurando-a contra a luz do sol antes de se mover para reunir mais detalhes sobre a situação.