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As ruas da Coreia que, bem antes eram tão movimentadas e barulhentas, nem pareciam as mesmas. Depois do que aconteceu, claramente não.

Olhando ao redor, poderíamos ver a desgraça que estava em todo só lugar: seja nos edifícios ou lojas, nas casas grandes ou pequenas, em criaturas que eram denominadas de zumbis e que uma vez já foram humanos; e até mesmo a desgraça se encontrava no ar, que aos poucos vinha se misturando com o excesso de fortes produtos químicos de fábricas, que mal funcionavam, e a elevação do aquecimento global também não ajudava, pelo menos neste país. Por falta de mão de obra, tudo parecia desmoronar lentamente.

Meses atrás, a Coreia do Sul era um dos países mais populosos e, também, o mais rico de economia e tecnologia; além do enorme reconhecimento do kpop em todo o mundo. Podia se dizer que o país vivia um dos momentos mais importantes de toda a sua história. Finalmente, a sua bandeira muito bem merecida e respeitada estava sendo erguida ao lado das outras mais potentes, como Estados Unidos, China e Rússia no topo.

Entretanto, como de repente o diversificado e lindo país alastrou-se à podridão e tornou-se tão irreconhecível? O que realmente aconteceu com aquelas pessoas? Será assim para todo o sempre?

Tantas perguntas... Enfim, para os sobreviventes, já era normal e rotineiro esses questionamentos aparecerem em pensamentos enquanto olhavam para o Céu amarelado que, na época, antes de tudo acontecer, era um azul limpo. Eles sentiam o peso nas costas e o quanto era difícil só de estar respirando aquele ar sujo. Consequentemente, eles aprenderam a não reclamar, pois era muito melhor sobreviver e ter uma morte digna, do que ser mordido por aquelas coisas.

Bem, era isso que a maioria pensava.

-- 'Tá, dane-se a minha vida! -- gritou um garoto de máscara preta do alto de um prédio, em uma madrugada fria. Deu alguns passos em direção a cerca e subiu nela, abrindo os braços e olhando para baixo, viu a escuridão das ruas. Arrepiou-se por inteiro, o medo consumindo-o. -- Tá' tudo uma merda mesmo! Nem sei mais que dia é hoje! Quando essas coisas vão sumir!? Quando vou voltar a tomar cachaça?! Que merda de governo! Como deixam chegar nessa situação?! Argh, que frio!

Com os olhos marejados e dando uma fungada por causa do ar sujo, o garoto mais uma vez inclinou a cabeça para olhar a rua e, claro, não conseguia ver nada; mas escutava os ruídos e rangidos de zumbis. Pelo jeito, estavam à espera dele cair. Loucos para saborear a carne humana. Ele fez careta, engolindo seco e notando que seria assim que morreria.

Negou com a cabeça, já estava decidido.

Porém, antes mesmo que tombasse o corpo para finalmente sumir no meio da escuridão, alguém o puxou de volta ao terraço à força, fazendo-o cair de bunda no chão. Um outro garoto com uma cara nada boa, ficou de frente a ele e apontou uma pistola para o coitado, que franziu o cenho e fez careta de dor, massageando as nádegas.

-- Seungmo! Sério que você me deixou dormindo e nem me acordou para ver seu espetáculo?! -- indignado, o rapaz virou-se e foi até a cerca, olhando para baixo. Assim que suspirou pesado, voltou sua atenção para o outro ainda sentado no chão com a cara emburrada. Ele balançou a arma em sua direção. -- Esse prédio nem é tão alto. Vai morrer devagar, quer isso?

-- Lógico que não, Minho. Quero uma morte rápida! Em um piscar de olhos! -- praguejou Seungmin, levantando-se e indo até o amigo, ficando ao lado dele na cerca e apreciando o céu que se abria para mais um dia. Mudou de ideia, concordando com o outro sobre ter uma morte lenta. Revirou os olhos quando o mais velho mirou a arma em direção a um dos zumbis e atirou, matando-o. -- Devemos guardar as balas, idiota. Não se sabe quando vamos ter que matar esses bichos no perigo.

-- Eu sei o que estou fazendo, amorzinho. -- ironizou, recebendo outro revirar de olhos. Minho olhou-o por alguns segundos e disse: -- Ei, não conseguiu dormir de novo?

The Hideout | seungchan ¡ ⁠✧ Onde histórias criam vida. Descubra agora