capítulo dois

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"Caralho, todo dia isso, maluco." Draco escuta Rony suspirar cansado enquanto Harry o fuzila pelo olhar.

"Eu pensei que ele tivesse resolvido isso", Potter cospe, seu olhar agora fuzilando Draco.

Malfoy tenta não perder a cabeça com esse doido. "Eu já disse que não consigo fazer nada."

"Meu Deus, que insuportável", Harry geme irritado, Draco desvia seu olhar do dele.

Sinceramente, Draco não aguenta mais. Ele não entende o porquê de Potter tratá-lo assim, talvez entenda, mas foi pelo bem dele, e Harry nunca acreditaria.

Ele só veio aqui perguntar quando eles iriam fazer o trabalho e Harry surtou. Não, Draco não tem benefício nenhum em ser filho do diretor para trocar de dupla assim. E Potter não entende.

"Rony, nos deixe a sós, por favor", Draco pede para ele, seu olhar zangado em direção a Harry.

"Foi mal, cara. Mas tenho que estar aqui para saber que deu o primeiro soco."

"Ninguém vai socar ninguém aqui, maluco." Draco se irrita.

"Não o trate assim, imbecil", Harry se projeta novamente.

"Rony, por favor", Draco pede impaciente.

"Fiz o que eu pude", Rony murmura levantando as mãos e entrando numa das salas da faculdade.

Malfoy encara Harry, o sol escaldante do meio-dia matando os dois. Ele pega sua mão e o guia para debaixo de um teto, Potter, impressionantemente, seguindo-o.

Ele encosta Harry contra a parede, ficando de frente a ele. "Acha que eu faço isso para lhe provocar?" Draco respira fundo. "Olhe para mim, Potter."

Harry o encara com aqueles olhos verdes tempestuosos, algo passando pela mente dele enquanto encara Draco, murchando em seguida.

"Tenho aula até às seis, encontrar-nos-emos aqui às seis e dez, estudamos até às oito. Às nove tem a festa de Nicolas e não vou perder."

"Harry, é a porra de um trabalho."

"Que é para a próxima semana."

"Deus, você é tão irritante."

Harry bufa. "Vai começar?"

Draco olha em seus olhos novamente, seus corpos estão próximos naturalmente, nenhum dos dois faz algo para mudar isso. "Desculpe."

Harry suspira cansado e se encosta totalmente na parede, fechando os olhos por alguns segundos. De repente, os olhos de Draco vagam para uma marca acima do colarinho.

"Harry, porra", Draco amaldiçoa levando os dedos até ali. Potter range os dentes, não o impedindo.

"Ficou mais dolorido do que pensei", Harry cochicha, seus olhos se encontrando.

Draco não vai pedir desculpas, ele se sente bem com aquela marca ali. Provavelmente, Rony percebeu. Não só ele, mas todas as pessoas com quem Harry falou hoje. Por um lado eles não sabem quem fez a marca, mas ele e Harry sabem e só isso importa. Ele sorri.

"Bom."

Harry revira os olhos já esperando essa reação. Draco também evita apontar que Potter nem tentou esconder a marca mesmo.

"Às seis e dez", Harry lembra uma última vez antes de se desvencilhar de Malfoy e seguir seu caminho.

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"Não precisava."

"Você deve estar cansado, vai ajudar um pouco", Malfoy murmura. Harry aceita o café, seus ombros se curvando enquanto andam lado a lado para os dormitórios.

Água na boca ~ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora