Apelido

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{2014}

Paulinha tinha acordado de muito mau humor, ela nem mesmo havia se reconhecido, mas também não era completamente injustificável pois seu gato Ronnie tinha passado mal a noite inteira e ele não a deixou dormir direito por causa de seus miados agudos e incessantes.

Mas ela não o culpava, ele era apenas um gato e ele até amanheceu melhor às custas da boa noite de sono de sua dona. Paulinha não queria se levantar da cama, mas ela tinha que se encontrar com seu pai pois ele e Rio tinham combinado que iriam procurar um presente para o aniversário do Minas, o pior é que eles insistiram, mais o carioca pra falar a verdade, que ela fosse junto.

Isso não era problema, se ela estivesse no bom humor, ela até ajudaria e muito a escolher o presente para seu padrinho. O problema é que ela de mau humor além de ser inútil ela só iria fazer comentários secos e com muito sarcasmo.

Esse não era o dia perfeito para estar de mau humor. Entretanto ela não podia descombinar algo que já tinha sido marcado no dia anterior, até porque ela não estava com criatividade para poder arranjar alguma desculpa para não ir.

Paulinha olhou no relógio de seu celular, eram 9:30 da manhã e ela tinha combinado com a dupla que se encontrariam às 10:00 na Rua 25 de março. Então ela saiu correndo até o seu guarda roupa, abrindo as portas dele e vasculhando qualquer coisa para se vestir rapidamente.

No final ela pegou uma calça jeans genérica, uma camiseta preta dos Rolling Stones e calçou um all star vermelho já velho. Ela penteou seus longos cabelos negros e amarrou num rabo de cavalo bagunçado, mas que iria servir. Ela se olhou no espelho, pensando que ela deveria cortar a franja outra hora, pois já estava no ponto de que iria cobrir seus olhos.

Antes de sair ela passou um lápis de olho para contornar sua marca d'água e pálpebra, pegou sua bolsa cheia de pins de banda e pegou a chave de casa, ela acena para Ronnie que miou a observando fechando a porta, trancando-a e em seguida indo embora.

Ela desceu as escadas na pressa pois o elevador iria demorar, para sua sorte era que ela morava no 3° andar então levou em cerca de 5 minutos para chegar no térreo. Paulinha tinha sorte de morar perto da estação de metrô, ela correu para passar na catraca com seu cartão de embarque e se apressou para pegar o metrô.

Eram 9:45 agora, ela rezou para poder chegar a tempo, até porque ela não precisava do pai dela falando um monte por ter chegado em cima da hora.

[ Enquanto isso ]

10:00 da manhã e nada da Paulinha aparecer, São Paulo odiava esperar e não era a pessoa mais paciente do mundo. Ele batia o pé e olhando para seu relógio, Rio obviamente percebeu o comportamento agitado do Paulista.

"Calma, boneca, ela já vai chegar." Disse Rio numa boa, até porque ninguém vai morrer se ela se atrasar 5 minutos. Mas óbvio que conhecendo São Paulo, ele não deixava nada passar, especialmente quando estava de mau humor.

A Rua 25 de março estava bem movimentada, localizar a paulista também seria difícil. Os dois estados estavam na frente de uma das lojas que haviam combinado que se encontrariam, a cada minuto que se passava, o carioca via São Paulo ficando cada vez mais irritado.

"Cadê ela, caralho? Já são dez e pouco e ela não chegou!" Reclamou o paulista mais velho irritadiço, estava de saco cheio de esperá-la e estava pronto para arrastar o bronzeado para longe, decidindo escolher o presente pro mineiro sem a ajuda dela.

No mesmo instante, um rosto familiar entre o mar de pessoas aparece diante deles, Paulinha havia chegado.

"Onde você estava, caralho? Dormiu até tarde?" Perguntou São Paulo puto, pois haviam perdido quase 15 minutos pelo atraso dela e isso significava menos tempo para decidir o presente.

"Para sua informação, acabou a energia no metrô e ficamos parados por 10 minutos! E eu acordei tarde porque o Ronnie não me deixou dormir a noite inteira!" Ela disse com um tom enojado, Rio já percebeu que os dois paulistas estavam de muito mau humor.

"Calma, calma, não precisa ninguém se exaltar, morou? O importante é que você está aqui, Paulinha." O bronzeado se colocou entre os dois paulistanos, numa tentativa de fazer eles acalmarem seus ânimos e terem um dia não muito estressante.

"Bom, não fui eu que começou com a grosseira. Por que essas coisas sempre acontecem comigo?" Paulinha disse frustrada, ela não conseguia entender por que sempre Sampa era grosseiro com ela.

"Tá bom, relaxa aí, Zica. Não é o fim do mundo chegar atrasado." Rio disse descontraído e o apelido fez pai e filha olharem para ele torto.

"Zica?" A menina perguntou sem entender nada, mas jurava que esse apelido era familiar. O carioca olhou para ela com uma expressão surpresa.

"Tu não conhece a Zica? Do desenho Zica e os Camaleões, ela é a tua cara, Paulinha! Recomendo muito, ó!" Rio respondeu e Sampa revirou os olhos.

"Desde quando tu é criança para assistir esses desenhos, Rio?" Perguntou o paulista e Rio sorriu envergonhado.

"Mas ela também lembra um pouco você, boneca." Paulinha também revirou os olhos quando Rio se referenciou ao seu pai.

"Eu não sou a Zica, tá? Corta essa." Ela disse com as mãos na cintura, Rio suspirou mas ainda manteve seu bom humor, se ele conseguia aturar um Sampa marrento, o que o impede de lidar com uma Mini Sampa marrenta?

"Bom, se tu não gostou do apelido, então vou te chamar de Mini Sampa. Vocês dois irritados são iguaizinhos, é aquele ditado, filho de peixe, peixinho é." A face da menina empalideceu, de maneira alguma o Rio se atreveu a fazer isso.

Ela odeia quando fazem isso, a compararem com seu pai. Ela é uma pessoa diferente, ela não é como ele, mesmo que façam comparações no sentido de qualidades, nem fodendo ela deixaria que dissessem que ela era como ele.

"Quer saber? Pode me chamar de Zica, tô pouco me lixando mesmo." Ela disse, mesmo que o apelido não fosse lá o dos bacanas, pode ser que ela se acostume com ele. Rio apenas concordou e o trio então decidiu já iniciar o trabalho que foram designados.

Foi a partir desse dia que a paulista ganhou um novo apelido, que no futuro mesmo fingindo que não gostava de ser chamada assim quando está de mau humor, isso a lembra de que poderia ser pior e que até começou a gostar do desenho que ele havia recomendado para ela.

Então não era tão ruim assim.

Exceto Mini Sampa, nem fodendo que ela vai deixar ele a chamar assim. Mas infelizmente ele já a chama, só que ela não sabe, por enquanto.

// Notas Finais //

Wow, vamos lá, aqui vai ser um livro de basicamente one-shots da Paulinha! Vão ter vários fatos aleatórios sobre ela e mais interações com os demais estados. Aliás, pra quem nunca assistiu Zica e os Camaleões, eu super recomendo! Nostalgia pura de criança! Até coloquei um dos eps de exemplo!

Até a próxima, Fofuchos 💞

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⏰ Última atualização: Sep 17, 2023 ⏰

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Paulinha - Histórias da Mini Sampa Onde histórias criam vida. Descubra agora