Capítulo 89 Fantasmas do Passado

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Virando-se lentamente olhando onde já foi o jardim, ela começou a ouvir vozes e era como se visse tudo o que já havia passado a anos atrás as mãos de seu pai.

- CALA A SUA BOCA. O homem gritava enquanto puxava o braço da mais nova.

- Pai, me solta por favor eu não vou, eu não vou... Me solta por favor.

A mais nova tentava se soltar da mão mais forte de seu pai que estava irritado enquanto a arrastava em direção ao carro.

- MANDEI VOCÊ CALAR A BOCA, SUA DESGRAÇADA.

Joaquim jogou a menina no chão logo a sua frente e a olhava com fúria e ódio.

- Por favor... Ela resmungou chorosa enquanto se arrastava pelo chão. - Eu não quero, eu acabei de perder a mamãe, por favor, eu faço o que você quiser mas não me manda embora dessa casa...

As lagrimas desciam lentamente por seu rosto de forma rápida, o coração da mais nova estava disparado, ela estava em pânico com a possibilidade do pai manda-la embora.

- LUGAR DE PROSTITUTA É EM UM BORDEL!

- Não... Pai... Sussurrou enquanto olhava vidrada para a divisão da rua com o caminho de sua casa.

Ela estava confusa, os pensamentos bagunçados e ela não sabia exatamente o que estava acontecendo com si mesma.

Voltou a encarar a porta aberta e olhou para dentro da casa receosa, encolheu os ombros enquanto sentia os olhos arderem pelas lagrimas acumuladas.

- Será que eu tenho coragem de continuar? Questiona a si mesma.

Respirou fundo algumas vezes e apenas deu um passo adentrando a casa, a sala continuava da mesma forma que sempre esteve, o sofá marrom de três lugares com duas almofadas da mesma forma.

Caminhando em passos lentos em direção ao mesmo, os olhos saltados, os lábios trêmulos, as mãos transpiravam completamente, soltando as armas de si e continuou encarando o mesmo por alguns segundos.

Irene havia acabado de chegar em casa, ainda antes de adentrar a sala ela ouve gritos de sua mãe, agoniados e desesperados, ela largou a mochila ali mesmo e correu em direção as portas, abrindo as mesmas com força a cena que presencia lhe dilacera o coração.

Joaquim estava por cima de Madalena sobre o sofá enquanto batia em seu rosto diversas vezes enquanto gritava palavras sórdidas proferidas com ódio.

- VAGABUNDA, SUA MISSERAVEL, QUANTAS VEZES JÁ LHE DISSE PARA NÃO ME DESOBEDECER? HEIN?

- PARA, LARGA A MINHA MÃE AGORA.

Com as forças que tinha a mais nova gritou dando passos em direção aos dois.

Naquele momento, Madalena mal conseguia ficar de olhos abertos, a dor dos tapas era enorme e sentia o corpo todo enfraquecer.

Ele olhou a filha com fúria, se levantou devagar da esposa e deu passos em direção a ela.

- Não se aproxima da minha filha, foge Irene... Ela sussurrou tentando manter os olhos abertos.

A mais nova olhou para a mãe sobre o sofá e o pai que se aproxima devagar, consegue passar por ele e se aproximar da mãe onde se sentou ao seu lado amedrontada.

Joaquim a olha irritado e limpa o pouco de sangue que havia nas mãos em suas calças e as olha, irritado ele passou pelas portas da casa as batendo o que assusta das suas no sofá.

Ela encarava o móvel assustada, deu passos para trás, recosa e nervosa com tudo o que estava acontecendo naquele momento, a respiração começou a ficar ofegante e a mulher começou a sentir falta de ar.

𝓛𝓸𝓿𝓮 𝓲𝓷 𝓣𝓱𝓮 𝓓𝓪𝓻𝓴Onde histórias criam vida. Descubra agora